Mostrando postagens com marcador Nuremberg Laws חוקי נירנברג נירנבערג געזעצן. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Nuremberg Laws חוקי נירנברג נירנבערג געזעצן. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Tel-Aviv: Attackers throw Molotov cocktails at African refugee houses

28 April 2012/The Israeli Communist Party המפלגה הקומוניסטית הישראלית‎

Four Molotov cocktails were thrown early Friday morning toward the homes of refugees from Eritrea and Sudan and to a day care center in the Shapira neighborhood of southern Tel Aviv.

No one was injured in the racist attacks, and there was scant property damage caused. Shortly after the incident, large numbers of police swarmed the scene to investigate the incident.

Activists demonstrating against racism after a string of Molotov attacks on refugees in the Shapira neighborhood in Tel Aviv, Israel, on April 27, 2012 (Photo: Activestills)

The attacks are not the first in recent years to be suspected of being racially-motivated. In December 2010, a racially tinged demonstration was held in the same neighborhood against the large number of African refugees and migrant workers who reside there. The African community in Israel has been the target of numerous acts of violence in the past. In January of 2011, for example, a burning tire was thrown into the apartment five Sudanese refugees shared in Ashdod. The men suffered from smoke inhalation and two were hospitalized. Also in January of 2011, three teenage girls – the Israeli-born, Hebrew-speaking daughters of African migrant workers – were beaten by a group of Jewish teenagers. The attackers, one of whom was armed with a knife, allegedly called them “dirty niggers.” One of the girls needed medical treatment for her injuries.

On Friday a group of around 200 protesters demonstrated in Shapira near the site of one of the fire-bombings. They were met by a number of neighborhood residents who argued with them about their support of the African migrants.



Casas de refugiados africanos são alvo de bombas em Israel

27 de Abril de 2012, Rádio Moçambique http://www.rm.co.mz

Quatro casas e uma creche de refugiados africanos em Tel Aviv foram alvo de ataques com bombas incendiárias durante a madrugada desta sexta-feira, em ataques que estão a ser atribuídos a um grupo de extrema-direita de Israel.

O ataque coordenado visou casas de africanos do Sudão e da Eritreia actualmente sob status de refugiados em Israel que moram ao sul da cidade de Tel Aviv.

Por volta das 2h de sexta-feira um coquetel molotov foi lançado contra um grupo de refugiados que dormia no quintal de um prédio, três bombas foram atiradas contra casas e a quinta atingiu uma creche frequentada pelos filhos dos africanos.

Não houve feridos porém todos os locais ficaram totalmente destruídos pelo fogo. O fotógrafo Oren Ziv, que mora ao lado de um dos prédios atacados, disse à BBC Brasil que acordou com o barulho no quintal.

"Vi o sofá, no qual um dos refugiados costuma dormir, a pegar fogo e imediatamente peguei na minha camera e saí de casa para registar o que estava a acontecer", relatou Ziv. "Logo chegaram pessoas a contar que outros locais também estavam a pegar fogo, inclusive a creche".

Uma das bombas foi lançada contra o quarto de duas refugiadas da Eritreia, que estavam a dormir no momento do ataque. "Os atacantes quebraram a janela e atiraram o coquetel molotov dentro do quarto, sabendo que havia pessoas a dormir lá dentro, foi uma tentativa de assassinato", acusa Ziv.

As refugiadas da Eritreia conseguiram fugir do quarto a tempo e não ficaram feridas.

Extremismo
Os moradores do bairro atribuem os ataques a um grupo de extrema-direita que é contra a presença dos refugiados africanos na região. O grupo, denominado "Comitê contra os infiltrados", alega que a presença dos refugiados africanos "afecta o valor dos imóveis no bairro e prejudica a qualidade de vida dos moradores".

"Tenho certeza que esse foi um crime de racismo", afirmou Ziv, "pois todas as bombas foram lançadas ao mesmo tempo e só contra alvos ligados aos refugiados africanos". O fotógrafo disse que os responsáveis prepararam, de antemão, mais de 15 coqueteis molotov, parte dos quais não explodiu.

Tel Aviv
Milhares de refugiados africanos moram no sul de Tel Aviv, nos bairros mais pobres da cidade. Vários moradores israelitas na região revoltam-se contra a presença dos imigrantes e atribuem-lhes a responsabilidade pelas duras condições de moradia.

"Trata-se de um problema social que tem que ser solucionado pela prefeitura, os africanos não têm culpa", diz Ziv, "mas os politicos de direita lideram o incitamento contra os refugiados e conseguem o apoio de parte dos moradores".

De acordo com o fotógrafo, os grupos de extrema-direita têm distribuido panfletos nos bairros do sul de Tel Aviv acusando os refugiados africanos de "estuprar as mulheres e roubar os empregos dos israelitas". A policia de Tel Aviv iniciou uma investigação dos ataques.



ISRAEL NÃO PARA DE CONSTRUIR MUROS E MAIS MUROS

Os pesquisadores terão talvez de examinar nada menos que 14 séculos, do século 3 AC até o início do século 17, para encontrar outro regime que construa muros e barreiras em tal frenesi, na tentativa desesperada de conseguir manter-se sobre terras roubadas, semelhante ao que nós logo veremos também aqui, no sul do Líbano, na fronteira com Israel.

Por Franklin Lamb no Counterpunch

24 de Abril de 2012, Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil)

No ano 221 AC, para proteger a China contra a invasão do povo Xiongnu da Mongólia – e a tribo Xiongnu era, então, o principal inimigo da China, e lutava para reconquistar terras que acusava os chineses de terem roubado –, o imperador Qin Shi Huang ordenou que se construísse um muro, para preservar as conquistas territoriais chinesas.

Ao longo da história, construíram-se muitos muros, para proteger terras ocupadas. Os romanos construíram o Muro de Adriano na Grã-Bretanha, para manter os pictos do lado de fora; e os alemães do leste construíram o Muro de Berlin, para manter do lado de dentro quem quisesse sair dali [nota da redação: o muro foi construído sob o argumento de dar um fim às provocações e sabotagens realizadas pelo regime capitalista da Alemanha ocupada pelos Estados Unidos]. Mas nenhum regime na história construiu, em 60 anos, a quantidade de muros que foram e continuam a ser erguidos pelo paranoico governo de Telavive. Agora, planejam outros cinco novos muros, chamados "barreiras de proteção antiterroristas", entre os quais um, cuja construção deve ser iniciada em breve, sobre a fronteira entre Líbano e Palestina, na cidade libanesa de Kfar Kila. E esse muro pode vir a criar problemas ainda mais graves que outros.

A decisão de erguer um muro "para substituir a barreia técnica israelense existente" ao longo da Linha Azul, junto à cidade de Kfar Kila, foi anunciada por Telavive na semana passada. O anúncio aconteceu depois de uma reunião entre militares israelenses e a UNIFIL [orig. United Nations Interim Force In Lebanon, Força Provisória da ONU no Líbano] e os dois lados continuam estranhamente silenciosos sobre esse novo muro; mas o porta-voz da UNIFIL, Neeraj Singh, deixou escapar, em conversa comigo, que a primeira parte do muro terá cerca de 500m comprimento e cerca de 5m de altura.

Moradores do sul do Líbano opõem-se fortemente à construção da muralha, dentre outras razões, porque bloqueará a visão das belas paisagens da Palestina que se veem dali. Outros tem rido das razões apresentadas pelo lobby EUA-Israel, que pedirá ajuda aos contribuintes norte-americanos para as despesas de construção do muro.

David Schenker, conhecido militante pró-Israel (até quando ser pró-Israel implica ser contra os EUA; em ing. Israel firster), ligado ao Institute for Near East Policy, em Washington, associado ao AIPAC, disse em audiência no Congresso, recentemente: "O sul do Líbano é área obviamente muito sensível [para Israel], muito próxima de Metula e via pela qual o Hezbolá e palestinos podem infiltrar-se. A preocupação de Israel é legítima. O governo israelense crê que o muro, naquele ponto, impedirá que terroristas lancem ataques diretos com foguetes e morteiros. Impedirá também que turistas que visitam a região lancem pedradas contra Israel, o que muitos fazem e já se tornou praticamente um hábito."

Observadores locais, oficiais da UNIFIL e especialistas como Timor Goksel, que trabalhou por 24 anos como porta-voz da UNIFIL na área da Linha Azul, têm-se mostrado surpresos e intrigados por Israel andar falando tanto de Kfar Kila como região particularmente perigosa, que necessitaria de muros.

Nada, de fato, jamais aconteceu ali; aquela área nunca foi perigosa nem "sensível", sequer quando a OLP controlava a região, nos anos 1970s. Goksel explicou: "Nos meus 24 anos de experiência, jamais houve ataques nesse ponto, porque é muito próximo de uma cidade libanesa; ataques nesse ponto criariam dificuldades, sobretudo, para os libaneses que vivem ali. Que eu saiba, ninguém jamais pensou em atacar ali. Além do mais, mesmo que alguém invada o território israelense por Kifa Kula, é preciso andar muito até encontrar o primeiro posto israelense. Não faz sentido algum atacar aqui. Atacariam quem, nesse local?"

Moradores locais comentam que o verdadeiro motivo para Israel querer erguer um muro em Kfar Kila é impedir que soldados israelenses troquem ali armas e informações, por drogas; como todos sabem na região, o problema do consumo de drogas entre soldados de Israel no "Comando Norte" aumentou muito, desde a campanha mal-sucedida de Israel, naquela região, na guerra contra o Líbano, em julho de 2006.

O mais novo muro da vergonha em Israel seguirá o traçado de outro muro, que está já em construção, ao longo dos 700 km de fronteira entre os desertos do Sinai e do Negev. Esse muro deverá estar construído até o final de 2012. Então, se se somar o muro de Kfar Kila, Israel estará quase completamente cercada por aço, arame farpado e concreto; com uma única abertura, na fronteira com a Jordânia, entre o Mar Morto e o Mar Vermelho, onde não há barreira física. Mas logo também haverá um muro nesse ponto, segundo informação de Shenker; explicou que o muro é necessário também ali, porque há "incerteza" na Jordânia e o reino mostra-se cada vez mais vacilante.

Há mais muro, a cerca de 11km do Mediterrâneo, ao longo da fronteira sul, que se encontra com a jaula que Israel já construiu em torno de Gaza. Esse muro estende-se por 51km e é protegido por uma faixa de terra fortemente minada; os palestinos não podem andar ali, e o muro invade cerca de 1km da estreita Faixa de Gaza; por causa desse muro, os palestinos proprietários não conseguem chegar às suas melhores terras para a agricultura. Esse "muro de segurança" mantém os palestinos enjaulados dentro de Gaza, mas não impediu que o soldado Gilad Shalit, do exército de Israel, fosse capturado, bem ali, em 2006.

Depois que Israel foi expulsa do Líbano, em 2000, depois de 22 anos de ocupação, a barreira ao longo da fronteira Palestina-Líbano foi reconstruída. Essa barreira não impediu que o Hezbolá, em 2006, invadisse território israelense e capturasse dois soldados israelenses, que adiante foram usados numa troca, para libertar militantes que Israel mantinha prisioneiros. Também não impediu que o Hezbolá disparasse seus muitos mísseis, em guerra de retaliação que durou 33 dias, depois que Israel bombardeou e destruiu vastas áreas no sul do Líbano.

Apesar disso, os "muros de proteção" continuam a brotar do chão, como cogumelos depois da chuva.

Mais para o leste do Líbano, está sendo erguido outro muro, sobre a linha do cessar-fogo traçada ao final da guerra de 1973, do Yom Kippur; passa entre as colinas do Golan - que Israel ocupa ilegalmente há cerca de 45 anos - e a Síria. Exatamente por aí centenas de manifestantes pró-palestinos entraram em território palestino ocupado, em maio passado, pelo Golan e ao longo da fronteira libanesa. Mais de dez manifestantes foram mortos, e muitos foram feridos, quando o exército sionista abriu fogo contra manifestantes civis desarmados.

Um posto de passagem em Quneitra, atualmente operado pela ONU, permite alguma mobilidade ao pessoal da ONU, dá passagem a alguns caminhões carregados de maçãs, a uns poucos estudantes drusos e a uma ou outra esporádica noiva síria de véu e grinalda[1].

Poucos quilômetros ao norte de Quneitra está a Colina dos Gritos [orig. Shouting Hill], onde famílias drusas do Golan gritam, de um lado de uma faixa de terra minada, para serem ouvidos pelos parentes e amigos que vivem na Síria, do outro lado da faixa minada de território sírio ocupado por Israel[2].

Rumo ao sul, por campos e colinas pesadamente minados, a linha do cessar-fogo de 1973 é semeada de bases militares e zonas militares vedadas, restos de tanques que sobraram de outros combates, até que se conecta com a fronteira com a Jordânia. Ali se une a um dos primeiros muros construídos por Israel, ainda no final dos anos 1960s, e que hoje se estende quase desde o Mar da Galileia, pelo Vale do Jordão, até o Mar Morto. A maior parte dessa linha não é fronteira de Israel; é, simplesmente, mais um muro, para separar a Jordânia, de um lado; e, de outro a Cisjordânia ocupada por Israel.

A cerca de dois terços do caminho, a barreira liga-se ao sempre infame muro de aço e concreto da Cisjordânia. Esse muro acompanha a linha do armistício de 1949, engolindo, na passagem, muitas áreas plantáveis de terras palestinas, rasgando ao meio vilas e comunidades e separando sitiantes e agricultores de suas plantações de oliveiras. Como sobre outros 18 muros e barreiras, o regime sionista diz que se trata de simples medida de segurança. Mas, para muitos, o muro marca o limite de um futuro estado palestino, e já consumiu mais 12% do território da Cisjordânia. Cerca de dois terços dos quase 748km de muro já estão prontos, quase todo ele uma barreira de aço, com largas faixas de exclusão dos dois lados. Segundo o traçado atual, 8,5% do território da Cisjordânia e 27.520 palestinos vivem do lado ‘israelense' da barreira. Outros 3,4% da área (com 247.800 habitantes) está completamente ou parcialmente já cercada pelo muro.

Duas outras barreiras semelhantes - a que separa Israel e a Faixa de Gaza; e o muro que Israel construiu, 7-9m, que separa Gaza do Egito (que foi temporariamente derrubado dia 23/1/2008), atualmente sob controle dos egípcios -, também têm sido amplamente criticadas pela comunidade internacional.

De volta ao tema do novo projeto de novo muro, cada vez mais o regime sionista dedica-se a impedir discussões, audiências, visitas, expressões de solidariedade com os palestinos; agora já tenta impedir, até, que, do sul do Líbano, se aviste o estado sionista militar. O movimento de impedir que se veja e reveja uma paisagem que há milênios fascina os viajantes é mais um passo na direção do autoisolamento de Israel, cada vez mais xenófobo.

Depois da reunião conjunta em Kfar Kila, o major-general Serra, da UNIFIL, disse: "A reunião foi convocada para ajudar Israel a implantar medidas adicionais de segurança ao longo da Linha Azul, na área de Kfar Kila, para minimizar as causas de tensões esporádicas ou de desentendimentos que poderiam levar a uma escalada da situação". O mais provável, de fato, é que o muro em Kfar Kila provoque efeito exatamente oposto.

Em recente visita ao campo palestino de Ahmad Jibril no vale do Bekaa, e em conversa com grupos salafistas em Saida, pude ver bem claramente que o muro logo virará alvo para prática de tiro; o que só dificultará o trabalho da UNIFIL e do Hezbolá, que tanto se esforçam para manter calma a região de fronteira.

Em comentário sarcástico, recentemente publicado no Yedioth Ahronoth, o jornal de maior circulação em Israel, Alex Fishman, conhecido analista da Defesa, escreveu: "[Israel] Nos tornamos uma nação que se autoaprisiona atrás de muros e cercas, que se encolhe aterrorizada por trás de escudos de defesa". Já é, disse Fishman, "uma doença mental nacional."

[1] Referência ao filme "A Noiva Síria" (dir. Eran Riklis, 2004). Mais sobre o filme em http://www.adorocinema.com/filmes/filme-59151/ [NTs].

[2] Sobre a Colina dos Gritos ver 23/2/2009, "Families Shout Their Love Across Minefields in Golan Heights" [Famílias gritam seu amor, sobre a fronteira minada de território sírio ocupado por Israel, no Golan] em http://news.newamericamedia.org/news/view_article.html?article_id=e276b8706a88aca9e3a98dbbd5526d1d (NTs)


terça-feira, 20 de março de 2012

Study: ISRAEL'S SOCIAL PROTESTS CAUSED DROP IN RACIST INCIDENTS AGAINST ARABS

20 March 2012, Haaretz הארץ (Israel)

Coalition against Racism in Israel says last summer's social unrest caused Israel's various ethnic groups to unite against what they said was increased institutional discrimination.

By Jack Khoury

Incidents of racism and intolerance between across Israeli ethnic groups are on the decline, a new report published on Monday concluded.

According to data compiled by the Coalition against Racism in Israel, is composed of Jewish and Arab human rights groups, the number of reported incidences of racism committed by Jewish Israelis against Arab Israelis fell from 91 in 2009 and 68 in 2010 to only 20 in 2011.

Nidal Othman, who heads the coalition, said the drop was directly related to the social protest movement that swept the country last summer, which, he said, created an atmosphere of solidarity between minority groups, including Arabs, Ethiopian Jews and Jews of Middle Eastern and North African descent.

On the other hand, the report found an increase in acts of racism by state institutions, businesses, and private and public organizations against the same groups. According to the report, there were 155 such incidents last year, including 35 Knesset bills which aimed to restrict the freedom of Arab citizens of Israel, foreign workers or refugees and some 22 cases of home demolitions, 15 of them in the unrecognized Bedouin village of al-Araqib in the Negev.

The report also noted an escalation in the intensity of attacks against religious groups, largely due to the escalation from mostly verbal slurs to vandalism and arson against houses of worship.

"The government led by Netanyahu is dragging most of the public toward a socially and politically explosive situation, which could lead to minority groups, who are the object of discrimination, taking their frustration to the streets," said Nidal.

"The refusal of landlords to rent apartments to Arabs, the demolition of Arab homes by the government, the segregation of Ethiopian students, the moves to expel [African] refugees, the eviction of homeless people, mostly Jews of Middle Eastern and North African descent, from tent camps – could all together lead to a real collective explosion of rage," he added.

The coalition, in partnership with other groups and MKs, is planning to launch a campaign against racism in Israel on Tuesday, under the banner "Racism against all of us, all of us against racism." The campaign opened with a conference on Tuesday and will include demonstrations in front of the Prime Minister's Residence.

The coalition noted that its campaign would represent the first time that all the various groups that suffer from racism in Israel would unite against government discrimination, instead of struggling separately for narrow sectarian grievances.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Israel's justice minister advises rightists on how to seek pardons for Jewish terrorists

15 February 2012, Haaretz הארץ (Israel)

Television report captures Yaakov Neeman instructing right-wingers on how to formulate pardon requests.

By Tomer Zarchin

Justice Minister Yaakov Neeman told right-wing activists how best to formulate pardon requests on behalf of convicted Jewish terrorists, thus advising them on requests he might later have to approve.

By law, each pardon request submitted to the president must be accompanied by a recommendation from the justice minister on whether to accept it. Moreover, if the president does accept it, the justice minister must countersign the pardon to make it valid.

Last night, Channel 2 television published a recording of right-wing activists asking Neeman how to secure the release of 12 Jewish terrorists. The conversation took place around the time of last October's Shalit deal, in which Israel traded 1,000 Palestinian terrorists for the kidnapped soldier.

Neeman responded with advice on how to formulate the pardon requests to improve chances that they would be accepted. Moreover, from his comments, this wasn't the first time he had done so.

On the tape, an activist is heard asking Neeman "how to get them released." Neeman responded: "I already gave you the solutions. Unfortunately, they're acting contrary to my advice, and that damages things."

The activist asked Neeman to elaborate, and the minister replied: "I said a separate request should be submitted in the name of each individual, not a [group] application by Honenu," referring to an organization that provides legal services to Jewish security prisoners. "A separate request with the reasons for each individual, and then they can be discussed. Okay? Separate requests get discussed.

"I said, applications with personal reasons for each individual, so that they can be passed on to the president. The president has to decide on this matter, and I'll countersign anything the president signs. I said this very clearly."

The activist then asked Neeman whether this is what was done for the Palestinians released in the Shalit deal.

"No, it wasn't like that with the Arabs," Neeman replied. "With the Arabs, there was a political decision. Do you want us to make this a political decision? There would be a bagatz [petition to the High Court of Justice].

"Why are you making these mistakes? We're giving you guidance on how to solve the problem. Each individual with his own reasons."

The activist said the rumor was that President Shimon Peres "would give a green light."
"The president has to give a signature, not a green light," Neeman replied. "Green lights are for the road ... Excuse me, but by law, I countersign the president's signature. Anything the president signs, I'll sign; I'll countersign his signature.

"He knows there are recommendations regarding each individual. You need to detail the recommendations in each case, and therefore, you need individual applications. That's the only way it'll work. I said this four weeks ago already."

The activist then asked whom he and his colleagues needed to talk to about the matter, and Neeman replied: "The [Justice Ministry's] pardons department. If you provided all the details, it will reach my desk ... When it reaches me, I'll deal with it immediately ... No file stays with me for more than one night."

The terrorists whose release the activists sought included Ami Popper, convicted of killing seven Palestinians at a Rishon Letzion bus stop in 1990, and members of the so-called Bat Ayin underground, three settlers convicted of attempting to bomb a Palestinian girls' school in East Jerusalem in 2002.

Asked for comment on Tuesday, Neeman's office replied: "Every request for a pardon submitted to the justice minister is examined on its merits by the relevant Justice Ministry professionals."

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Israeli activist: Checkpoint at J’lem refugee camp form of “ethnic cleansing”

22 December 2011, +972 Magazine http://972mag.com (Israel)

Mya Guarnieri*


Approximately 30 Palestinians, Israelis, and internationals gathered at the edge of Shu’fat refugee camp on Sunday to protest a new Israeli checkpoint, which opened on December 12 and that an Israeli activist likened to a form of “ethnic cleansing.” Palestinian kids threw stones; Israeli police fired rubber-coated bullets at the children.
Palestinians, Israelis, and internationals protest the new permanent checkpoint at Shu'fat. (Photo: Mya Guarnieri)

A number of local Palestinian activists were reportedly arrested prior to the demonstration.

The small group of protesters stood in the roundabout closest to the new checkpoint, holding signs and giving speeches. Israeli police approached and asked the group to move 20 meters back because the protesters were “bothering” them. The demonstrators responded that the checkpoint bothered them and refused to move.

After a tense stand-off, the police left and the protest continued.

“This [checkpoint] has nothing what so ever to do with security,” Jeff Halper, a co-founder of the Israeli Commitee Against House Demolitions, said. “There are Palestinians on both sides of the border. [The checkpoint] has one purpose–to concentrate 50,000 Palestinians on one side of the [separation] wall so their residency can eventually be revoked.”

Halper added that the checkpoint represented “ethnic cleansing.”

Shu’fat refugee camp was founded by Jordan in 1966. Today, it is home to approximately 50,000 Palestinians. It is located in the eastern part of the city and falls inside of Israeli-drawn municpality lines.

Many of the residents hold Jerusalem residency. But to keep this status, they must prove that Jerusalem remains the “center” of their life. According to activists, the checkpoint–which separates one area of Jerusalem from another, impeding freedom of movement–makes this already difficult task more difficult. Scores of Palestinian residents of Jerusalem lose their residency rights every year; 2008 marked an all-time high, with the Israeli government stripping over 4000 Palestinians of their status. Between 1967 and 2010, Israel revoked the residency of over 13,000 Palestinian Jerusalemites.

Jaber Mouheisen, head of the Shu’fat’s Popular Committee, called the checkpoint illegal. “We carry Israeli ID cards…This is our right to live here and move freely.”
He added that the occupation would fall “sooner or later.”

As the protest dispersed, small children threw stones towards the checkpoint. Israeli police fired rubber-coated bullets. After the kids continued, police entered the refugee camp with their weapons drawn. Israeli protesters appealed to them to leave, saying their presence and their weapons were a provocation. The police retreated to the roundabout near the checkpoint.

When asked via email about the purpose of the new checkpoint at Shu’fat refugee camp and whether it was intended to separate Jerusalem residents from other areas of the city, Israeli officials did not respond.

This post originally appeared on the Alternative Information Center website.

*Mya Guarnieri is a Jerusalem-based journalist and writer whose work has appeared in dozens of publications spanning the US to India, including Foreign Policy, The Guardian, Al Jazeera English, The National, Counter Punch, The Boston Review, and Caravan. She has been invited to serve as a commentator on Israel/Palestine on the BBC and Al Jazeera, among others. Mya holds undergraduate degrees in Psychology and English from the University of Florida and a Master's of Fine Arts in Creative Writing from Florida State University. Her short stories have appeared in The Kenyon Review, Narrative, and elsewhere. She is currently working with an agent on a book about migrant workers in Israel.

Contact myaguarnieri@gmail.com

LETTER FROM A “JEWISH VOICE FOR PEACE” SUPPORTER

Jewish Voice for Peace http://jewishvoiceforpeace.org (USA)
info@jewishvoiceforpeace.org

My name is Tom Pessah. I'm an Israeli sociology student. I study in the U.S., but right now I’m back home in Israel for my research.

I’m also an activist, which is how I came to know and love Jewish Voice for Peace (JVP).

Here’s the truth. It’s hard for me, and for so many of my Israeli and Palestinian friends and allies, to stay hopeful. The obstacles to peace in our homeland seem huge. But I’ll tell you where we get our inspiration when we really need it: Jewish Voice for Peace.

You see, like many, I’ve come to believe the only way we can ever end all of this suffering is through a massive, united, Arab-Jewish movement for a just peace. The alternative is to let the pro-occupation, pro-war forces divide us.

From where I sit, Jewish Voice for Peace is simply crucial for this movement towards lasting peace. And their work is just amazing. That’s why I support them, and why I hope you will too by making a tax-deductible year-end donation to JVP today.

Some of the reasons that I support JVP:

• They powerfully stood (and continue to stand) against the persecution of Muslim UC Irvine students who protested against the Israeli ambassador for being complicit in the attack on Gaza.
• They were able to provide massive support for the Palestinian-led effort to desegregate buses in the West Bank. I know how important this campaign has been to my Palestinian friends.
• And they gave immense backing to the beautiful multi-ethnic coalition that formed in my school, UC Berkeley, to demand divestment from American arms manufacturers accused of war crimes in Palestine.

This is exactly the kind of work that gives me hope, and I’m certain that we are going to win. But I’m impatient: I want it to happen faster! This is where you come in. When people like you and me contribute to Jewish Voice for Peace, they actually can move faster and do more. That matters.

And if what I’ve said so far hasn’t moved you to give, I hope the excerpt below will. It’s from a letter I just sent to a Jewish-American academic, about an aspect of life in Israel not even many Israeli Jews know about. And it illustrates exactly why the JVP way of joining together with Palestinian and Arab allies is the only way.

Dear Professor,

I'm Jewish and I didn't grow up with Palestinian Arabs, even though they are 20% of the population here, because the country is so highly segregated. In Tel Aviv, I lived for twenty years without even knowing one person who had Arab friends—not schoolmates, not romantic partners, not comrades in youth movements.

Apart from the servers in cheap cafes, or strangers in Jaffa, most of the Arabs I saw were on TV. I only made some good Arab friends when I was in university, when we are finally 'allowed' to mix. I want to share what they told me about what the Jewish state is like for them. The names are fictitious, but the people are real.

I went to visit my friend Maha in Haifa a few weeks ago. We were driving and she opened the window to ask another driver some directions, in Arabic. I asked how she knew he was a Palestinian citizen of Israel, because despite growing up in Israel I can't physically distinguish most Arabs from Mizrachim (Jews of Middle Eastern descent), unless they are wearing some distinctive clothing.

She said it isn't in the physical features but in the body language: Palestinian citizens of Israel can often recognize each other through their behavior, which essentially boils down to fearfulness and discomfort.

She can see it in the face of a driver in a car on the other side of the road. Fear of politicians that constantly threaten to transfer them out of their homes, just like the government is currently displacing thousands of Bedouins in the Negev.

Or fear of protesting, or saying too much on the phone and being invited to a "friendly conversation", because the Shabak (security service) may be listening.

Maha tried to find an apartment in Tel Aviv for several months, sleeping on friends' couches. It took many weeks until they found a landlord willing to rent to an Arab—then she was fired from her job as a waitress because she talked in Arabic to the cook in the kitchen.

A couple of weeks later I visited another friend, Amal, who lives in Nazareth. She took me past the local courthouse, which for her is the place from which sharpshooters aimed at unarmed Arab protesters in 2000, when the state killed 13 of its own citizens.

She refers to Nazareth as "the ghetto", where Arabs are forced to buy flats at prohibitive prices because so much of the land around the city has been expropriated to create neighborhoods primarily meant for Jews.

Though there are open letters circulating against renting apartments to Arabs, she managed to find a house in one of those neighborhoods, with only one other Arab family in the area. Her husband is worried that they won't be able to pay the mortgage if someone burns down their house.

Professor, I'm Jewish, and I don't want to live in a state where so many people are fearful and discriminated against. I don’t want to live in a state that oppresses its Palestinian citizens in exactly the ways we were oppressed in other countries.

I don't want them to feel out of place in their own country. We Jews have legitimate concerns, Israel should stay as a haven for Jews who are persecuted, but keeping it as a Jewish state in the form it is now is just incredibly cruel.

If you don't speak up loudly and clearly and consistently about this oppression, and if you don't say a word about the refugees, who are the relatives of Maha, and Amal and would like to be able to live close to them—just as my British relatives could come to Tel Aviv and live with me—you don't enable a joint Jewish-Arab movement to develop. You don’t ally yourself with kind, generous and conscientious people like them, the best friends and fellow citizens anyone could wish for.


If you’ve read this long message, thank you. I couldn’t think of a better way to tell the story of life here and of just why Jewish Voice for Peace matters. I hope you’ll give to them. I understand that right now is the time to give—a group of donors will match every contribution dollar for dollar until December 31. They need it. We need it.

Thank you for reading. Thank you for giving.

In peace,

Tom Pessah, Jewish Voice for Peace supporter

STÉPHANE HESSEL: 'OS BANCOS ESTÃO CONTRA A DEMOCRACIA'

21 Dezembro 2011, Carta Maior http://www.cartamaior.com.br (Brasil)

Aos 94 anos, depois de lutar na Resistência, sobreviver aos campos nazistas e escrever a Declaração Universal dos Direitos Humanos, Stéphane Hessel publicou um livrinho de 32 páginas, "Indignem-se", que teve eco global. Em entrevista ao Página/12 ele fala sobre sua obra e critica o ultra liberalismo predador, a servidão da classe política ao sistema financeiro, a anexação da política pela tecnocracia financeira, as indústrias que destroem o planeta e a ocupação israelense da Palestina.

Eduardo Febbro, Página/12 http://www.pagina12.com.ar (Argentina)
Data: 19/12/2011


A revolta não tem idade nem condição. Nos seus afáveis, lúcidos e combativos 94 anos, Stéphane Hessel encarna um momento único na história política humana: ter conseguido desencadear um movimento mundial de contestação democrática e cidadã com um livro de escassas 32 páginas: "Indignem-se". O livro foi lançado na França em outubro de 2010 e em março de 2011 se converteu no alicerce do movimento espanhol dos indignados.

O quase um século de vida de Stéphane Hessel se conectou primeiro com a juventude espanhola que ocupou a Puerta del Sol e depois com os demais protagonistas da indignação que se tornou planetária: Paris, Londres, Roma, México, Bruxelas, Nova York, Washington, Tel-Aviv, Nova Déli, São Paulo. Em cada canto do mundo e sob diferentes denominações, a mensagem de Hessel encontrou um eco inimaginável.

Seu livro, entretanto, não contém nenhum discurso ideológico, menos ainda algum chamado à excitação revolucionária. Indignem-se é, ao mesmo tempo, um convite a tomar consciência sobre a forma calamitosa em que estamos sendo governados, uma restauração nobre e humanista dos valores fundamentais da democracia, um balde de água fria sobre a adormecida consciência dos europeus convertidos em consumidores obedientes e uma dura defesa do papel do Estado como regulador. Não deve existir na história editorial um livro tão curto com um alcance tão extenso.

Quem olhe a mobilização mundial dos indignados pode pensar que Hessel escreveu uma espécie de panfleto revolucionário, mas nada é mais estranho a essa idéia. "Indignem-se" e os indignados se inscrevem em uma corrente totalmente contrária a que se desatou nas revoltas de Maio de 68. Aquela geração estava contra o Estado. Ao contrário, o livro de Hessel e seus adeptos reivindicam o retorno do Estado, de sua capacidade de regular. Nada reflete melhor esse objetivo que um dos slogans mais famosos que surgiram na Puerta del Sol: “Nós não somos anti-sistema, o sistema é anti-nós”.

Em sua casa de Paris, Hessel fala com uma convicção na qual a juventude e a energia explodem em cada frase. Hessel tem uma história pessoal digna de uma novela e é um homem de dois séculos. Diplomata humanista, membro da Resistência contra a ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial, sobrevivente de vários campos de concentração, ativo protagonista da redação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, descendente da luta contra essas duas grandes calamidades do século XX que foram o fascismo e o comunismo soviético. O nascente século XXI fez dele um influente ensaísta.

Quando seu livro saiu na França, as línguas afiadas do sistema liberal desceram sobre ele um aluvião de burlas: “o vovozinho Hessel”, o “Papai Noel das boas consciências”, diziam no rádio e na televisão os marionetes para desqualificá-lo. Muitos intelectuais franceses disseram que essa obra era um catálogo de banalidades, criticaram seu aparente simplismo, sua superficialidade filosófica, o acusaram de idiota e de anti-semita. Até o primeiro-ministro francês, François Fillon, desqualificou a obra dizendo que “a indignação em si não é um modo de pensamento”. Mas o livro seguiu outro caminho. Mais de dois milhões de exemplares vendidos na França, meio milhão na Espanha, traduções em dezenas de países e difusão massiva na Internet.

O ultra liberalismo predador, a corrupção, a impunidade, a servidão da classe política ao sistema financeiro, a anexação da política pela tecnocracia financeira, as indústrias que destroem o planeta, a ocupação israelense da Palestina, em suma, os grandes devastadores do planeta e das sociedades humanas encontraram nas palavras de Hessel um inimigo inesperado, um “argumentário” de enunciados básicos, profundamente humanista e de uma eficácia imediata. Sem outra armadura além de um passado político de social-democrata reformista e um livro de 32 páginas, Hessel opôs ao pensamento liberal consumista e ao consenso um dos antídotos que eles mais temem, ou seja, a ação.

Não se trata de uma obra de reflexão política ou filosófica, mas de uma radiografia da desarticulação dos Estados, de um chamado à ação para que o Estado e a democracia voltem a ser o que foram. O livro de Hessel se articula em torno da ação, que é precisamente ao que conduz à indignação: resposta e ação contra uma situação, contra o outro. O que Hessel qualifica como mon petit livre é uma obra curiosa: não há nenhuma novidade nela, mas tudo o que diz é uma espécie de síntese do que a maior parte do planeta pensa e sente cada manhã quando se levanta: exasperação e indignação.

– Você foi, de alguma maneira, o homem do ano. Seu livro foi sucesso mundial e acabou se convertendo no foco do movimento planetário dos indignados. Houve, de fato, duas revoluções quase simultâneas no mundo, uma nos países árabes e a que você desencadeou em escala planetária.

– Nunca previ que o livro tivesse um êxito semelhante. Ao escrevê-lo, havia pensado em meus compatriotas para dizer a eles que o modo no qual estão sendo governados propõe interrogações e que era preciso indignar-se diante dos problemas mal solucionados. Mas não esperava que o livro fosse lançado em mais de quarenta países nos quatro pontos cardeais. Mas eu não me atribuo nenhuma responsabilidade no movimento mundial dos indignados. Foi uma coincidência que o meu livro tenha aparecido no mesmo momento em que a indignação se expandia pelo mundo. Eu só convidei as pessoas a refletirem sobre o que elas acham inaceitável. Acho que a circulação tão ampla do livro se deve ao fato de que vivemos um momento muito particular da história de nossas sociedades e, em particular, desta sociedade global na qual estamos imersos há dez anos. Hoje vivemos em sociedades interdependentes, interconectadas. Isto muda a perspectiva. Os problemas aos que estamos confrontados são mundiais.

–As reações que seu livro desencadeou provam que existe sempre uma pureza moral intacta na humanidade?

O que permanece intacto são os valores da democracia. Depois da Segunda Guerra Mundial resolvemos problemas fundamentais dos valores humanos. Já sabemos quais são esses valores fundamentais que devemos tratar de preservar. Mas quando isto deixa de ter vigência, quando há rupturas na forma de resolver os problemas, como ocorreu após os atentados de 11 de setembro, da guerra no Afeganistão e no Iraque e a crise econômica e financeira dos últimos quatro anos, tomamos consciência de que as coisas não podem continuar assim. Devemos nos indignar e nos comprometer para que a sociedade mundial adote um novo curso.

– Quem é responsável de todo este desastre? O liberalismo ultrajante, a tecnocracia, a cegueira das elites?

– Os governos, em particular os governos democráticos, sofreram uma pressão por parte das forças do mercado à qual não souberam resistir. Essas forças econômicas e financeiras são muito egoístas, só buscam o beneficio em todas as formas possíveis sem levar em conta o impacto que essa busca desenfreada do lucro tem nas sociedades. Não lhes importa nem a dívida dos governos, nem os ganhos medíocres das pessoas. Eu atribuo a responsabilidade de tudo isto às forças financeiras. Seu egoísmo e sua especulação exacerbada são também responsáveis pela deterioração do nosso planeta. As forças que estão por trás do petróleo, da energia não-renovável nos conduzem a uma direção muito perigosa.

O socialismo democrático teve seu momento de glória depois da Segunda Guerra Mundial. Durante muitos anos tivemos o que se chama Estados de providência. Isto derivou em uma boa fórmula para regular as relações entre os cidadãos e o Estado. Mas depois nos distanciamos desse caminho sob a influência da ideologia neoliberal. Milton Friedman e a Escola de Chicago disseram: “deixem a economia com as mãos livres, não deixem que o Estado intervenha”. Foi um caminho equivocado e hoje nos damos conta de que nos encerramos em um caminho sem saída. O que aconteceu na Grécia, Itália, Portugal e Espanha nos prova que não é dando cada vez mais força ao mercado que se chega a uma solução. Não. Essa tarefa compete aos governos, são eles que devem impor regras aos bancos e às forças financeiras para limitar a sobre exploração das riquezas que eles detêm e a acumulação de benefícios imensos enquanto os Estados se endividam. Devemos reconhecer que os bancos estão contra a democracia. Isso não é aceitável.

– É chocante comprovar a indiferença da classe política ante a revolta dos indignados. Os dirigentes de Paris, Londres, Estados Unidos, em suma, ali onde estourou este movimento, se omitiram diante das reivindicações dos indignados.

– Sim, é verdade. Por enquanto se subestimou a força desta revolta e desta indignação. Os dirigentes disseram uns aos outros: isto nós já vimos antes, em Maio de 68, etc., etc. Acho que os governos se equivocaram. Mas o fato de que os cidadãos protestem pela forma em que estão sendo governados é algo muito novo e essa novidade não se deterá. Predigo que os governos se verão cada vez mais pressionados pelos protestos contra a maneira em que os Estados são governados. Os governos se empenham em manter o sistema intacto. Entretanto, o questionamento coletivo do funcionamento do sistema nunca foi tão forte como agora. Na Europa atravessamos um momento muito denso de questionamento, tal como aconteceu antes na América Latina. Eu estou muito orgulhoso pela forma como a Argentina soube superar a gravidade da crise. Isto prova que é possível atuar e que os cidadãos são capazes de mudar o curso das coisas.

–De alguma maneira, você acendeu a chama de uma espécie de revolução democrática. Entretanto, não convocou uma revolução. Qual é então o caminho para romper o cerco no qual vivemos? Qual é a base do renascimento de um mundo mais justo?


– Devemos transmitir duas coisas às novas gerações: a confiança na possibilidade de melhorar as coisas. As novas gerações não devem perder a esperança. Em segundo lugar, devemos fazê-los tomar consciência de tudo o que está se fazendo atualmente e que está no sentido correto. Penso no Brasil, por exemplo, onde houve muitos progressos, penso na presidenta Cristina Fernández de Kirchner, que também fez as coisas progredirem muito, penso também em tudo o que se realiza no campo da economia social e solidária em tantos e tantos países. Em tudo isto há novas perspectivas para encarar a educação, os problemas da desigualdade, os problemas ligados à água. Tem gente que trabalha muito e não devemos subestimar seus esforços, inclusive se o que se consegue é pouco por causa da pressão do mundo financeiro. São etapas necessárias.

Acho que, cada vez mais, os cidadãos e as cidadãs do mundo estão entendendo que o seu papel pode ser mais decisivo na hora de fazer entender aos governos, que são responsáveis pela vigência dos grandes valores, que esses mesmos governos estão deixando de lado. Há um risco implícito: que os governos autoritários acabem empregando a violência para calar as revoltas. Mas acho que isso já não é mais possível. A forma pela qual os tunisianos e os egípcios se livraram de seus governos autoritários mostra duas coisas: uma, que é possível; dois, que com esses governos não se progride. O progresso só é possível se for aprofundada a democracia. Nos últimos 20 anos a América Latina progrediu muitíssimo graças ao aprofundamento da democracia.

Em escala mundial, mesmo com as coisas que se conseguiram, mesmo com os avanços que se obtiveram com a economia social e solidária, tudo isto é extremamente lento. A indignação se justifica nisso: os esforços realizados são insuficientes, os governos foram débeis e até os partidos políticos da esquerda sucumbiram ante a ideologia neoliberal. Por isso devemos nos indignar. Se os meios de comunicação, se os cidadãos e as organizações de defesa dos direitos humanos forem suficientemente potentes para exercer uma pressão sobre os governos as coisas podem começar a mudar amanhã.

– Pode-se mudar o mundo sem revoluções violentas?

Se olharmos para o passado, veremos que os caminhos não-violentos foram mais eficazes que os violentos. O espírito revolucionário que empolgou o começo do século XX, a revolução soviética, por exemplo, conduziram ao fracasso. Homens como o checo Vaclav Havel, Nelson Mandela ou Mijail Gorbachov demonstraram que, sem violência, podem-se obter modificações profundas. A revolução cidadã que assistimos hoje pode servir a essa causa. Reconheço que o poder mata, mas esse mesmo poder se vai quando a força não-violenta ganha. As revoluções árabes nos demonstraram a validade disto: não foi a violência quem fez cair os regimes de Túnis e do Egito. Não, nada disso. Foi a determinação não violenta das pessoas.

– Em que momento você acha que o mundo se desviou de sua rota e perdeu sua base democrática?

– O momento mais grave se situa nos atentados de 11 de setembro de 2001. A queda das torres de Manhattan desencadeou uma reação do presidente estadunidense George W. Bush extremamente prejudicial: a guerra no Afeganistão, por exemplo, foi um episodio no qual se cometeu horrores espantosos. As conseqüências para a economia mundial foram igualmente muito duras. Foram gastas somas consideráveis em armas e na guerra em vez de colocá-las à disposição do progresso econômico e social.

– Você marca com muita profundidade um dos problemas que permanecem abertos como uma ferida na consciência do mundo: o conflito israelense-palestino.

– Este conflito dura há 60 anos e ainda não se encontrou a maneira de reconciliar estes dois povos. Quando se vai à Palestina voltamos traumatizados pela forma como os israelenses maltratam seus vizinhos. A Palestina tem direito a um Estado. Mas também tem que reconhecer que, ano após ano, presenciamos como aumenta o grupo de países que estão contra o governo israelense, por sua incapacidade de encontrar uma solução. Pudemos constatar isso com a quantidade de países que apoiaram o presidente palestino Mahmud Abbas, quando pediu, diante das Nações Unidas, que a Palestina seja reconhecida como um Estado de pleno direito no seio da ONU.

– Seu livro, suas entrevistas e mesmo este diálogo demonstram que, apesar do desastre, você não perdeu a esperança na aventura humana.

Não, pelo contrário. Acho que diante das gravíssimas crises que atravessamos, de repente o ser humano acorda. Isso aconteceu muitas vezes ao longo dos séculos e desejo que volte a ocorrer agora.

– “Indignação” é hoje uma palavra-chave. Quando você escreveu o livro, foi essa palavra a que o guiou?

A palavra indignação surgiu como uma definição do que se pode esperar das pessoas quando abrem os olhos e vêem o inaceitável. Pode-se adormecer um ser humano, mas não matá-lo. Em nós há uma capacidade de generosidade, de ação positiva e construtiva que pode despertar quando assistimos a violação dos valores. A palavra “dignidade” figura dentro da palavra “indignidade”. A dignidade humana desperta quando é encurralada. O liberalismo bem que tentou anestesiar essas duas capacidades humanas - a dignidade e a indignação-, mas não conseguiu.

Tradução: Libório Júnior

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

ISRAEL AHORA VA POR EL AGUA Y LA ELECTRICIDAD

13 Diciembre 2011, IPS

Eva Bartlett

"El agua es vida, no es un juguete que se puede sacar porque sí", protestó Maher Najjar, subdirector general de la Empresa de Agua de las Municipalidades Costeras de Gaza, respecto de la amenaza de Israel de cortar la electricidad y otros servicios básicos en este territorio palestino.

"Repercutirá en todo, el agua potable y la que se usa para lavar, el saneamiento, los hospitales, las escuelas y los niños y niñas", indicó Ahmed al-Amrain, jefe de información de la Autoridad de Recursos Nacionales y de Energía de Palestina.

La Compañía Eléctrica de Israel es responsable de 60 por ciento del consumo de la franja de Gaza, que paga la población gazatí a través de impuestos recaudados por autoridades israelíes.

Además, Gaza compra cinco por ciento de su consumo a Egipto y trata de cubrir el restante 35 por ciento con plantas solares, pese a que durante el bombardeo israelí de 2006 fueron destruidos seis de sus transformadores.

El 26 de noviembre el vicecanciller de Israel, Danny Ayalon, amenazó con cortar la energía eléctrica, el agua y las conexiones a la infraestructura de Gaza, que sirve a los 1,6 millones de habitantes de este territorio palestino.

"Este es el verdadero significado de castigo colectivo", indicó Jaber Wishah, subdirector del Centro Palestino de Derechos Humanos. "Niños, niñas, mujeres, ancianos, pacientes, estudiantes, todos son amenazados", añadió.

Tras las elecciones parlamentarias de 2006, en las que Hamás (acrónimo árabe de Movimiento de Resistencia Islámica) obtuvo la mayoría, Israel sometió a Gaza a un asedio cada vez más estricto, privando a los palestinos de bienes esenciales y básicos, como animales de cría, medicamentos, maquinaria, repuestos y gasóleo para las centrales de generación eléctrica.

"Desde hace años, Israel corta sin cesar la electricidad y destruye infraestructura, pero esta es la primera vez que amenaza directamente con suspender todo", remarcó Wishah. "Es absurdo chantajear a la población por cuestiones políticas", añadió.

Además es ilegal.

Wishah y la organización israelí de derechos humanos Gisha, señalaron que Israel mantiene una ocupación militar y controla la franja de Gaza, pese al retiro en 2005 de colonos judíos y bases del ejército.

La legislación internacional estipula que el estado judío es responsable del bienestar de los gazatíes y debe garantizar la electricidad, el agua y el buen funcionamiento de la infraestructura, señaló Gisha.

Desde 2007, Israel limita el ingreso a Gaza de combustible y gasóleo industrial, lo que genera cortes de electricidad en todo el territorio de entre ocho y 12 horas y perturba los servicios de agua, saneamiento, salud y educación.

"Técnicos palestinos, y la compañía de electricidad israelí, pidieron al gobierno que reparara la línea principal que se dañó. Pero se negó", indicó Ahmed al-Amrain.

La falta de electricidad "obligará a las familias a comprar gasóleo para hacer funcionar pequeños generadores domésticos, propensos a causar accidentes graves y quemaduras", apuntó.

Más de 100 palestinos murieron en 2009 y el primer trimestre de 2010, según un informe de la organización humanitaria Oxfam, debido a incendios provocados por generadores domésticos y a la inhalación de monóxido de carbono.

Son aparatos que permiten el funcionamiento de maquinas vitales durante los cortes de energía, pero no sirven para otros servicios como el lavado de ropa.

"No hay suficiente electricidad", indicó Amrain. "Hay solo para emergencias y por periodos cortos, no de forma continua. No son una solución alternativa", remarcó.

"Será una catástrofe si Israel corta la electricidad. La mitad de la población no tendrá agua", indicó Maher Najjar, de la Empresa de Agua de las Municipalidades Costeras de Gaza.

Actualmente 95 por ciento del agua subterránea no es potable, de acuerdo a estándares de la Organización Mundial de la Salud (OMS), que señala que los nitratos, que se cree son cancerígenos, ascienden a 330 miligramos por litro, muy por encima de los 50 miligramos aceptados.

"Desde 2000 tenemos planes para reparar y ampliar proyectos de agua en Gaza, pero hasta ahora solo siete de los 100 fueron terminados", indicó Najjar.

Solo 10 por ciento de los 1,6 millones de gazatíes tienen agua todos los días, 40 por ciento, cada dos días y una proporción similar cada tres días, en tanto 10 por ciento tiene una vez cada cuatro días, detalló.

"Israel perforó unos 1.000 pozos alrededor de la franja de Gaza para propio uso. Corta el flujo de agua antes de que llegue aquí", observó. Najjar.

Mekorot, la compañía israelí de agua, suministra solo cinco por ciento del recurso, pero lo que más preocupa a la población es el corte de electricidad y de otros servicios. "El cloro es vital para purificar el agua. Sin él, no podemos extraer ni una sola gota", explicó.

Ya se vierten al mar 80 millones de litros de aguas servidas al día, parcialmente tratadas o sin ningún tratamiento, debido a la falta de instalaciones adecuadas para hacerlo o de electricidad suficiente.

La OMS registró en 2008 niveles peligrosos de bacterias fecales en un tercio de la costa de Gaza. Dos años después, la Agencia de las Naciones Unidas para los Refugiados de Palestina señaló que diarrea aguda hemorrágica y hepatitis viral son las principales causas de la morbilidad en este territorio.

"Necesitamos tener electricidad de forma continua para bombear las aguas servidas a las plantas de tratamiento", indicó Najjar. "Los generadores son alternativas para los cortes de electricidad, pero sin un suministro continuo, los desperdicios inundarán las calles", alertó.

Una pileta de aguas residuales de Beit Lahiya se desbordó en agosto de 2007 y murieron ahogados cinco residentes de una aldea vecina.

Hamás sostiene que aceptará un estado palestino dentro de las fronteras de 1967, que Israel todavía debe definir, pero sigue desdibujando al ampliar los asentamientos ilegales en los territorios palestinos que ocupa.

"Creo que la amenaza de los israelíes es seria", indicó Wishah. "Porque no les importa la opinión ni las leyes ni convenciones internacionales, como las de Ginebra, que firmaron y que prohíben el castigo colectivo. Se sienten por encima de la ley y están por fuera de toda persecución legal", añadió.

http://www.ipsnoticias.net/nota.asp?idnews=99774

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

LIBERTAD PARA ISRA SALHAB


The Beirut Herald بيروت هيرالد http://www.thebeirutherald.com.ar (Argentina)
thebeirutherald@yahoo.fr

9 Diciembre 2011, Al-Ajad 12 Muharram 1433,Año:XVI-Año:1 Nº:108

Jerusalem: Hundreds rally against women's discrimination

8 December 2011, Communist Party of Israel המפלגה הקומוניסטית הישראלית http://maki.org.il

Hundreds of people gathered in the center of West Jerusalem yesterday (Wednesday) in protest of religious elements' demands to limit women's role in Israel public life. Various female performers who took part in the rally said they were there "to cry out for the Israeli women, who are pushed to society's sidelines by extremist religious leaders."

This is the third event to take place in the Capital following a number of incidents in which women were shunned from the public eye, including the removal of women figures from ad campaigns and separation of sexes during the Simchat Torah celebrations in Mea Shearim.

Singers Achinoam Nini, Ania Bukstein, Aya Korem, Yael Deckelbaum and several female bands performed during the protest rally, while members of the Tarantina band appeared on stage with head covers.

Israel given one week to reply to petition against segregation at ultra-Orthodox schools

9 december 2011, Haaretz הארץ (Israel)

Petitioners seek to stop 'apartheid-like' ethnic segregation at ultra-Orthodox girls high schools.

By Talila Nesher

The High Court of Justice Thursday instructed Education Minister Gideon Sa'ar, the Education Ministry and mayors of Jerusalem, Bnei Brak, Modi'in Ilit and Betar Ilit to reply in a week to a petition demanding an end to quotas restricting Sephardi girls' admission to state-funded ultra-Orthodox girls high schools.

The petitioners, Noar Kahalacha organization and social activist Yoav Laloum, sought to stop the "apartheid-like" ethnic segregation at ultra-Orthodox girls high schools. They also asked the court to issue an interim injunction forbidding the schools to start registration for the next school year until the court hears the petition.

The petitioners, who headed the fight against ethnic segregation at the Beit Yaakov school in the West Bank settlement Immanuel in 2008, are also demanding to revoke the licenses and state funding of all the schools that discriminate against Sephardi girls.

Justice Edna Arbel said in her ruling yesterday the court will hear the petition soon.

MK Chaim Amsellem (Shas ) commended the petition. "The Education Ministry is collaborating with the schools' principals and Haredi parties to silence the problem and perpetuate the discrimination. Shas, which was formed to uproot this problem, does nothing...its leaders are afraid their children will be taken out of the Ashkenazi schools," he said.

Shas chairman MK Eli Yishai said "Shas acted and is acting to establish more high schools and other schools. Only this week the Knesset held a debate we initiated on a proposal to prevent discrimination in schools."

"The main problem is not the state funding but the moral turpitude this discriminative policy brands our society with," said prominent educator and public figure Rabbi Shai Piron, Director-General of Hakol Hinuch, the Movement for the Advancement of Education in Israel.