לקראת הדיון באו"ם: במרכז תל-אביב הפגינו למען
המדינה הפלסטינית
שישי, 30 נובמבר 2012 18:24
|
כאלף בני אדם השתתפו בעצרת שנערכה אמש (חמישי)
ברחוב רוטשילד, מול "היכל העצמאות", שבמרכז תל-אביב למען מדינה
פלסטינית עצמאית לצידה של ישראל. העצרת נערכה ביוזמה של מספר ארגונים ובהם פורום
ארגוני השלום, חד"ש, גוש שלום, שלום עכשיו, ונציגים ממרצ. המפגינים קראו
קריאות תמיכה ברעיון שתי מדינות לשני עמים ונשאו שלטים שעליהם נכתב "מדינה
פלסטינית - אינטרס ישראלי" ו"שתי מדינות לשני עמים". המפגינים גם
ביכרו על המהלך הפלסטיני באו"ם ואמרו כי זה צעד חשוב בדרך להקמת שתי מדינות
זו לצד זו. הם מחו על כוונת ישראל להתנגד לצירופה של פלסטין לאו"ם כמדינה
משקיפה. מאחורי הנואמים הונפו דגלי ישראל ופלסטין.
שורה ארוכה של נואמים לקחו חלק באירוע, ובהם:
נבילה אספניולי, מס' 5 ברשימת מועמדי חד"ש בבחירות הקרובות. סופיאן
אבו-זיידה, בכיר בפתח ושר לשעבר בממשלה הפלסטינית, שהשתתף אף הוא בהפגנה בתל
אביב. "אני שמח לבוא ישר מעזה לתל אביב ולפגוש חברים שכבר לפחות 20 שנה
אנחנו נפגשים ומנסים להשיג את השלום", אמר אבו-זיידה. "כמה אני שמח
שברגע שיש הפגנות ברמאללה ובעזה גם בתל אביב חוגגים את היום הזה שהפלסטינים
מקבלים מעמד של מדינה לא חברה באו"ם. אני רוצה להודות לכל אלה שבאו לכאן.
המסר שעובר לפלסטינים זה שעדיין יש אנשים בישראל שמאמינים בשתי מדינות לשני
עמים. יש שפויים בישראל. יש אנשים שמאמינים שצריך לשים קץ לכיבוש. די, נמאס לנו.
הפלסטינים רוצים מדינה שתחיה בשלום לצדה של מדינת ישראל"
ד"ר נאווה זוננשיין, מנהלת בית ספר
"וואחד אל סאלאם" בנווה שלום, אמרה בנאומה: "באנו לכאן לתמוך בך,
אבו מאזן, ובעם הפלסטיני. אתה בחרת במאבק לא אלים ואנו מכבדים את זה, בעוד
הממשלה מדברת עם מי שיורה טילים. הפלסטינים לא יכולים לחכות יותר, בואו נעבוד
יחד לשינוי המציאות". בעצרת הופיעה הזמרת מירה עווד, שאמרה כי היא מאושרת
לעמוד תחת שני דגלים. "אני מאושרת מיוזמת אבו מאזן ועצובה מאוד מהאטימות
והסירוב הלא מובן לתת סוף סוף צ'אנס לעם הפלסטיני להתקדם בחיים".
הצבעה
היסטורית באו"ם
באולם העצרת הכללית של האו"ם בניו יורק
נערכה אמש (חמישי) ההצבעה ההיסטורית של בקשת הרשות הפלסטינית להכיר בה כמדינה
משקיפה שאינה חברה באו"ם. הבקשה התקבלה ברוב גורף של 138 מדינות תומכות מול
תשע מתנגדות בלבד. בין התומכות בבקשה הפלסטינית נרשמו סין, הודו, רוסיה, יפן
וחלק גדול ממדינות אירופה - צרפת ואיטליה בראשן, כמו גם אוסטריה, ספרד, פורטוגל,
נורבגיה, דנמרק, קובה, ונצואלה, אירלנד ועוד. בפתח הדיון נשא יו"ר הרשות
הפלסטינית, מחמוד עבאס (אבו מאזן), נאום בו האשים את ישראל במעשים ברבריים כלפי
הפלסטינים. בהמשך נאומו, שב אבו מאזן והתייחס למבצע "עמוד ענן"
ובתגובת העולם למערכה. לדבריו, "התוקפנות הישראלית נגד עמנו ברצועת עזה
הוכיחה שוב כמה דחוף זה לשים קץ לכיבוש הישראלי, ולאפשר לעמנו לזכות בחירות
ובעצמאות. תוקפנות זו גם הוכיחה את דבקותה של הממשלה הישראלית במדיניות הכיבוש,
בכוח הזרוע ובמלחמה, שבתורם מחייבים את הקהילה הבינלאומית לשאת באחריותה כלפי
העם הפלסטיני וכלפי השלום".
"לא באנו לכאן כדי לעשות דה-לגיטימציה
למדינה שהתבססה לפני שנים – ישראל - אלא כדי לאשר את הלגיטימיות של מדינה שצריכה
כעת להשיג את עצמאותה, וזוהי פלסטין", אמר עוד אבו-מאזן. "באנו ליזום
ניסיון אמיתי ואחרון להשיג שלום. המהלך שלנו לא מכוון להריסת מה שנשאר מתהליך
המשא-ומתן, שאיבד את מטרתו ואת האמינות שלו, אלא לנסות ולהפיח בו חיים חדשים
ולהציב עבורו בסיס מוצק. בשם אש"ף, אני אומר: לא נוותר ולא נתעייף. הנחישות
שלנו לא תדעך, ונמשיך לפעול להשגת שלום צודק. עם זאת, מעל לכל ולמרות הכול, אני
מדגיש שעמנו לא יוותר על הזכויות הלאומיות הבסיסיות שלו, כפי שהוגדר בהחלטות
האו"ם. לא נקבל כל דבר שהוא פחות מעצמאות המדינה הפלסטינית, עם מזרח
ירושלים כבירתה, בכל השטחים הפלסטינים שנכבשו ב-1967, הדורש לחיות בביטחון לצד
מדינת ישראל, עם פתרון לבעיה הפלסטינית על בסיס החלטה 194, בהתאם לחלק האופרטיבי
של יוזמת השלום הערבית".
עוד
בנושא:
|
Mostrando postagens com marcador Auschwitz. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Auschwitz. Mostrar todas as postagens
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
30 november 2012, The Israeli Communist Party http://www. maki.org.il המפלגה הקומוניסטית הישראלית الحزب الشيوعي
الاسرائيلي (Israel)
VITÓRIA: A ONU RECONHECE O ESTADO PALESTINO!
30 novembro 2012,
EDITORIAL Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil)
Talvez, no futuro, o
dia 29 de novembro venha a ser a data nacional palestina. Ou, ao menos, um
grande feriado. A data marca uma grande vitória diplomática e política no
caminho pelo reconhecimento do Estado Palestino independente, democrático e
soberano. A Assembleia Geral da ONU aprovou, por 138 votos contra nove (EUA, Israel,
Canadá e seis outros pequenos países) e 41 abstenções, a admissão da Palestina
como Estado observador.
A extensão da vitória é expressa pelo fato de que mais de 2/3 dos 193 países membros da ONU terem votado pela elevação da Palestina ao novo status, conferindo, em nível internacional e diplomático, as prerrogativas, direitos e deveres de um Estado soberano. Um dos efeitos da nova situação será o reconhecimento internacional de que os territórios palestinos não são (como pretende Israel) áreas disputadas, mas “um país ocupado”, disse o negociador palestino na ONU Saeb Erakat.
Outro aspecto, jurídico, dessa vitória surge com a nova situação criada. O reconhecimento da Palestina como um Estado, mesmo que observador, dará a seu governo o direito de participar das agências da ONU e do Tribunal Penal internacional (TPI), com sede em Haia, ao qual poderá recorrer contra os crimes de guerra e contra a humanidade cometidos pelo governo sionista de Tel Aviv nos territórios palestinos ocupados.
Aliás, o temor de que isso ocorra reflete, por sua vez, a extensão da derrota de Israel e seus aliados, sobretudo os EUA, no plenário da ONU.
Numa confissão insofismável dos crimes de guerra e contra a humanidade que cometeram ou com os quais foram coniventes, Israel e EUA tentaram obter, sem êxito, o compromisso palestino de não recorrer ao TPI. A pretensão foi rejeitada pelos dirigentes palestinos.
A hipocrisia dos EUA e a mentirosa diplomacia do sionismo justificam a resistência contra o reconhecimento do Estado Palestino pela ONU alegando que o caminho para isso é a negociação entre a Autoridade Palestina e Israel – negociação que fracassou justamente devido à intransigência, arrogância e agressividade do governo de Tel Aviv, com total apoio dos EUA.
O temor de um eventual recurso palestino ao TPI ilustra as ilegalidades cometidas por Israel, com apoio de seus aliados, sobretudo os EUA, e que foram responsáveis por aquele fracasso diplomático.
As forças de ocupação de Israel repetem, em território palestino, agressões semelhantes às praticadas pelas tropas nazistas durante a 2ª Guerra Mundial nos territórios ocupados (o Gueto de Varsóvia é um exemplo dramático). Hoje, passados mais de sessenta anos, Israel repete na Palestina a agenda nazista no leste da Europa e visa ao genocídio e extermínio da população palestina para roubar suas terras, casas, propriedades.
São crimes de guerra que se repetem, como o uso de armas químicas e bombas de fragmentação, proibidas pela Convenção de Genebra e pela Convenção de Armas Químicas. Entre elas o fósforo branco, que queima os corpos das vítimas sem poder ser apagado. Israel usa e abusa dele, como fez na Operação Chumbo Derretido (2008) e no recente ataque contra Gaza.
A Convenção sobre Armas Convencionais proíbe o uso de armas excessivamente letais, que provoquem danos excessivos ou atingindo indiscriminadamente a população civil que, ao contrário, deve ser protegida e poupada pelas forças atacantes.
As convenções internacionais também proíbem apropriação dos bens dos civis e punições coletivas contra ações da resistência à ocupação.
Israel não cumpre nenhuma das determinações sobre a proteção à população e seus bombardeios destroem moradias com moradores dentro, como no caso da família Al-Dallu que teve onze pessoas mortas pelas bombas de Israel, a maioria mulheres, e quatro crianças (entre elas um bebê de menos de dois anos de idade!). Edifícios públicos, uma universidade, inclusive um estádio de futebol, estão entre as centenas de alvos de Israel. Em apenas uma semana de ataques, foram destruídas 200 casas, 42 edifícios públicos, e danificadas cerca de oito mil residências.
A vitória palestina na ONU é um acontecimento histórico memorável pelo avanço democrático e fortalecimento da ordem jurídica internacional que representa. É também memorável pela notável derrota do imperialismo, da diplomacia dos EUA e da agressividade israelense. É uma vitória que indica o único caminho para a paz duradoura e sustentável: o reconhecimento da autonomia dos povos e independência e soberania dos Estados.
A extensão da vitória é expressa pelo fato de que mais de 2/3 dos 193 países membros da ONU terem votado pela elevação da Palestina ao novo status, conferindo, em nível internacional e diplomático, as prerrogativas, direitos e deveres de um Estado soberano. Um dos efeitos da nova situação será o reconhecimento internacional de que os territórios palestinos não são (como pretende Israel) áreas disputadas, mas “um país ocupado”, disse o negociador palestino na ONU Saeb Erakat.
Outro aspecto, jurídico, dessa vitória surge com a nova situação criada. O reconhecimento da Palestina como um Estado, mesmo que observador, dará a seu governo o direito de participar das agências da ONU e do Tribunal Penal internacional (TPI), com sede em Haia, ao qual poderá recorrer contra os crimes de guerra e contra a humanidade cometidos pelo governo sionista de Tel Aviv nos territórios palestinos ocupados.
Aliás, o temor de que isso ocorra reflete, por sua vez, a extensão da derrota de Israel e seus aliados, sobretudo os EUA, no plenário da ONU.
Numa confissão insofismável dos crimes de guerra e contra a humanidade que cometeram ou com os quais foram coniventes, Israel e EUA tentaram obter, sem êxito, o compromisso palestino de não recorrer ao TPI. A pretensão foi rejeitada pelos dirigentes palestinos.
A hipocrisia dos EUA e a mentirosa diplomacia do sionismo justificam a resistência contra o reconhecimento do Estado Palestino pela ONU alegando que o caminho para isso é a negociação entre a Autoridade Palestina e Israel – negociação que fracassou justamente devido à intransigência, arrogância e agressividade do governo de Tel Aviv, com total apoio dos EUA.
O temor de um eventual recurso palestino ao TPI ilustra as ilegalidades cometidas por Israel, com apoio de seus aliados, sobretudo os EUA, e que foram responsáveis por aquele fracasso diplomático.
As forças de ocupação de Israel repetem, em território palestino, agressões semelhantes às praticadas pelas tropas nazistas durante a 2ª Guerra Mundial nos territórios ocupados (o Gueto de Varsóvia é um exemplo dramático). Hoje, passados mais de sessenta anos, Israel repete na Palestina a agenda nazista no leste da Europa e visa ao genocídio e extermínio da população palestina para roubar suas terras, casas, propriedades.
São crimes de guerra que se repetem, como o uso de armas químicas e bombas de fragmentação, proibidas pela Convenção de Genebra e pela Convenção de Armas Químicas. Entre elas o fósforo branco, que queima os corpos das vítimas sem poder ser apagado. Israel usa e abusa dele, como fez na Operação Chumbo Derretido (2008) e no recente ataque contra Gaza.
A Convenção sobre Armas Convencionais proíbe o uso de armas excessivamente letais, que provoquem danos excessivos ou atingindo indiscriminadamente a população civil que, ao contrário, deve ser protegida e poupada pelas forças atacantes.
As convenções internacionais também proíbem apropriação dos bens dos civis e punições coletivas contra ações da resistência à ocupação.
Israel não cumpre nenhuma das determinações sobre a proteção à população e seus bombardeios destroem moradias com moradores dentro, como no caso da família Al-Dallu que teve onze pessoas mortas pelas bombas de Israel, a maioria mulheres, e quatro crianças (entre elas um bebê de menos de dois anos de idade!). Edifícios públicos, uma universidade, inclusive um estádio de futebol, estão entre as centenas de alvos de Israel. Em apenas uma semana de ataques, foram destruídas 200 casas, 42 edifícios públicos, e danificadas cerca de oito mil residências.
A vitória palestina na ONU é um acontecimento histórico memorável pelo avanço democrático e fortalecimento da ordem jurídica internacional que representa. É também memorável pela notável derrota do imperialismo, da diplomacia dos EUA e da agressividade israelense. É uma vitória que indica o único caminho para a paz duradoura e sustentável: o reconhecimento da autonomia dos povos e independência e soberania dos Estados.
Nobel peace laureates call for Israel military boycott over Gaza assault
8 November 2012, Guardian guardian.co.uk (UK)
A group of Nobel peace prize-winners, prominent artists and activists have issued a call for an international military boycott of Israel following its assault on the Gaza Strip this month.
The letter also denounces the US, EU and several developing countries for what it describes as their "complicity" through weapons sales and other military support in the attack that killed 160 Palestinians, many of them civilians, including about 35 children.
The 52 signatories include the Nobel peace laureates Mairead Maguire and Adolfo Pérez Esquivel; the film directors Mike Leigh and Ken Loach; the author Alice Walker; the US academic Noam Chomsky; Roger Waters of Pink Floyd; and Stéphane Hessel, a former French diplomat and Holocaust survivor who was co-author of the universal declaration of human rights.
"Horrified at the latest round of Israeli aggression against the 1.5 million Palestinians in the besieged and occupied Gaza Strip and conscious of the impunity that has enabled this new chapter in Israel's decades-old violations of international law and Palestinian rights, we believe there is an urgent need for international action towards a mandatory, comprehensive military embargo against Israel," the letter says.
"Such a measure has been subject to several UN resolutions and is similar to the arms embargo imposed against apartheid South Africa in the past."
The letter accuses several countries of providing important military support that facilitated the assault on Gaza. "While the United States has been the largest sponsor of Israel, supplying billions of dollars of advanced military hardware every year, the role of the European Union must not go unnoticed, in particular its hefty subsidies to Israel's military complex through its research programmes.
"Similarly, the growing military ties between Israel and the emerging economies of Brazil, India and South Korea are unconscionable given their nominal support for Palestinian freedom," it says.
The letter opens with a quote from Nelson Mandela: "For to be free is not merely to cast off one's chains, but to live in a way that respects and enhances the freedom of others."
The other signatories include John Dugard, a South African jurist and former UN special rapporteur in the occupied territories; Luisa Morgantini, former president of the European parliament; Cynthia McKinney, a former member of the US Congress; Ronnie Kasrils, a South African former cabinet minister; and the dramatist Caryl Churchill.
Chris McGreal in Jerusalem
Letter
with 52 signatories including artists and activists also denounces US and EU
'complicity' through weapons sales
(A man looks at the ruins of a Hamas police station destroyed by an
Israeli air strike in Gaza City. Photograph: Oliver Weiken/EPA)
A group of Nobel peace prize-winners, prominent artists and activists have issued a call for an international military boycott of Israel following its assault on the Gaza Strip this month.
The letter also denounces the US, EU and several developing countries for what it describes as their "complicity" through weapons sales and other military support in the attack that killed 160 Palestinians, many of them civilians, including about 35 children.
The 52 signatories include the Nobel peace laureates Mairead Maguire and Adolfo Pérez Esquivel; the film directors Mike Leigh and Ken Loach; the author Alice Walker; the US academic Noam Chomsky; Roger Waters of Pink Floyd; and Stéphane Hessel, a former French diplomat and Holocaust survivor who was co-author of the universal declaration of human rights.
"Horrified at the latest round of Israeli aggression against the 1.5 million Palestinians in the besieged and occupied Gaza Strip and conscious of the impunity that has enabled this new chapter in Israel's decades-old violations of international law and Palestinian rights, we believe there is an urgent need for international action towards a mandatory, comprehensive military embargo against Israel," the letter says.
"Such a measure has been subject to several UN resolutions and is similar to the arms embargo imposed against apartheid South Africa in the past."
The letter accuses several countries of providing important military support that facilitated the assault on Gaza. "While the United States has been the largest sponsor of Israel, supplying billions of dollars of advanced military hardware every year, the role of the European Union must not go unnoticed, in particular its hefty subsidies to Israel's military complex through its research programmes.
"Similarly, the growing military ties between Israel and the emerging economies of Brazil, India and South Korea are unconscionable given their nominal support for Palestinian freedom," it says.
The letter opens with a quote from Nelson Mandela: "For to be free is not merely to cast off one's chains, but to live in a way that respects and enhances the freedom of others."
The other signatories include John Dugard, a South African jurist and former UN special rapporteur in the occupied territories; Luisa Morgantini, former president of the European parliament; Cynthia McKinney, a former member of the US Congress; Ronnie Kasrils, a South African former cabinet minister; and the dramatist Caryl Churchill.
Marcadores:
1492,
Apartheid,
Auschwitz,
Chomsky,
Gaza,
Holocaust,
Human Rights,
Israel,
Mandela,
Nobel,
Palestine,
Pink Floyd,
shalom,
Stéphane Hessel,
Warsaw Ghetto
THE STRONG AND THE SWEET
November 30, 2012, Gush Shalom גוש שלום http://zope.gush-shalom.org
(Israel)
Uri Avnery
Joy for all those who hope for peace between Israel and the Arab world.
And, in a modest way, for me personally.
The General Assembly of the United Nations, the highest world forum, has voted overwhelmingly for the recognition of the State of Palestine, though in a limited way.
Uri Avnery
IT WAS a day of joy.
Joy for the Palestinian people.
Joy for the Palestinian people.
Joy for all those who hope for peace between Israel and the Arab world.
And, in a modest way, for me personally.
The General Assembly of the United Nations, the highest world forum, has voted overwhelmingly for the recognition of the State of Palestine, though in a limited way.
The resolution adopted
by the same forum 65 years ago to the day, to partition historical Palestine
between a Jewish and an Arab state, has at long last been reaffirmed.
I HOPE I may be excused
a few moments of personal celebration.
During the war of 1948,
which followed the first resolution, I came to the conclusion that there exists
a Palestinian people and that the establishment of a Palestinian state, next to
the new State of Israel, is the prerequisite for peace.
As a simple soldier, I
fought in dozens of engagements against the Arab inhabitants of Palestine. I
saw how dozens of Arab towns and villages were destroyed and left deserted.
Long before I saw the first Egyptian soldier, I saw the people of Palestine
(who had started the war) fight for what was their homeland.
Before the war, I hoped
that the unity of the country, so dear to both peoples, could be preserved. The
war convinced me that reality had smashed this dream forever.
I was still in uniform
when, in early 1949, I tried to set up an initiative for what is now called the
Two-State Solution. I met with two young Arabs in Haifa for this purpose. One
was a Muslim Arab, the other a Druze sheik. (Both became members of the Knesset
before me.)
At the time, it looked
like mission impossible. “Palestine” had been wiped off the map. 78% of the
country had become Israel, the other 22% divided between Jordan and Egypt. The
very existence of a Palestinian people was vehemently denied by the Israeli
establishment, indeed, the denial became an article of faith. Much later, Golda
Meir famously declared that “there is no such thing as a Palestinian people”.
Respected charlatans wrote popular books “proving” that the Arabs in Palestine
were pretenders who had only recently arrived. The Israeli leadership was
convinced that the “Palestinian problem” had disappeared, once and forever.
In 1949, there were not
a hundred persons in the entire world who believed in this solution. Not a
single country supported it. The Arab countries still believed that Israel
would just disappear. Britain supported its client state, the Hashemite Kingdom
of Jordan. The US had its own local strongmen. Stalin’s Soviet Union supported
Israel.
Mine was a lonely
fight. For the next 40 years, as the editor of a news magazine, I brought the
subject up almost every week. When I was elected to the Knesset, I did the same
there.
In 1968 I went to
Washington DC, in order to propagate the idea there. I was politely received by
the relevant officials in the State Department (Joseph Sisco), the White House
(Harold Saunders), the US mission to the UN (Charles Yost), leading Senators
and Congressmen, as well as the British father of Resolution 242 (Lord
Caradon). The uniform answer from all of them, without exception: a Palestinian
state was out of question.
When I published a book
devoted to this solution, the PLO in Beirut attacked me in 1970 in a book
entitled “Uri Avnery and Neo-Zionism”.
Today, there is a world
consensus that a solution of the conflict without a Palestinian state is quite
out of the question.
So why not celebrate
now?
WHY NOW? WHY didn’t it
happen before or later?
Because of the Pillar
of Cloud, the historic masterpiece from Binyamin Netanyahu, Ehud Barak and
Avigdor Lieberman.
The Bible tells us
about Samson the hero, who rent a lion with his bare hands. When he returned to
the scene, a swarm of bees had made the carcase of the lion its home and
produced honey. So Samson posed a riddle to the Philistines: “Out of the strong
came forth sweetness”. This is now a Hebrew proverb.
Well, out of the
“strong” Israeli operation against Gaza, sweetness has indeed come forth. It is
another confirmation of the rule that when you start a war or a revolution, you
never know what will come out of it.
One of the results of
the operation was that the prestige and popularity of Hamas shot sky-high,
while the Palestinian Authority of Mahmoud Abbas sank to new depths. That was a
result the West could not possibly tolerate. A defeat of the “moderates” and a
victory for the Islamic “extremists” were a disaster for President Barack Obama
and the entire Western camp. Something had to found – with all urgency – to
provide Abbas with a resounding achievement.
Fortunately, Abbas was
already on the way to obtain UN approval for the recognition of Palestine as a
“state” (though not yet as a full member of the world organization). For Abbas,
it was a move of despair. Suddenly, it became a beacon of victory.
THE COMPETITION between
the Hamas and Fatah movements is viewed as a disaster for the Palestinian
cause. But there is also another way to look at it.
Let’s go back to our
own history. During the 30s and 40s, our Struggle for Liberation (as we called
it) split between two camps, who hated each other with growing intensity.
On the one side was the
“official” leadership, led by David Ben-Gurion, represented by the “Jewish
Agency” which cooperated with the British administration. Its military arm was
the Haganah, a very large, semi-official militia, mostly tolerated by the
British.
On the other side was
the Irgun (“National Military Organization”), the far more radical armed wing
of the nationalist “revisionist” party of Vladimir Jabotinsky. It split and yet
another, even more radical, organization was born. The British called it “the
Stern Gang”, after its leader, Avraham Stern”.
The enmity between
these organizations was intense. For a time, Haganah members kidnapped Irgun
fighters and turned them over to the British police, who tortured them and sent
them to camps in Africa. A bloody fratricidal war was avoided only because the
Irgun leader, Menachem Begin, forbade all actions of revenge. By contrast, the
Stern people bluntly told the Haganah that they would shoot anyone trying to
attack their members.
In retrospect, the two
sides can be seen as acting as the two arms of the same body. The “terrorism”
of the Irgun and Stern complemented the diplomacy of the Zionist leadership.
The diplomats exploited the achievements of the fighters. In order to
counterbalance the growing popularity of the “terrorists”, the British made
concessions to Ben-Gurion. A friend of mine called the Irgun “the shooting agency
of the Jewish Agency”.
In a way, this is now
the situation in the Palestinian camp.
FOR YEARS, the Israeli
government has threatened Abbas with the most dire consequences if he dared to
go to the UN. Abolishing the Oslo agreement and destroying the Palestinian
authority was the bare minimum. Lieberman called the move “diplomatic
terrorism”.
And now? Nothing. Not a
bang and barely a whimper. Even Netanyahu understands that the Pillar of Cloud
has created a situation where world support for Abbas has become inevitable.
What to do? Nothing!
Pretend the whole thing is a joke. Who cares? What is this UNO anyway? What
difference does it make?
Netanyahu is more
concerned about another thing that happened to him this week. In the Likud
primary elections, all the “moderates” in his party were unceremoniously kicked
out. No liberal, democratic alibi was left. The Likud-Beitenu faction in the
next Knesset will be composed entirely of right-wing extremists, among them
several outright fascists, people who want to destroy the independence of the
Supreme Court, cover the West Bank densely with settlements and prevent peace
and a Palestinian state by all possible means.
While Netanyahu is sure
to win the coming elections and continue to serve as Prime Minister, he is too
clever not to realize where he is now: a hostage to extremists, liable to be
thrown out by his own Knesset faction if he so much as mentions peace, to be
displaced at any time by Lieberman or worse.
ON FIRST sight, nothing
much has changed. But only on first sight.
What has happened is
that the foundation of the State of Palestine has now been officially
acknowledged as the aim of the world community. The “Two-State solution” is now
the only solution on the table. The “One-State solution”, if it ever lived, is
as dead as the dodo.
Of course, the
apartheid one-state is reality. If nothing changes on the ground, is will
become deeper and stronger. Almost every day brings news of it becoming more
and more entrenched. (The bus monopoly has just announced that from now on
there will be separate buses for West Bank Palestinians in Israel.)
But the quest for peace
based on the co-existence between Israel and Palestine has taken a big step
forwards. Unity between the Palestinians should be the next. US support for the
actual creation of the State of Palestine should come soon after.
The strong must lead to
the sweet.
Hadash, women and peace groups rallies for UN bid in Tel Aviv and Nazareth
29 november 2012, The Israeli Communist Party http://www. maki.org.il המפלגה הקומוניסטית הישראלית الحزب الشيوعي
الاسرائيلي (Israel)
The rally in support of recognition of Palestine at the UN, to be held Thursday, November 29, in Tel Aviv, at 6:00 pm opposite "Independence Hall" on 16 Rothschild Blvd. Another rally was held by the Democratic Women Movement in Israel and the Union of Palestinian Women in the occupied territories in Paulus VI road, Nazareth, on Wednesday, November 28.
President Mahmoud Abbas will address the UN General Assembly in New York before it votes on upgrading the PLO's status, Foreign Ministry official Omar Awadallah said Wednesday.
Hadash and Israeli peace organizations said
Wednesday they would hold demonstrations in Tel Aviv to support Palestine's bid
to upgrade its status at the UN. Another rally was held in Nazareth by Israeli
and Palestinian women organizations.
A coalition of Hadash and Israeli peace
organizations said in a statement they would rally on Rothschild Blvd. in Tel
Aviv on Thursday ahead of the vote in the General Assembly. "We are
citizens in the state of Israel, and we support the UN bid," the statement
said.
"We support Palestinian non-member status
at the United Nations which will help both the Israeli and Palestinian peoples.
The continuous conflict between two people has killed thousands of children, women,
and innocent people," the statement said.
From the Hadash public campaign:
"Israel said yes to the Palestinian State" (Photos: Hadash)
"The conflict will not be solved by force,
and the only solution is negotiations which will lead to Palestine's independence,
and Israel's as well”, wrote Nava Sonnenschein, co-founder of the School for
Peace of Neve Shalom / Wahat al-Salam village. Among groups taking part in the
initiative are the School of Peace and the village of Neve Shalom / Wahat
al-Salam, Hadash (The Democratic Front for Peace and Equality – Communist Party
of Israel), the Forum of Peace Organizations, Psychoactive, Gush Shalom, One
Voice, Peace Now, Machsom Watch, Combatants for Peace, Ir Amim, Friends of the
Earth and the Association of Arab Environmentalists.The rally in support of recognition of Palestine at the UN, to be held Thursday, November 29, in Tel Aviv, at 6:00 pm opposite "Independence Hall" on 16 Rothschild Blvd. Another rally was held by the Democratic Women Movement in Israel and the Union of Palestinian Women in the occupied territories in Paulus VI road, Nazareth, on Wednesday, November 28.
President Mahmoud Abbas will address the UN General Assembly in New York before it votes on upgrading the PLO's status, Foreign Ministry official Omar Awadallah said Wednesday.
Brasil defende fim dos assentamentos israelenses e criação de Estado Palestino
30 novembro 2012, Agência Brasil http://agenciabrasil.ebc.com.br
(Brasil)
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A
representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), a embaixadora
Maria Luiza Viotti, defendeu ontem (29) a criação de um Estado independente da Palestina
com o compromisso da “autodeterminação e a uma paz justa e duradoura no Oriente
Médio”. Viotti condenou a violência e cobrou o fim do bloqueio à Faixa de Gaza.
Ela também recomendou a suspensão dos assentamentos israelenses em Gaza e
Jerusalém Oriental.
“O Brasil dá seu firme
apoio à aspiração legítima do povo palestino a um Estado soberano,
independente, democrático, contíguo e viável, com base nas fronteiras de 1967,
convivendo em paz e segurança com o Estado de Israel”, ressaltou a embaixadora.
“Insistimos, igualmente, na necessidade de retirar o bloqueio à Gaza.”
Viotti lembrou que há
65 anos a Assembleia Geral das Nações Unidas, presidida pelo embaixador
brasileiro Oswaldo Aranha, aprovou a criação de dois Estados independentes no
Oriente Médio – o de Israel e o da Palestina. Mas até hoje, segundo ela, a
questão referente à Palestina está em aberto e é “uma das maiores ameaças à paz
e à segurança internacionais”.
A embaixadora condenou
os assentamentos israelenses, promovidos com o apoio do governo de Israel, nas
áreas próximas à Faixa de Gaza e em Jerusalém Oriental. “Essa prática ilegal
permanece sendo um sério entrave à paz na região e à realização da solução de
dois Estados. O congelamento da construção de colônias, não é, entretanto, suficiente.
A ocupação deve acabar”, disse.
Viotti reiterou ainda
que o Brasil rejeita a violência cometida contra civis, como recentemente
ocorreu durante os confrontos entre israelenses e o Hamas, movimento de
resistência islâmica que ocupa parte da Faixa de Gaza, provocando mais de 160
mortos.
“O Brasil rejeita
firmemente o extremismo e todas as formas de violência contra a população
civil. Exortamos todos os atores a comprometer-se completamente com a não
violência, com o diálogo e com negociações efetivas”, disse a embaixadora.
“Todas as partes no conflito têm obrigações sob o direito humanitário
internacional e devem cumpri-las.”
Para a embaixadora, o
Quarteto (formado pelos Estados Unidos, União Europeia, Rússia e China) é
inoperante e demonstrou sua ineficiência, na semana passada, durante os
confrontos na Faixa de Gaza. Segundo Viotti, o Conselho de Segurança deve
assumir a responsabilidade de comandar o processo de paz entre israelenses e
Hamas.
“A promoção da paz no
Oriente Médio interessa a todos os membros das Nações Unidas e não pode ser
delegada a terceiros. Um quarteto inoperante e um Conselho de Segurança omisso
não servem aos interesses da paz no Oriente Médio”, ressaltou a diplomata,
elogiando a concessão do status de Estado observador para a Palestina.
“Expressamos nossa grande satisfação com a demonstração inequívoca de apoio da
comunidade internacional a essa solicitação.”
Edição: Talita
Cavalcante
‘WE LOST EUROPE,’ SAYS ISRAELI OFFICIAL
November 29, 2012, Mondoweiss http://mondoweiss.net (USA)
Philip Weiss
Haaretz says that Germany has
backtracked on decision to oppose Palestinian non-member status at the U.N.,
and will abstain. "We lost Europe," an Israeli Foreign Ministry
official says.
Early Thursday morning, just hours before the
vote -- scheduled to take place around 11:00 P.M. (Israel time) -- Germany
changed its mind, deciding to abstain from voting rather than opposing the
Palestinian initiative, as Israel had assumed it would.
"The decision wasn't taken lightly," Foreign Minister Guido Westerwelle said. "Germany shares the goal for a Palestinian state. We have campaigned for this in many ways, but the recent decisive steps towards real statehood can only be the result of negotiations between Israelis and Palestinians," the German official said.
"The decision wasn't taken lightly," Foreign Minister Guido Westerwelle said. "Germany shares the goal for a Palestinian state. We have campaigned for this in many ways, but the recent decisive steps towards real statehood can only be the result of negotiations between Israelis and Palestinians," the German official said.
Israeli peace organizations said Wednesday they
would hold demonstrations in Tel Aviv to support Palestine's bid to upgrade its
status at the UN..
The statement was also signed by groups like
Peace Now, Israel's centrist peace organization, and Machsom Watch, which
monitors Israeli checkpoints in the occupied West Bank.
This vote will not create an independent
Palestinian state. It could, however, give Palestinians the ability to hold Israel
accountable in the International Criminal Court. Despite its limitations as a
tool to achieve a fair resolution, Jewish Voice for Peace supports the move.
A successful bid will show that the majority of
the world’s countries support Palestinian political and social rights.
Meanwhile, Israel and the United States are
lobbying furiously against it. Both countries, which say they support
Palestinian independence, have worked at nearly every turn against a just and
lasting peace for both peoples.
Former Israeli Prime Minister Ehud Olmert told Bernard
Avishai that he supports the statehood initiative, to
save Israel:
“I believe,” Olmert wrote me, intending his
statement to be made public, “that the Palestinian request from the United
Nations is congruent with the basic concept of the two-state solution.
Therefore, I see no reason to oppose it. Once the United Nations will lay the
foundation for this idea, we in Israel will have to engage in a serious process
of negotiations, in order to agree on specific borders based on the 1967 lines,
and resolve the other issues. It is time to give a hand to, and encourage, the
moderate forces amongst the Palestinians. Abu-Mazen"—an alias for
Abbas—"and Salam Fayyad need our help. It's time to give it.”
Zionists are already seeking to discount the
anticipated victory. Mark Leon Goldberg at Open Zion says
Palestine can't take Israel to the International Criminal Court because that
court is only for African countries, and Israel can pressure its way out.
"The ICC is primarily a legal institution, but it is not sealed off to the
dynamics of international power politics." More:
An investigation of Israel would be a radical
departure from the cases the court currently pursues. The seven cases before
the court all deal with African countries with barely functioning justice
systems, and are the result of primarily intra-state, rather than inter-state,
violence. ... [T]he court is simply not accustomed to pursuing charges against
a western country with a strong legal system for its conduct in international
conflict.
Even if
the court could get over these hang-ups, pursuing charges against Israelis
would be tantamount to political suicide for the court. It would not be
unreasonable to think that several European countries would hold back their
funding for the ICC, which is already cash-strapped.
Thanks to Ilene Cohen.
MARCOS ON GAZA
30 november 2012, Alternative Information Center
http://www.alternativenews.org (Israel)
Subcomandante Marcos
Is it useful to say something? Do our cries stop even one bomb? Our words save the life of even one Palestinian?
Translated to English by the Alternative Information Center (AIC)
We believe it is useful. Perhaps we will be unable to stop one bomb, and our words will not turn into an armoured shield, to prevent that five point fifty-six millimetre caliber, or nine millimetre bullet with the letters IMI, Israel Military Industries, etched onto the base of the cartridge, hit the chest of a girl or a boy. Because perhaps our words can manage to join together with those of others in Mexico and the world. And maybe, first it will become murmur, then a loud voice and then a scream that they hear in Gaza. We don’t know, you don’t know, but for us, the Zapatistas of the EZLN, the important thing is that in the midst of destruction and death, you hear some words of encouragement. I cannot explain, but it turns out that yes, words are not enough to stop a bomb, yet they are like a crack opened in the black room of death, and a little light creeps in…”
Subcomandante Marcos
Is it useful to say something? Do our cries stop even one bomb? Our words save the life of even one Palestinian?
Translated to English by the Alternative Information Center (AIC)
We believe it is useful. Perhaps we will be unable to stop one bomb, and our words will not turn into an armoured shield, to prevent that five point fifty-six millimetre caliber, or nine millimetre bullet with the letters IMI, Israel Military Industries, etched onto the base of the cartridge, hit the chest of a girl or a boy. Because perhaps our words can manage to join together with those of others in Mexico and the world. And maybe, first it will become murmur, then a loud voice and then a scream that they hear in Gaza. We don’t know, you don’t know, but for us, the Zapatistas of the EZLN, the important thing is that in the midst of destruction and death, you hear some words of encouragement. I cannot explain, but it turns out that yes, words are not enough to stop a bomb, yet they are like a crack opened in the black room of death, and a little light creeps in…”
Celebra India foro internacional sobre Palestina
29 noviembre 2012, Prensa Latina http://www.prensa-latina.cu (Cuba)
Nueva Delhi, 29 nov (PL) Defensores por igual del derecho a la existencia de
Palestina como Estado soberano, judíos, musulmanes y cristianos convergerán el
sábado en la ciudad india de Mumbai en un foro de solidaridad con el sufrido
pueblo árabe.
Más de 25 oradores de
Palestina, Líbano, Siria, Irán, Afganistán, Pakistán, Estados Unidos, Reino
Unido y la India expondrán su visión sobre las razones históricas y actuales
del conflicto entre palestinos e israelíes, coincidiendo con momentos trascendentales
en la vida de esa nación.
Este jueves, coincidiendo con el Día Mundial de Solidaridad con el Pueblo Palestino y mediante abrumadora votación, la Asamblea General de Naciones Unidas concedió a Palestina la condición de Estado Observador No Miembro y reafirmó el derecho de su pueblo a la libre determinación e independencia.
Los participantes en la reunión de Mumbai, denominada Conferencia Internacional por la Paz y la Justicia para Palestina, se pronunciarán sobre ese hecho y acerca de las recientes agresiones de Israel a la Franja de Gaza.
La India fue el primer país no árabe en reconocer al Estado de Palestina (noviembre de 1988) y respaldó su membresía plena a la ONU cuando en octubre del año pasado la Asamblea General votó una resolución sobre el tema.
Nueva Delhi apoya el plan de paz árabe, que exige la retirada de Israel a las fronteras anteriores a 1967, junto con el reconocimiento de Israel y el establecimiento del Estado de Palestina con Jerusalén Oriental como su capital.
Asimismo, ha pedido poner fin a los asentamientos ilegales israelíes en los territorios palestinos ocupados y se congratula de las conversaciones directas entre las partes en conflicto.
Tanto en Naciones Unidas como en otros foros internacionales, además, ha reiterado su apoyo a la lucha del pueblo palestino por un Estado soberano, independiente y viable, en paz con Israel y dentro de unas fronteras seguras.
Este jueves, coincidiendo con el Día Mundial de Solidaridad con el Pueblo Palestino y mediante abrumadora votación, la Asamblea General de Naciones Unidas concedió a Palestina la condición de Estado Observador No Miembro y reafirmó el derecho de su pueblo a la libre determinación e independencia.
Los participantes en la reunión de Mumbai, denominada Conferencia Internacional por la Paz y la Justicia para Palestina, se pronunciarán sobre ese hecho y acerca de las recientes agresiones de Israel a la Franja de Gaza.
La India fue el primer país no árabe en reconocer al Estado de Palestina (noviembre de 1988) y respaldó su membresía plena a la ONU cuando en octubre del año pasado la Asamblea General votó una resolución sobre el tema.
Nueva Delhi apoya el plan de paz árabe, que exige la retirada de Israel a las fronteras anteriores a 1967, junto con el reconocimiento de Israel y el establecimiento del Estado de Palestina con Jerusalén Oriental como su capital.
Asimismo, ha pedido poner fin a los asentamientos ilegales israelíes en los territorios palestinos ocupados y se congratula de las conversaciones directas entre las partes en conflicto.
Tanto en Naciones Unidas como en otros foros internacionales, además, ha reiterado su apoyo a la lucha del pueblo palestino por un Estado soberano, independiente y viable, en paz con Israel y dentro de unas fronteras seguras.
domingo, 4 de março de 2012
“ANTES, ANTI-SEMITA ERA ALGUÉM QUE ODIAVA OS JUDEUS POR SEREM JUDEUS. HOJE ANTI-SEMITA É ALGUÉM ODIADO PELOS JUDEUS”
4 março 2012/Blog do Bourdoukan http://www.blogdobourdoukan.blogspot.com (Brasil)
“Antes, anti-semita era alguém que odiava os judeus por serem judeus. Hoje anti-semita é alguém odiado pelos judeus”
Palavras do Dr.Hajo Meyer, 86 anos e que esteve preso em Auschwitz.
Depois de traçar um paralelo entre o tratamento que os judeus receberam durante a Segunda Guerra Mundial e o tratamento que os palestinos recebem dos sionistas, o Dr. Meyer acusou os israelenses de desumanizar os palestinos “como os nazistas tentaram desumanizar-me”.
O Dr. Meyer nasceu em Bielefeld, Alemanha, em 1924 e hoje vive na Holanda.
Ele é porta-voz da Rede Internacional de Judeus Anti-Sionistas e autor de 3 livros sobre o judaísmo, o holocausto e o sionismo.
Ele afirmou também que “criticar Israel não é ser anti-semita” e abaixo você assiste ao seu depoimento (em inglês) sobre o colapso moral da sociedade israelense e da comunidade judaica mundial.
“Antes, anti-semita era alguém que odiava os judeus por serem judeus. Hoje anti-semita é alguém odiado pelos judeus”
Palavras do Dr.Hajo Meyer, 86 anos e que esteve preso em Auschwitz.
Depois de traçar um paralelo entre o tratamento que os judeus receberam durante a Segunda Guerra Mundial e o tratamento que os palestinos recebem dos sionistas, o Dr. Meyer acusou os israelenses de desumanizar os palestinos “como os nazistas tentaram desumanizar-me”.
O Dr. Meyer nasceu em Bielefeld, Alemanha, em 1924 e hoje vive na Holanda.
Ele é porta-voz da Rede Internacional de Judeus Anti-Sionistas e autor de 3 livros sobre o judaísmo, o holocausto e o sionismo.
Ele afirmou também que “criticar Israel não é ser anti-semita” e abaixo você assiste ao seu depoimento (em inglês) sobre o colapso moral da sociedade israelense e da comunidade judaica mundial.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
STÉPHANE HESSEL: 'OS BANCOS ESTÃO CONTRA A DEMOCRACIA'
21 Dezembro 2011, Carta Maior http://www.cartamaior.com.br (Brasil)
Aos 94 anos, depois de lutar na Resistência, sobreviver aos campos nazistas e escrever a Declaração Universal dos Direitos Humanos, Stéphane Hessel publicou um livrinho de 32 páginas, "Indignem-se", que teve eco global. Em entrevista ao Página/12 ele fala sobre sua obra e critica o ultra liberalismo predador, a servidão da classe política ao sistema financeiro, a anexação da política pela tecnocracia financeira, as indústrias que destroem o planeta e a ocupação israelense da Palestina.
Eduardo Febbro, Página/12 http://www.pagina12.com.ar (Argentina)
Data: 19/12/2011
A revolta não tem idade nem condição. Nos seus afáveis, lúcidos e combativos 94 anos, Stéphane Hessel encarna um momento único na história política humana: ter conseguido desencadear um movimento mundial de contestação democrática e cidadã com um livro de escassas 32 páginas: "Indignem-se". O livro foi lançado na França em outubro de 2010 e em março de 2011 se converteu no alicerce do movimento espanhol dos indignados.
O quase um século de vida de Stéphane Hessel se conectou primeiro com a juventude espanhola que ocupou a Puerta del Sol e depois com os demais protagonistas da indignação que se tornou planetária: Paris, Londres, Roma, México, Bruxelas, Nova York, Washington, Tel-Aviv, Nova Déli, São Paulo. Em cada canto do mundo e sob diferentes denominações, a mensagem de Hessel encontrou um eco inimaginável.
Seu livro, entretanto, não contém nenhum discurso ideológico, menos ainda algum chamado à excitação revolucionária. Indignem-se é, ao mesmo tempo, um convite a tomar consciência sobre a forma calamitosa em que estamos sendo governados, uma restauração nobre e humanista dos valores fundamentais da democracia, um balde de água fria sobre a adormecida consciência dos europeus convertidos em consumidores obedientes e uma dura defesa do papel do Estado como regulador. Não deve existir na história editorial um livro tão curto com um alcance tão extenso.
Quem olhe a mobilização mundial dos indignados pode pensar que Hessel escreveu uma espécie de panfleto revolucionário, mas nada é mais estranho a essa idéia. "Indignem-se" e os indignados se inscrevem em uma corrente totalmente contrária a que se desatou nas revoltas de Maio de 68. Aquela geração estava contra o Estado. Ao contrário, o livro de Hessel e seus adeptos reivindicam o retorno do Estado, de sua capacidade de regular. Nada reflete melhor esse objetivo que um dos slogans mais famosos que surgiram na Puerta del Sol: “Nós não somos anti-sistema, o sistema é anti-nós”.
Em sua casa de Paris, Hessel fala com uma convicção na qual a juventude e a energia explodem em cada frase. Hessel tem uma história pessoal digna de uma novela e é um homem de dois séculos. Diplomata humanista, membro da Resistência contra a ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial, sobrevivente de vários campos de concentração, ativo protagonista da redação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, descendente da luta contra essas duas grandes calamidades do século XX que foram o fascismo e o comunismo soviético. O nascente século XXI fez dele um influente ensaísta.
Quando seu livro saiu na França, as línguas afiadas do sistema liberal desceram sobre ele um aluvião de burlas: “o vovozinho Hessel”, o “Papai Noel das boas consciências”, diziam no rádio e na televisão os marionetes para desqualificá-lo. Muitos intelectuais franceses disseram que essa obra era um catálogo de banalidades, criticaram seu aparente simplismo, sua superficialidade filosófica, o acusaram de idiota e de anti-semita. Até o primeiro-ministro francês, François Fillon, desqualificou a obra dizendo que “a indignação em si não é um modo de pensamento”. Mas o livro seguiu outro caminho. Mais de dois milhões de exemplares vendidos na França, meio milhão na Espanha, traduções em dezenas de países e difusão massiva na Internet.
O ultra liberalismo predador, a corrupção, a impunidade, a servidão da classe política ao sistema financeiro, a anexação da política pela tecnocracia financeira, as indústrias que destroem o planeta, a ocupação israelense da Palestina, em suma, os grandes devastadores do planeta e das sociedades humanas encontraram nas palavras de Hessel um inimigo inesperado, um “argumentário” de enunciados básicos, profundamente humanista e de uma eficácia imediata. Sem outra armadura além de um passado político de social-democrata reformista e um livro de 32 páginas, Hessel opôs ao pensamento liberal consumista e ao consenso um dos antídotos que eles mais temem, ou seja, a ação.
Não se trata de uma obra de reflexão política ou filosófica, mas de uma radiografia da desarticulação dos Estados, de um chamado à ação para que o Estado e a democracia voltem a ser o que foram. O livro de Hessel se articula em torno da ação, que é precisamente ao que conduz à indignação: resposta e ação contra uma situação, contra o outro. O que Hessel qualifica como mon petit livre é uma obra curiosa: não há nenhuma novidade nela, mas tudo o que diz é uma espécie de síntese do que a maior parte do planeta pensa e sente cada manhã quando se levanta: exasperação e indignação.
– Você foi, de alguma maneira, o homem do ano. Seu livro foi sucesso mundial e acabou se convertendo no foco do movimento planetário dos indignados. Houve, de fato, duas revoluções quase simultâneas no mundo, uma nos países árabes e a que você desencadeou em escala planetária.
– Nunca previ que o livro tivesse um êxito semelhante. Ao escrevê-lo, havia pensado em meus compatriotas para dizer a eles que o modo no qual estão sendo governados propõe interrogações e que era preciso indignar-se diante dos problemas mal solucionados. Mas não esperava que o livro fosse lançado em mais de quarenta países nos quatro pontos cardeais. Mas eu não me atribuo nenhuma responsabilidade no movimento mundial dos indignados. Foi uma coincidência que o meu livro tenha aparecido no mesmo momento em que a indignação se expandia pelo mundo. Eu só convidei as pessoas a refletirem sobre o que elas acham inaceitável. Acho que a circulação tão ampla do livro se deve ao fato de que vivemos um momento muito particular da história de nossas sociedades e, em particular, desta sociedade global na qual estamos imersos há dez anos. Hoje vivemos em sociedades interdependentes, interconectadas. Isto muda a perspectiva. Os problemas aos que estamos confrontados são mundiais.
–As reações que seu livro desencadeou provam que existe sempre uma pureza moral intacta na humanidade?
O que permanece intacto são os valores da democracia. Depois da Segunda Guerra Mundial resolvemos problemas fundamentais dos valores humanos. Já sabemos quais são esses valores fundamentais que devemos tratar de preservar. Mas quando isto deixa de ter vigência, quando há rupturas na forma de resolver os problemas, como ocorreu após os atentados de 11 de setembro, da guerra no Afeganistão e no Iraque e a crise econômica e financeira dos últimos quatro anos, tomamos consciência de que as coisas não podem continuar assim. Devemos nos indignar e nos comprometer para que a sociedade mundial adote um novo curso.
– Quem é responsável de todo este desastre? O liberalismo ultrajante, a tecnocracia, a cegueira das elites?
– Os governos, em particular os governos democráticos, sofreram uma pressão por parte das forças do mercado à qual não souberam resistir. Essas forças econômicas e financeiras são muito egoístas, só buscam o beneficio em todas as formas possíveis sem levar em conta o impacto que essa busca desenfreada do lucro tem nas sociedades. Não lhes importa nem a dívida dos governos, nem os ganhos medíocres das pessoas. Eu atribuo a responsabilidade de tudo isto às forças financeiras. Seu egoísmo e sua especulação exacerbada são também responsáveis pela deterioração do nosso planeta. As forças que estão por trás do petróleo, da energia não-renovável nos conduzem a uma direção muito perigosa.
O socialismo democrático teve seu momento de glória depois da Segunda Guerra Mundial. Durante muitos anos tivemos o que se chama Estados de providência. Isto derivou em uma boa fórmula para regular as relações entre os cidadãos e o Estado. Mas depois nos distanciamos desse caminho sob a influência da ideologia neoliberal. Milton Friedman e a Escola de Chicago disseram: “deixem a economia com as mãos livres, não deixem que o Estado intervenha”. Foi um caminho equivocado e hoje nos damos conta de que nos encerramos em um caminho sem saída. O que aconteceu na Grécia, Itália, Portugal e Espanha nos prova que não é dando cada vez mais força ao mercado que se chega a uma solução. Não. Essa tarefa compete aos governos, são eles que devem impor regras aos bancos e às forças financeiras para limitar a sobre exploração das riquezas que eles detêm e a acumulação de benefícios imensos enquanto os Estados se endividam. Devemos reconhecer que os bancos estão contra a democracia. Isso não é aceitável.
– É chocante comprovar a indiferença da classe política ante a revolta dos indignados. Os dirigentes de Paris, Londres, Estados Unidos, em suma, ali onde estourou este movimento, se omitiram diante das reivindicações dos indignados.
– Sim, é verdade. Por enquanto se subestimou a força desta revolta e desta indignação. Os dirigentes disseram uns aos outros: isto nós já vimos antes, em Maio de 68, etc., etc. Acho que os governos se equivocaram. Mas o fato de que os cidadãos protestem pela forma em que estão sendo governados é algo muito novo e essa novidade não se deterá. Predigo que os governos se verão cada vez mais pressionados pelos protestos contra a maneira em que os Estados são governados. Os governos se empenham em manter o sistema intacto. Entretanto, o questionamento coletivo do funcionamento do sistema nunca foi tão forte como agora. Na Europa atravessamos um momento muito denso de questionamento, tal como aconteceu antes na América Latina. Eu estou muito orgulhoso pela forma como a Argentina soube superar a gravidade da crise. Isto prova que é possível atuar e que os cidadãos são capazes de mudar o curso das coisas.
–De alguma maneira, você acendeu a chama de uma espécie de revolução democrática. Entretanto, não convocou uma revolução. Qual é então o caminho para romper o cerco no qual vivemos? Qual é a base do renascimento de um mundo mais justo?
– Devemos transmitir duas coisas às novas gerações: a confiança na possibilidade de melhorar as coisas. As novas gerações não devem perder a esperança. Em segundo lugar, devemos fazê-los tomar consciência de tudo o que está se fazendo atualmente e que está no sentido correto. Penso no Brasil, por exemplo, onde houve muitos progressos, penso na presidenta Cristina Fernández de Kirchner, que também fez as coisas progredirem muito, penso também em tudo o que se realiza no campo da economia social e solidária em tantos e tantos países. Em tudo isto há novas perspectivas para encarar a educação, os problemas da desigualdade, os problemas ligados à água. Tem gente que trabalha muito e não devemos subestimar seus esforços, inclusive se o que se consegue é pouco por causa da pressão do mundo financeiro. São etapas necessárias.
Acho que, cada vez mais, os cidadãos e as cidadãs do mundo estão entendendo que o seu papel pode ser mais decisivo na hora de fazer entender aos governos, que são responsáveis pela vigência dos grandes valores, que esses mesmos governos estão deixando de lado. Há um risco implícito: que os governos autoritários acabem empregando a violência para calar as revoltas. Mas acho que isso já não é mais possível. A forma pela qual os tunisianos e os egípcios se livraram de seus governos autoritários mostra duas coisas: uma, que é possível; dois, que com esses governos não se progride. O progresso só é possível se for aprofundada a democracia. Nos últimos 20 anos a América Latina progrediu muitíssimo graças ao aprofundamento da democracia.
Em escala mundial, mesmo com as coisas que se conseguiram, mesmo com os avanços que se obtiveram com a economia social e solidária, tudo isto é extremamente lento. A indignação se justifica nisso: os esforços realizados são insuficientes, os governos foram débeis e até os partidos políticos da esquerda sucumbiram ante a ideologia neoliberal. Por isso devemos nos indignar. Se os meios de comunicação, se os cidadãos e as organizações de defesa dos direitos humanos forem suficientemente potentes para exercer uma pressão sobre os governos as coisas podem começar a mudar amanhã.
– Pode-se mudar o mundo sem revoluções violentas?
Se olharmos para o passado, veremos que os caminhos não-violentos foram mais eficazes que os violentos. O espírito revolucionário que empolgou o começo do século XX, a revolução soviética, por exemplo, conduziram ao fracasso. Homens como o checo Vaclav Havel, Nelson Mandela ou Mijail Gorbachov demonstraram que, sem violência, podem-se obter modificações profundas. A revolução cidadã que assistimos hoje pode servir a essa causa. Reconheço que o poder mata, mas esse mesmo poder se vai quando a força não-violenta ganha. As revoluções árabes nos demonstraram a validade disto: não foi a violência quem fez cair os regimes de Túnis e do Egito. Não, nada disso. Foi a determinação não violenta das pessoas.
– Em que momento você acha que o mundo se desviou de sua rota e perdeu sua base democrática?
– O momento mais grave se situa nos atentados de 11 de setembro de 2001. A queda das torres de Manhattan desencadeou uma reação do presidente estadunidense George W. Bush extremamente prejudicial: a guerra no Afeganistão, por exemplo, foi um episodio no qual se cometeu horrores espantosos. As conseqüências para a economia mundial foram igualmente muito duras. Foram gastas somas consideráveis em armas e na guerra em vez de colocá-las à disposição do progresso econômico e social.
– Você marca com muita profundidade um dos problemas que permanecem abertos como uma ferida na consciência do mundo: o conflito israelense-palestino.
– Este conflito dura há 60 anos e ainda não se encontrou a maneira de reconciliar estes dois povos. Quando se vai à Palestina voltamos traumatizados pela forma como os israelenses maltratam seus vizinhos. A Palestina tem direito a um Estado. Mas também tem que reconhecer que, ano após ano, presenciamos como aumenta o grupo de países que estão contra o governo israelense, por sua incapacidade de encontrar uma solução. Pudemos constatar isso com a quantidade de países que apoiaram o presidente palestino Mahmud Abbas, quando pediu, diante das Nações Unidas, que a Palestina seja reconhecida como um Estado de pleno direito no seio da ONU.
– Seu livro, suas entrevistas e mesmo este diálogo demonstram que, apesar do desastre, você não perdeu a esperança na aventura humana.
Não, pelo contrário. Acho que diante das gravíssimas crises que atravessamos, de repente o ser humano acorda. Isso aconteceu muitas vezes ao longo dos séculos e desejo que volte a ocorrer agora.
– “Indignação” é hoje uma palavra-chave. Quando você escreveu o livro, foi essa palavra a que o guiou?
A palavra indignação surgiu como uma definição do que se pode esperar das pessoas quando abrem os olhos e vêem o inaceitável. Pode-se adormecer um ser humano, mas não matá-lo. Em nós há uma capacidade de generosidade, de ação positiva e construtiva que pode despertar quando assistimos a violação dos valores. A palavra “dignidade” figura dentro da palavra “indignidade”. A dignidade humana desperta quando é encurralada. O liberalismo bem que tentou anestesiar essas duas capacidades humanas - a dignidade e a indignação-, mas não conseguiu.
Tradução: Libório Júnior
Aos 94 anos, depois de lutar na Resistência, sobreviver aos campos nazistas e escrever a Declaração Universal dos Direitos Humanos, Stéphane Hessel publicou um livrinho de 32 páginas, "Indignem-se", que teve eco global. Em entrevista ao Página/12 ele fala sobre sua obra e critica o ultra liberalismo predador, a servidão da classe política ao sistema financeiro, a anexação da política pela tecnocracia financeira, as indústrias que destroem o planeta e a ocupação israelense da Palestina.
Eduardo Febbro, Página/12 http://www.pagina12.com.ar (Argentina)
Data: 19/12/2011
A revolta não tem idade nem condição. Nos seus afáveis, lúcidos e combativos 94 anos, Stéphane Hessel encarna um momento único na história política humana: ter conseguido desencadear um movimento mundial de contestação democrática e cidadã com um livro de escassas 32 páginas: "Indignem-se". O livro foi lançado na França em outubro de 2010 e em março de 2011 se converteu no alicerce do movimento espanhol dos indignados.
O quase um século de vida de Stéphane Hessel se conectou primeiro com a juventude espanhola que ocupou a Puerta del Sol e depois com os demais protagonistas da indignação que se tornou planetária: Paris, Londres, Roma, México, Bruxelas, Nova York, Washington, Tel-Aviv, Nova Déli, São Paulo. Em cada canto do mundo e sob diferentes denominações, a mensagem de Hessel encontrou um eco inimaginável.
Seu livro, entretanto, não contém nenhum discurso ideológico, menos ainda algum chamado à excitação revolucionária. Indignem-se é, ao mesmo tempo, um convite a tomar consciência sobre a forma calamitosa em que estamos sendo governados, uma restauração nobre e humanista dos valores fundamentais da democracia, um balde de água fria sobre a adormecida consciência dos europeus convertidos em consumidores obedientes e uma dura defesa do papel do Estado como regulador. Não deve existir na história editorial um livro tão curto com um alcance tão extenso.
Quem olhe a mobilização mundial dos indignados pode pensar que Hessel escreveu uma espécie de panfleto revolucionário, mas nada é mais estranho a essa idéia. "Indignem-se" e os indignados se inscrevem em uma corrente totalmente contrária a que se desatou nas revoltas de Maio de 68. Aquela geração estava contra o Estado. Ao contrário, o livro de Hessel e seus adeptos reivindicam o retorno do Estado, de sua capacidade de regular. Nada reflete melhor esse objetivo que um dos slogans mais famosos que surgiram na Puerta del Sol: “Nós não somos anti-sistema, o sistema é anti-nós”.
Em sua casa de Paris, Hessel fala com uma convicção na qual a juventude e a energia explodem em cada frase. Hessel tem uma história pessoal digna de uma novela e é um homem de dois séculos. Diplomata humanista, membro da Resistência contra a ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial, sobrevivente de vários campos de concentração, ativo protagonista da redação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, descendente da luta contra essas duas grandes calamidades do século XX que foram o fascismo e o comunismo soviético. O nascente século XXI fez dele um influente ensaísta.
Quando seu livro saiu na França, as línguas afiadas do sistema liberal desceram sobre ele um aluvião de burlas: “o vovozinho Hessel”, o “Papai Noel das boas consciências”, diziam no rádio e na televisão os marionetes para desqualificá-lo. Muitos intelectuais franceses disseram que essa obra era um catálogo de banalidades, criticaram seu aparente simplismo, sua superficialidade filosófica, o acusaram de idiota e de anti-semita. Até o primeiro-ministro francês, François Fillon, desqualificou a obra dizendo que “a indignação em si não é um modo de pensamento”. Mas o livro seguiu outro caminho. Mais de dois milhões de exemplares vendidos na França, meio milhão na Espanha, traduções em dezenas de países e difusão massiva na Internet.
O ultra liberalismo predador, a corrupção, a impunidade, a servidão da classe política ao sistema financeiro, a anexação da política pela tecnocracia financeira, as indústrias que destroem o planeta, a ocupação israelense da Palestina, em suma, os grandes devastadores do planeta e das sociedades humanas encontraram nas palavras de Hessel um inimigo inesperado, um “argumentário” de enunciados básicos, profundamente humanista e de uma eficácia imediata. Sem outra armadura além de um passado político de social-democrata reformista e um livro de 32 páginas, Hessel opôs ao pensamento liberal consumista e ao consenso um dos antídotos que eles mais temem, ou seja, a ação.
Não se trata de uma obra de reflexão política ou filosófica, mas de uma radiografia da desarticulação dos Estados, de um chamado à ação para que o Estado e a democracia voltem a ser o que foram. O livro de Hessel se articula em torno da ação, que é precisamente ao que conduz à indignação: resposta e ação contra uma situação, contra o outro. O que Hessel qualifica como mon petit livre é uma obra curiosa: não há nenhuma novidade nela, mas tudo o que diz é uma espécie de síntese do que a maior parte do planeta pensa e sente cada manhã quando se levanta: exasperação e indignação.
– Você foi, de alguma maneira, o homem do ano. Seu livro foi sucesso mundial e acabou se convertendo no foco do movimento planetário dos indignados. Houve, de fato, duas revoluções quase simultâneas no mundo, uma nos países árabes e a que você desencadeou em escala planetária.
– Nunca previ que o livro tivesse um êxito semelhante. Ao escrevê-lo, havia pensado em meus compatriotas para dizer a eles que o modo no qual estão sendo governados propõe interrogações e que era preciso indignar-se diante dos problemas mal solucionados. Mas não esperava que o livro fosse lançado em mais de quarenta países nos quatro pontos cardeais. Mas eu não me atribuo nenhuma responsabilidade no movimento mundial dos indignados. Foi uma coincidência que o meu livro tenha aparecido no mesmo momento em que a indignação se expandia pelo mundo. Eu só convidei as pessoas a refletirem sobre o que elas acham inaceitável. Acho que a circulação tão ampla do livro se deve ao fato de que vivemos um momento muito particular da história de nossas sociedades e, em particular, desta sociedade global na qual estamos imersos há dez anos. Hoje vivemos em sociedades interdependentes, interconectadas. Isto muda a perspectiva. Os problemas aos que estamos confrontados são mundiais.
–As reações que seu livro desencadeou provam que existe sempre uma pureza moral intacta na humanidade?
O que permanece intacto são os valores da democracia. Depois da Segunda Guerra Mundial resolvemos problemas fundamentais dos valores humanos. Já sabemos quais são esses valores fundamentais que devemos tratar de preservar. Mas quando isto deixa de ter vigência, quando há rupturas na forma de resolver os problemas, como ocorreu após os atentados de 11 de setembro, da guerra no Afeganistão e no Iraque e a crise econômica e financeira dos últimos quatro anos, tomamos consciência de que as coisas não podem continuar assim. Devemos nos indignar e nos comprometer para que a sociedade mundial adote um novo curso.
– Quem é responsável de todo este desastre? O liberalismo ultrajante, a tecnocracia, a cegueira das elites?
– Os governos, em particular os governos democráticos, sofreram uma pressão por parte das forças do mercado à qual não souberam resistir. Essas forças econômicas e financeiras são muito egoístas, só buscam o beneficio em todas as formas possíveis sem levar em conta o impacto que essa busca desenfreada do lucro tem nas sociedades. Não lhes importa nem a dívida dos governos, nem os ganhos medíocres das pessoas. Eu atribuo a responsabilidade de tudo isto às forças financeiras. Seu egoísmo e sua especulação exacerbada são também responsáveis pela deterioração do nosso planeta. As forças que estão por trás do petróleo, da energia não-renovável nos conduzem a uma direção muito perigosa.
O socialismo democrático teve seu momento de glória depois da Segunda Guerra Mundial. Durante muitos anos tivemos o que se chama Estados de providência. Isto derivou em uma boa fórmula para regular as relações entre os cidadãos e o Estado. Mas depois nos distanciamos desse caminho sob a influência da ideologia neoliberal. Milton Friedman e a Escola de Chicago disseram: “deixem a economia com as mãos livres, não deixem que o Estado intervenha”. Foi um caminho equivocado e hoje nos damos conta de que nos encerramos em um caminho sem saída. O que aconteceu na Grécia, Itália, Portugal e Espanha nos prova que não é dando cada vez mais força ao mercado que se chega a uma solução. Não. Essa tarefa compete aos governos, são eles que devem impor regras aos bancos e às forças financeiras para limitar a sobre exploração das riquezas que eles detêm e a acumulação de benefícios imensos enquanto os Estados se endividam. Devemos reconhecer que os bancos estão contra a democracia. Isso não é aceitável.
– É chocante comprovar a indiferença da classe política ante a revolta dos indignados. Os dirigentes de Paris, Londres, Estados Unidos, em suma, ali onde estourou este movimento, se omitiram diante das reivindicações dos indignados.
– Sim, é verdade. Por enquanto se subestimou a força desta revolta e desta indignação. Os dirigentes disseram uns aos outros: isto nós já vimos antes, em Maio de 68, etc., etc. Acho que os governos se equivocaram. Mas o fato de que os cidadãos protestem pela forma em que estão sendo governados é algo muito novo e essa novidade não se deterá. Predigo que os governos se verão cada vez mais pressionados pelos protestos contra a maneira em que os Estados são governados. Os governos se empenham em manter o sistema intacto. Entretanto, o questionamento coletivo do funcionamento do sistema nunca foi tão forte como agora. Na Europa atravessamos um momento muito denso de questionamento, tal como aconteceu antes na América Latina. Eu estou muito orgulhoso pela forma como a Argentina soube superar a gravidade da crise. Isto prova que é possível atuar e que os cidadãos são capazes de mudar o curso das coisas.
–De alguma maneira, você acendeu a chama de uma espécie de revolução democrática. Entretanto, não convocou uma revolução. Qual é então o caminho para romper o cerco no qual vivemos? Qual é a base do renascimento de um mundo mais justo?
– Devemos transmitir duas coisas às novas gerações: a confiança na possibilidade de melhorar as coisas. As novas gerações não devem perder a esperança. Em segundo lugar, devemos fazê-los tomar consciência de tudo o que está se fazendo atualmente e que está no sentido correto. Penso no Brasil, por exemplo, onde houve muitos progressos, penso na presidenta Cristina Fernández de Kirchner, que também fez as coisas progredirem muito, penso também em tudo o que se realiza no campo da economia social e solidária em tantos e tantos países. Em tudo isto há novas perspectivas para encarar a educação, os problemas da desigualdade, os problemas ligados à água. Tem gente que trabalha muito e não devemos subestimar seus esforços, inclusive se o que se consegue é pouco por causa da pressão do mundo financeiro. São etapas necessárias.
Acho que, cada vez mais, os cidadãos e as cidadãs do mundo estão entendendo que o seu papel pode ser mais decisivo na hora de fazer entender aos governos, que são responsáveis pela vigência dos grandes valores, que esses mesmos governos estão deixando de lado. Há um risco implícito: que os governos autoritários acabem empregando a violência para calar as revoltas. Mas acho que isso já não é mais possível. A forma pela qual os tunisianos e os egípcios se livraram de seus governos autoritários mostra duas coisas: uma, que é possível; dois, que com esses governos não se progride. O progresso só é possível se for aprofundada a democracia. Nos últimos 20 anos a América Latina progrediu muitíssimo graças ao aprofundamento da democracia.
Em escala mundial, mesmo com as coisas que se conseguiram, mesmo com os avanços que se obtiveram com a economia social e solidária, tudo isto é extremamente lento. A indignação se justifica nisso: os esforços realizados são insuficientes, os governos foram débeis e até os partidos políticos da esquerda sucumbiram ante a ideologia neoliberal. Por isso devemos nos indignar. Se os meios de comunicação, se os cidadãos e as organizações de defesa dos direitos humanos forem suficientemente potentes para exercer uma pressão sobre os governos as coisas podem começar a mudar amanhã.
– Pode-se mudar o mundo sem revoluções violentas?
Se olharmos para o passado, veremos que os caminhos não-violentos foram mais eficazes que os violentos. O espírito revolucionário que empolgou o começo do século XX, a revolução soviética, por exemplo, conduziram ao fracasso. Homens como o checo Vaclav Havel, Nelson Mandela ou Mijail Gorbachov demonstraram que, sem violência, podem-se obter modificações profundas. A revolução cidadã que assistimos hoje pode servir a essa causa. Reconheço que o poder mata, mas esse mesmo poder se vai quando a força não-violenta ganha. As revoluções árabes nos demonstraram a validade disto: não foi a violência quem fez cair os regimes de Túnis e do Egito. Não, nada disso. Foi a determinação não violenta das pessoas.
– Em que momento você acha que o mundo se desviou de sua rota e perdeu sua base democrática?
– O momento mais grave se situa nos atentados de 11 de setembro de 2001. A queda das torres de Manhattan desencadeou uma reação do presidente estadunidense George W. Bush extremamente prejudicial: a guerra no Afeganistão, por exemplo, foi um episodio no qual se cometeu horrores espantosos. As conseqüências para a economia mundial foram igualmente muito duras. Foram gastas somas consideráveis em armas e na guerra em vez de colocá-las à disposição do progresso econômico e social.
– Você marca com muita profundidade um dos problemas que permanecem abertos como uma ferida na consciência do mundo: o conflito israelense-palestino.
– Este conflito dura há 60 anos e ainda não se encontrou a maneira de reconciliar estes dois povos. Quando se vai à Palestina voltamos traumatizados pela forma como os israelenses maltratam seus vizinhos. A Palestina tem direito a um Estado. Mas também tem que reconhecer que, ano após ano, presenciamos como aumenta o grupo de países que estão contra o governo israelense, por sua incapacidade de encontrar uma solução. Pudemos constatar isso com a quantidade de países que apoiaram o presidente palestino Mahmud Abbas, quando pediu, diante das Nações Unidas, que a Palestina seja reconhecida como um Estado de pleno direito no seio da ONU.
– Seu livro, suas entrevistas e mesmo este diálogo demonstram que, apesar do desastre, você não perdeu a esperança na aventura humana.
Não, pelo contrário. Acho que diante das gravíssimas crises que atravessamos, de repente o ser humano acorda. Isso aconteceu muitas vezes ao longo dos séculos e desejo que volte a ocorrer agora.
– “Indignação” é hoje uma palavra-chave. Quando você escreveu o livro, foi essa palavra a que o guiou?
A palavra indignação surgiu como uma definição do que se pode esperar das pessoas quando abrem os olhos e vêem o inaceitável. Pode-se adormecer um ser humano, mas não matá-lo. Em nós há uma capacidade de generosidade, de ação positiva e construtiva que pode despertar quando assistimos a violação dos valores. A palavra “dignidade” figura dentro da palavra “indignidade”. A dignidade humana desperta quando é encurralada. O liberalismo bem que tentou anestesiar essas duas capacidades humanas - a dignidade e a indignação-, mas não conseguiu.
Tradução: Libório Júnior
Assinar:
Comentários (Atom)


