Mostrando postagens com marcador holocausto. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador holocausto. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O “DIREITO À AUTODEFESA”, UMA TREMENDA VITÓRIA DA PROPAGANDA ISRAELITA


25 novembro 2012, Odiário.info http://www.odiario.info (Portugal)

Amira Hass*

Haaretz

Este artigo, de uma jornalista israelita e publicado no importante jornal Haaretz, é duplamente significativo e corajoso: pela recusa da propaganda que novamente pretende transformar agressores em agredidos, e pelo testemunho que dá de que o sionismo pode ser esmagadoramente dominante na sociedade israelita, mas que continua a haver - e possivelmente a aumentar - entre os israelitas a recusa e o combate essa ideologia racista, colonialista e fascista, factor central da longa e intolerável tragédia do povo palestino e do Médio Oriente.

Com o seu apoio à ofensiva de Israel em Gaza, os líderes ocidentais deram carta-branca aos israelitas para que façam aquilo que melhor sabem fazer: chafurdar na sua vitimização e ignorar o sofrimento palestino.

Uma das tremendas vitórias da propaganda de Israel é que tenha sido aceite como vítima dos palestinos, tanto em termos da opinião pública israelita como da dos líderes ocidentais, que se apressam a falar do direito de Israel a defender-se. A propaganda é tão eficaz que apenas os foguetes palestinos no sul de Israel, e agora em Tel Aviv, são inventariados no balanço das hostilidades. Os foguetes, ou os danos no que há de mais sagrado - um jeep militar- são sempre apresentados como ponto de partida e, ao som da aterradora sirene, como se se tratasse de um filme da Segunda Guerra Mundial, constroem a meta-narrativa da vítima que tem direito a defender-se.

Todos os dias, e na realidade em todos os momentos, esta meta-narrativa permite a Israel acrescentar um outro elo à cadeia do saque de uma nação tão antiga como o próprio Estado, enquanto ao mesmo tempo é ocultado o facto de que um fio condutor se desenrola desde 1948 quando foi negado aos refugiados palestinos o regresso aos seus lares, a expulsão dos beduínos do deserto de Negev em principios de 1950, a expulsão actual dos beduínos do vale do Jordão, as fazendas para os judeus no Negev, a discriminação nos orçamentos de Israel e os disparos contra os pescadores de Gaza para os impedir de ganhar a vida de forma respeitável. Milhões destes fios contínuos não tiveram interrupção desde 1948 até ao presente. É este o tecido da vida da nação palestina, tão isolados como estão na solidão dos seus diversos confinamentos. É assim o tecido da vida dos cidadãos palestinos de Israel e dos que vivem nas suas terras de exilio.

Mas estes fios não constituem toda a trama da vida. A resistência aos fios que nós, os israelitas, fazemos indefinidamente girar, também é parte da trama da vida dos palestinos. O significado da palavra resistência foi degradado para lhe atribuir o sentido de uma disputa muito masculina na qual os mísseis terão por alvo zonas muito afastadas (uma disputa entre as organizações palestinas, e entre elas mesmas e o exército regular israelita). Isto não invalida o facto de que, em essência, a resistência à injustiça inerente à dominação israelita é parte integrante da vida quotidiana dos palestinos.

Os ministérios dos Estrangeiros e do Desenvolvimento no Ocidente e nos Estados Unidos colaboram aleivosamente na mentirosa representação de Israel como vítima, uma vez que a cada semana recebem relatórios dos seus representantes na Margem Ocidental e na Faixa de Gaza sobre um elo mais que foi acrescentado à cadeia de desapropriação e opressão que Israel impõe, ou até porque os seus próprios contribuintes “doam dinheiro para alguns dos desastres humanitários, grandes e pequenos, infligidos por Israel”.

Em 8 de Novembro, dois dias antes do ataque ao mais santo dos santos - os soldados de um exército em jeep – esses contribuintes poderiam ter lido que os soldados israelitas tinham morto Ahmad Abu Daqqa, de 13 anos, que estava a jogar futebol com os seus amigos na povoação de Abassan, a leste de Khan Yunis. Os soldados estavam a 1,5 quilómetros das crianças, dentro da zona da Faixa de Gaza, ocupados em “expor” (palavra utilizada para branquear uma outra, “destruir”) as terras agrícolas. Sendo assim, ¿porque não começar a narrativa da escalada de agressão na morte do menino? Em 10 de Novembro, depois do ataque ao jeep, o exército israelita matou outros quatro civis de 16 a 19 anos.

Chafurdar na ignorância

Os líderes do Ocidente podiam saber que antes do exercício do exército de Israel da passada semana, dezenas de famílias beduínas do vale do Jordão foram obrigadas a evacuar os seus lares. ¡Não é curioso que os treinos do exército israelita tenham sempre que ser realizados nos lugares onde vivem os beduínos e não onde estão os colonos israelitas, e que esse facto constitua um motivo para os expulsar? Outra razão. Outra expulsão. Os líderes do Ocidente também poderiam ter sabido, com base no artigo impresso a quatro cores em papel cromo em que é feito o relatório das finanças dos seus países, que desde o início de 2012 Israel destruiu 569 edifícios e estruturas palestinas, incluindo poços de agua e 178 moradias. No total, 1.014 personas foram afectadas pelas demolições.

Não ouvimos as massas de Tel Aviv nem os residentes das zonas do sul advertir os administradores do Estado sobre as implicações desta destruição sobre a população civil. Os israelitas chafurdam alegremente na sua ignorância. Esta informação e a de outros factos semelhantes está disponível e acessível a qualquer um que esteja realmente interessado. Mas os israelitas optam por não saber. Esta ignorância voluntaria é uma pedra angular da construção do sentido de vitimização de Israel. Mas a ignorância é ignorância: o facto de que os israelitas não querem saber o que estão a fazer, como potência ocupante, não nega os seus actos nem a resistência palestina.

Em 1993 os palestinos deram uma prenda a Israel, uma oportunidade dourada para cortar a trama dos fios que atam 1948 até ao presente, de abandonar as características de país de saque colonial, e de planear juntos um futuro diferente para os dois povos na região. A geração palestina que aceitou os Acordos de Oslo (cheios de armadilhas colocadas por inteligentes advogados israelitas) é a geração que conheceu uma multifacética, e até normal, sociedade israelita que permitiu a ocupação de 1967 (com o fim de conseguir mão de obra barata) com uma liberdade de movimentos quase completa. Os palestinos chegaram a um acordo sobre a base das suas reivindicações mínimas. Um dos pilares destas exigências mínimas definia a Faixa de Gaza e a Cisjordânia como uma entidade territorial única.

Mas desde que teve início a aplicação de Oslo, Israel fez sistematicamente todo o possível para que a Faixa de Gaza se convertesse numa entidade independente, desligada, no quadro da insistência de Israel em manter e ampliar a trama de 1948. Desde o aparecimento do Hamas tem feito todos os possíveis para dar apoio à concepção que Hamas prefere: que a Faixa de Gaza é uma entidade política separada onde não existe ocupação. Se isto é assim, por que não ver as cosas da seguinte maneira: Como entidade política independente, qualquer incursão no território de Gaza é uma violação da sua soberania, e Israel está constantemente a fazê-lo. ¿Por acaso não terá o governo do estado de Gaza o direito de responder, de ripostar, ou ao menos o direito masculino - um gémeo do direito masculino do exército israelita – a assustar os israelitas da mesma forma que eles o fazem com os palestinos?

Mas Gaza não é um Estado. Gaza está sob ocupação israelita, apesar de todas as acrobacias verbais tanto de Hamas como de Israel. Os palestinos que vivem ali são parte de um povo cujo ADN contém a resistência à opressão.

Na Cisjordânia, os activistas palestinos procuram desenvolver um tipo de resistência diferente da resistência armada masculina. Mas o exército israelita destrói com zelo e determinação toda a resistência popular. Não temos ouvido dizer que os residentes de Tel Aviv e das zonas do sul se queixem da simetria de dissuasão que o exército israelita está a construir contra a população civil palestina.

E assim de novo Israel oferece mais razões a mais jovens palestinos, para quem Israel é uma sociedade anormal de exércitos e de colonos, para concluir que a única resistência racional é o derramamento de sangue e o contraterrorismo. E assim todos os elos da opressão israelita e toda a ignorância da existência da opressão israelita nos vai arrastando encosta abaixo na ladeira da disputa masculina.

*Amira Hass, jornalista israelita, filha de dois sobreviventes do Holocausto que, ao chegarem a Israel, se recusaram a viver em casas roubadas a palestinianos entretanto expulsos da sua terra.

Fonte original: http://www.haaretz.com/news/features/israel-s-right-to-self-defense-a-tremendous-propaganda-victory.premium-1.478913

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

ISRAEL Y LA RADICALIZACIÓN MILITARISTA EN MEDIO ORIENTE


21 noviembre 2012, Rebelión http://www.rebelion.org (México)


Como una constante que se ha acentuado en Israel de forma posterior a su triunfo en la guerra del ’67 -aquella guerra que según Idith Zertal transformó “lo que debería ser un refugio, un hogar y una patria en un templo y un eterno altar”-, este país se encuentra actualmente reforzando su poder en Medio Oriente a partir de la militarización de las relaciones internacionales. La pretensión israelí de dominio regional por la vía del militarismo se ha expresado en sus últimos ataques a Gaza, que incluyen la operación Plomo Fundido de 2008 y en el actual bombardeo con amenaza de exterminio a partir del ingreso por tierra, que ya ha implicado movilizar a 75.000 reservistas. No ha intentado otra cosa que activar la amenaza del exterminio el canciller israelí Avigdor Lieberman cuando señaló que "si entramos en Gaza por tierra tenemos que ir hasta el final", a pesar de que podría ser solamente una estrategia para amenazar y luego negociar en mejores condiciones.

Sin embargo, la estrategia militarista adoptada por Israel pareciera en cierta medida anacrónica, explicable por una excepcionalidad cultural constituida por el dominio que ejercen las IDF (Israel Defense Forces) en la sociedad israelí y por la heroificación religiosa. Ya lo había percibido Michel Warchawsky ante el inicio de la primavera árabe al señalar que “ cuando escuchamos las declaraciones israelíes sobre la rebelión egipcia, el aspecto más chocante resulta el gran abismo que existe entre estas declaraciones y las del resto del mundo. Se hace evidente que Israel habita un planeta totalmente diferente”.

La complejidad del escenario reside en que, a pesar del interés israelí de recuperar posiciones frente al nuevo escenario geopolítico regional con esta nueva ofensiva militarista [1] , así como a partir del importante resguardo que le brinda su alianza estratégica con EE.UU, el contexto actual ya no es el mismo. Las recientes rebeliones en el Mundo Árabe han expresado la vocación popular por demandas democráticas e igualitarias capitalizadas en ciertos casos por grupos religiosos tradicionales como los Hermanos Musulmanes. Así también, hemos visto últimamente una ronda de hostilidades frente a las autoridades diplomáticas estadounidenses en la región, que incluyeron el asesinato del embajador Chris Steven en Libia, así como las violentas manifestaciones frente a la embajada estadounidense en El Cairo, Túnez, entre otras, que dan cuenta del profundo sentimiento antinorteamericano de ciertas multitudes.

Suman a ello la constatación de que Egipto ya no se encuentra bajo los designios de Hosni Mubarak, sino de Mohamed Morsi, quien pertenece a la cofradía de los Hermanos Musulmanes y que triunfó en las primeras elecciones realizadas de forma posterior a la rebelión egipcia. Éste último, al igual que el primer ministro turco Recep Tayip Erdogan, expresa cierta autonomía frente a los poderes occidentales, mientras que Mubarak era un incondicional aliado de los intereses estadounidenses en la región y garantizaba el bloqueo a la Franja de Gaza.

Las consecuencias de esta nueva radicalización militar israelí posiblemente sean más inciertas actualmente, puesto que Israel actúa como “pez grande” -lo que efectivamente era y sigue siendo- en un escenario en mutación. A pesar de lo incierto del escenario regional, lo que sí parece asegurado con esta escalada de violencia, es la derechización del electorado nacional hacia a las elecciones en enero. Como ha demostrado Idith Zertal, revivir la amenaza del holocausto y el aniquilamiento ha sido una constante en las formas de manipulación de la política israelí instrumentada desde las elites político-militares, y resulta evidente señalar que este contexto a nivel interno favorecerá una vez más a la derecha.

*Ariel Goldstein es Sociólogo (UBA). Becario Conicet en el Instituto de Estudios de América Latina y el Caribe (Iealc).

[1] Agradezco al sociólogo Nicolás Damin por señalarme esta cuestión.

domingo, 28 de outubro de 2012

LA FÓRMULA DE ISRAEL PARA UNA DIETA DE HAMBRE


26 octubre 2012, Rebelión http://www.rebelion.org (México) 

DE CÓMO LOS 400 CAMIONES NECESARIOS PARA ALIMENTAR A GAZA SE QUEDAN EN 67

Jonathan Cook*

Countercurrents.org

Traducido del inglés para Rebelión por Sinfo Fernández

Hace seis años y medio, poco después de que Hamas ganara las elecciones nacionales palestinas y se hiciera cargo de Gaza, un alto funcionario israelí describió de esta forma la calculada respuesta de Israel: “La idea”, dijo, “es poner a dieta a los palestinos pero sin dejar que se mueran de hambre”.

Aunque Dov Weisglass era asesor de Ehud Olmert, el Primer Ministro de la época, pocos observadores consideraron su comentario como algo más que una hipérbole, una descripción supuestamente jocosa del bloqueo que Israel se disponía a imponer sobre el diminuto enclave.

Sin embargo, la pasada semana, apareció finalmente la prueba que demostraba que dicha idea se había convertido efectivamente en una política israelí. Después de los tres años de batalla legal emprendida por un grupo de defensa de los derechos humanos, Israel se vio obligado a revelar el documento denominado “Líneas Rojas”. Redactado a principios de 2008, cuando el bloqueo se intensificó aún más, el documento del Ministerio de Defensa describía una serie de propuestas sobre qué trato dar a la Franja bajo gobierno de Hamas.

Los funcionarios de sanidad proporcionaron cálculos de la cantidad mínima de calorías que el millón y medio de habitantes de Gaza necesitaban para evitar la desnutrición. Esas cifras se concretaron después en las cargas de los camiones de alimentos que se suponía Israel iba a permitir que entraran cada día.

Los medios israelíes han intentado presentar esas escalofriantes discusiones, mantenidas en secreto, de la mejor guisa posible. Incluso el periódico liberal Haaretz describía con eufemismos esta forma extrema de recuento de calorías alegando que se había diseñado para “asegurar que Gaza no muriera de hambre”.

Pero lo que en verdad se revela es un cuadro muy diferente cuando uno lee la letra pequeña. Aunque el Ministerio de Sanidad determinó que los gazatíes necesitaban diariamente cada uno una media de 2.279 calorías para evitar la desnutrición –lo que requiere 170 camiones al día-, las autoridades militares encontraron después un montón de pretextos para reducir el número de camiones hasta una fracción de la primera cifra.

La realidad ha sido que, durante este período, una media de tan solo 67 camiones –mucho menos que la mitad de las necesidades mínimas- han estado entrando a diario en Gaza. Comparen esta cifra con los 400 camiones diarios anteriores al comienzo del bloqueo. Para conseguir esta inmensa reducción, las autoridades israelíes se dedicaron a descontar camiones basándose tanto en una valoración enormemente generosa de la cantidad de alimentos que podía obtenerse localmente y en las diferencias de la “cultura y experiencia” del consumo de alimentos en Gaza, una lógica jamás explicada.

Gisha, la organización que luchó para que se publicara el documento, observa que las autoridades israelíes ignoraron el hecho de que el bloqueo había dañado inmensamente la industria agrícola de Gaza, con una carencia de semillas y pollos que había provocado un descenso espectacular en la producción de alimentos.

El personal de las Naciones Unidas ha señalado también que Israel no tuvo en cuenta la gran cantidad de alimentos del suministro diario de 67 camiones que finalmente no llegaron nunca a Gaza. Eso se debió a las restricciones israelíes en los cruces de frontera que crearon grandes retrasos al obligar a que se descargaran los alimentos para revisarlos y subirlos de nuevo. Muchos de los productos se estropearon al permanecer bastante tiempo bajo el sol.

Y, por si lo anterior no bastaba, Israel ajustó aún más la fórmula para que el número de camiones que llevaban azúcar, pobre en nutrientes, se duplicara mientras que los camiones que llevaban leche, fruta y vegetales se reducían en gran medida, en ocasiones hasta la mitad.

Robert Turner, director de operaciones de la Agencia para los Refugiados de las Naciones Unidas en la Franja de Gaza, ha observado: “Los hechos sobre el terreno en Gaza demuestran que las importaciones de alimentos cayeron sistemáticamente por debajo de las líneas rojas”.

No se necesita un experto para concluir que la imposición de esta “dieta” al estilo Weisglass conllevaría una extendida desnutrición, especialmente entre los niños. Y eso es precisamente lo que ha sucedido, como recogió en su momento un informe filtrado del Comité Internacional de la Cruz Roja. “La desnutrición crónica sigue una tendencia velozmente creciente y las deficiencias en micronutrientes son objeto de gran preocupación”, se informaba a principios de 2008.

Las protestas de Israel alegando que el documento era meramente un “borrador” y que nunca se llevó a la práctica son apenas creíbles y, de todas formas, no vienen al caso. Si los expertos sanitarios asesoraron a los políticos y generales que Gaza necesitaba al menos 170 camiones al día, ¿por qué implementaron una política que permitía solo 67?

No puede haber duda de que la dieta concebida para Gaza –al igual que el bloqueo israelí en general- se viene aplicando como una forma de castigo colectivo, un castigo contra cada hombre, mujer y niño. El objetivo, según el Ministerio de Defensa de Israel, era emprender una “guerra económica” que generara una crisis política y que ésta, a su vez, provocara un levantamiento contra Hamas.

Con anterioridad, cuando Israel llevó a cabo su desenganche de 2005, presentó la retirada como el fin de la ocupación de Gaza. Pero la fórmula de las “Líneas Rojas” indica todo lo contrario: indica que, en realidad, las autoridades israelíes intensificaron su dominio sobre las vidas de los habitantes de Gaza hasta el detalle más microscópico.

¿Quién puede dudar –teniendo en cuenta las experiencias soportadas por Gaza en los últimos años- de que existen otros archivos del ejército israelí, que siguen siendo secretos, en los que se establecen experimentos similares de ingeniería social? ¿Revelarán los historiadores del futuro que las autoridades israelíes también tuvieron en cuenta las mínimas horas de electricidad que los gazatíes necesitaban para sobrevivir, o las cantidades mínimas de agua, el espacio mínimo para que una familia pudiera vivir o los niveles más altos posibles de desempleo?

Es muy probable que esas fórmulas estén detrás de los hechos siguientes:

-- La decisión de bombardear la única central eléctrica de Gaza en 2006 y, a continuación, impedir que se reparara adecuadamente;

-- La negativa a aprobar una planta de desalinización, la única vía para impedir el enorme agotamiento de los contaminados acuíferos subterráneos de Gaza;

-- La declaración de inmensas franjas de tierra agrícola como zonas de nadie, obligando a la población rural a desplazarse a las ya atestadas ciudades y campos de refugiados;

-- Y el continuo bloqueo de las exportaciones, que ha diezmado a la comunidad empresarial de Gaza y asegurado que la población siga dependiendo de la ayuda.

Son precisamente todas estas políticas de Israel las que han hecho de la ONU advirtiera en el pasado mes de agosto que Gaza sería “inhabitable” en 2020.

De hecho, la lógica utilizada en el documento de las “Líneas Rojas” y en todas las demás medidas puede hallarse en una estrategia militar que alcanzó su apoteosis en la Operación Plomo Fundido , el salvaje ataque perpetrado contra Gaza en el invierno de 2008-09.

La doctrina Dahiya postula que Israel tiene que tratar de restablecer su tradicional principio de disuasión militar para sobrellevar la situación de un Oriente Medio cambiante, de forma que el principal desafío a enfrentar sea una guerra asimétrica. El nombre Dahiya se deriva de una barriada de Beirut arrasada por Israel hasta sus cimientos en el ataque contra el Líbano de 2006.

Este “concepto de seguridad”, como el ejército israelí lo denomina, implica la total destrucción de la infraestructura de una comunidad, a fin de hundirla de forma tan profunda en los problemas de supervivencia y reconstrucción que no puedan atenderse otro tipo de preocupaciones, incluyendo el contraataque o la resistencia a la ocupación. El primer día de la ofensiva contra Gaza, Yoav Galant, el comandante al frente de la misma, explicó sucintamente el objetivo: se trataba de “enviar a Gaza al pasado en varias décadas”. Quizá Matan Vilnai haya pensado en términos similares cuando, meses antes de la Operación Plomo Fundido , advirtió que Israel se preparaba para infligir a Gaza un “Shoah”, la palabra hebrea para Holocausto.

La dieta de Weisglass, vista en este contexto, puede entenderse como un refinamiento más de la doctrina Dahiya : toda una sociedad forzada a aceptar su sometimiento a través de una combinación de violencia, pobreza, desnutrición y lucha permanente sobre recursos muy limitados.

Este experimento que tiene por objeto desesperar a los palestinos es, no hace falta decirlo, ilegal a la vez que extremadamente inmoral. Pero, en última instancia, es inevitable que se venga abajo, y posiblemente más pronto que tarde. La visita a Gaza del Emir de Qatar de esta semana para conceder cientos de millones de dólares de ayuda, ha sido la primera de un jefe de Estado desde 1999.

Los Estados ricos en petróleo del Golfo necesitan influencia, aliados y mejorar su imagen en un nuevo Oriente Medio sumido en levantamientos y guerras civiles. Parece ser que Gaza es el premio a conseguir por el que parecen estar dispuestos a desafiar a Israel.

*Jonathan Cook ha ganado el Premio Especial al Periodismo Martha Gellhorn. Sus últimos libros son: “ Israel and the Clash of Civilizations: Iraq , Iran and the Plan to Remake the Middle East” (Pluto Press) y “Disappearing Palestine : Israel ’s Experiments in Human Despair” (Zed Books). Su página en Internet es: www.jkcook.net

Fuente original: http://www.countercurrents.org/cook241012.htm

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O POEMA DA CONTROVÉRSIA

11 abril 2012, Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil)

A polêmica vai continuar, porque, de fato, Günter Grass pôs um dedo na ferida, uma ferida de muitas camadas, que remonta ao holocausto, ao silêncio sobre o holocausto depois da guerra, aos levantes de 68 (que, na Alemanha, levantaram o questionamento às gerações mais antigas - "onde você estava e o que fez durante o nazismo?"), e também ao silêncio posterior diante das atitudes belicistas dos governos isralenses, em particular o último, de Benyamin Netanyahu.

Por Flávio Aguiar*

O escritor alemão e prêmio Nobel de literatura (1999) Günter Grass causou enorme polêmica na Alemanha, na Europa e em Israel publicando, na semana passada, o poema abaixo em vários jornais europeus. O poema critica seu próprio país por vender mais um submarino à Israel, com capacidade para lançar mísseis armados até com ogivas nucleares. Critica o governo israelense "por ameaçar a já frágil paz mundial" com a possibilidade de um ataque ao Irã, por este supostamente estar preparando um arsenal nuclear.

Para o escritor quem certamente tem armas nucleares se propõe a atacar quem apenas se supõe estar construindo uma, sem se ter ainda prova cabal disso. Além disso, Günter Grass (autor, dentre outros, do romance "Die Blechtrommel", "O tambor de lata" - que também virou filme) critica seu próprio silêncio sobre o tema esse tempo todo, atribuindo-o a um sentimento de culpa que permanece na cultura de seu país (culpa que ele considera justificada). Ao final, o poema diz que ambos os países deveriam colocar suas atividades nucleares sob supervisão da ONU.

O poema caiu como uma bomba em diferentes meios. Primeiro, na própria Alemanha, onde criticar qualquer coisa a respeito de Israel é (compreensivelmente) tabu.

A mídia liberal rejeitou o poema, e suas críticas. Houve até quem chamasse Günter Grass (hoje com 84 anos) de "velho senil" querendo chamar a atenção. Muitos representantes de associações judaicas também criticaram veementemente o poema. Günter foi acusado de antissemita, e outras críticas interpretaram que seu poema fortalecia Ahmadinejad, os aiatolás e o Irã, comparando-o, "equivocadamente", a Israel. Outros consideraram o poema um equívoco do ponto de vista literário.

Mas houve quem saísse em sua defesa também. Escritores, artistas e membros do establishment cultural alemão rejeitaram a acusação de antissemitismo, lembrando que Grass sempre se posicionou favoravalmente à existência de Israel (algo que fica também implícito no próprio poema). Ainda houve também quem dissesse que o poema era exagerado (sobretudo ao dizer que Israel poderia exterminar o povo iraniano), mas que levantava um assunto que se necessitava debater.

Os partidos políticos não se pronunciaram oficialmente. Porém, em geral, os políticos da Linke aprovaram a atitude de Grass. Os do SPD se dividiram, uns apoiando Grass, outros criticando. Isso é muito relevante, porque Grass sempre se posicionou a favor do SPD. Muitos do Partido Verde criticaram o poema, mas deixaram claro que não endossavam a acusação de antissemitismo.

Para engrossar o caldo, o governo isralense declarou o escritor "persona non grata" em Israel, o que, na prática, barra sua entrada no país (que ele visitou muitas vezes). Vozes do governo de Tel Aviv se ergueram denunciando que Grass, na Guerra, pertencera à famigerada SS. É verdade que o próprio Grass reconheceu esse fato. Mas a história completa é a de que ele, aos 17 anos, quis se alistar na Marinha alemã para lutar. Aparentemente rejeitado, foi parar num regimento blindado das SS-Waffen, na frente de batalha. Ferido, foi feito prisioneiro num campo de concentração norte-americano. Ao mesmo tempo, políticos e escritores isralenses criticaram seu próprio governo. Muitos disseram que o governo, em dificuldades, estava fazendo uma campanha populista em cima do poema de Grass, e que era um absurdo barrar sua entrada, o que "igualava Israel aos regimes totalitários, inclusive o Irã".

Na Alemanha, a atitude do governo de Tel Aviv também mereceu críticas por parte da mesma mídia que atacara o poema, taxando a proibição de "exagerada".

A polêmica vai continuar, porque, de fato, Günter Grass pôs um dedo na ferida, uma ferida de muitas camadas, que remonta ao holocausto, ao silêncio sobre o holocausto depois da guerra, aos levantes de 68 (que, na Alemanha, levantaram o questionamento às gerações mais antigas - "onde você estava e o que fez durante o nazismo?"), e também ao silêncio posterior diante das atitudes belicistas dos governos isralenses, em particular o último, de Benyamin Netanyahu.

O próprio Grass veio a público dizer que continuava sustentando o poema, mas que talvez devesse tê-lo escrito deixando mais claro que seu alvo era o governo do atual primeiro-ministro, e não Israel como um todo. Leia abaixo quatro versões do poema, em espanhol, inglês, o original em alemão e em português.

O que deve ser dito

Porque guardo silêncio há demasiado tempo
sobre o que é manifesto
e se utilizava em jogos de guerra
em que no fim, nós sobreviventes,
acabamos como meras notas de rodapé.

É o suposto direito a um ataque preventivo,
que poderá exterminar o povo iraniano,
conduzido ao júbilo
e organizado por um fanfarrão,
porque na sua jurisdição se suspeita
do fabrico de uma bomba atômica.

Mas por que me proibiram de falar
sobre esse outro país [Israel], onde há anos
- ainda que mantido em segredo –
se dispõe de um crescente potencial nuclear,
que não está sujeito a nenhum controle,
pois é inacessível a inspeções?

O silêncio geral sobre esse fato,
a que se sujeitou o meu próprio silêncio,
sinto-o como uma gravosa mentira
e coação que ameaça castigar
quando não é respeitada:
“antissemitismo” se chama a condenação.

Agora, contudo, porque o meu país,
acusado uma e outra vez, rotineiramente,
de crimes muito próprios,
sem quaisquer precedentes,
vai entregar a Israel outro submarino
cuja especialidade é dirigir ogivas aniquiladoras
para onde não ficou provada
a existência de uma única bomba,
se bem que se queira instituir o medo como prova… digo o que deve ser dito.

Por que me calei até agora?

Porque acreditava que a minha origem,
marcada por um estigma inapagável,
me impedia de atribuir esse fato, como evidente,
ao país de Israel, ao qual estou unido
e quero continuar a estar.

Por que motivo só agora digo,
já velho e com a minha última tinta,
que Israel, potência nuclear, coloca em perigo
uma paz mundial já de si frágil?

Porque deve ser dito
aquilo que amanhã poderá ser demasiado tarde [a dizer],
e porque – já suficientemente incriminados como alemães –
poderíamos ser cúmplices de um crime
que é previsível,
pelo que a nossa cota-parte de culpa
não poderia extinguir-se
com nenhuma das desculpas habituais.

Admito-o: não vou continuar a calar-me
porque estou farto
da hipocrisia do Ocidente;
é de esperar, além disso,
que muitos se libertem do silêncio,
exijam ao causador desse perigo visível
que renuncie ao uso da força
e insistam também para que os governos
de ambos os países permitam
o controle permanente e sem entraves,
por parte de uma instância internacional,
do potencial nuclear israelense
e das instalações nucleares iranianas.

Só assim poderemos ajudar todos,
israelenses e palestinos,
mas também todos os seres humanos
que nessa região ocupada pela demência
vivem em conflito lado a lado,
odiando-se mutuamente,
e decididamente ajudar-nos também.


Lo que hay que decir

Por qué guardo silencio, demasiado tiempo,
sobre lo que es manifiesto y se utilizaba
en juegos de guerra a cuyo final, supervivientes,
solo acabamos como notas a pie de página.

Es el supuesto derecho a un ataque preventivo
el que podría exterminar al pueblo iraní,
subyugado y conducido al júbilo organizado
por un fanfarrón,
porque en su jurisdicción se sospecha
la fabricación de una bomba atómica.

Pero ¿por qué me prohíbo nombrar
a ese otro país en el que
desde hace años –aunque mantenido en secreto–
se dispone de un creciente potencial nuclear,
fuera de control, ya que
es inaccesible a toda inspección?

El silencio general sobre ese hecho,
al que se ha sometido mi propio silencio,
lo siento como gravosa mentira
y coacción que amenaza castigar
en cuanto no se respeta;
“antisemitismo” se llama la condena.

Ahora, sin embargo, porque mi país,
alcanzado y llamado a capítulo una y otra vez
por crímenes muy propios
sin parangón alguno,
de nuevo y de forma rutinaria, aunque
enseguida calificada de reparación,
va a entregar a Israel otro submarino cuya especialidad
es dirigir ojivas aniquiladoras
hacia donde no se ha probado
la existencia de una sola bomba,
aunque se quiera aportar como prueba el temor...
digo lo que hay que decir.

¿Por qué he callado hasta ahora?
Porque creía que mi origen,
marcado por un estigma imborrable,
me prohibía atribuir ese hecho, como evidente,
al país de Israel, al que estoy unido
y quiero seguir estándolo.

¿Por qué solo ahora lo digo,
envejecido y con mi última tinta:
Israel, potencia nuclear, pone en peligro
una paz mundial ya de por sí quebradiza?

Porque hay que decir
lo que mañana podría ser demasiado tarde,
y porque –suficientemente incriminados como alemanes–
podríamos ser cómplices de un crimen
que es previsible, por lo que nuestra parte de culpa
no podría extinguirse
con ninguna de las excusas habituales.

Lo admito: no sigo callando
porque estoy harto
de la hipocresía de Occidente; cabe esperar además
que muchos se liberen del silencio, exijan
al causante de ese peligro visible que renuncie
al uso de la fuerza e insistan también
en que los gobiernos de ambos países permitan
el control permanente y sin trabas
por una instancia internacional
del potencial nuclear israelí
y de las instalaciones nucleares iraníes.

Sólo así podremos ayudar a todos, israelíes y palestinos,
más aún, a todos los seres humanos que en esa región
ocupada por la demencia
viven enemistados codo con codo,
odiándose mutuamente,
y en definitiva también ayudarnos.

Fonte: El País, 4 de abril de 2012
Tradução de Miguel Sáenz



What Must Be Said

Why do I stay silent, conceal for too long
What clearly is and has been
Practiced in war games, at the end of which we as survivors
Are at best footnotes.

It is the alleged right to first strike
That could annihilate the Iranian people--
Enslaved by a loud-mouth
And guided to organized jubilation--
Because in their territory,
It is suspected, a bomb is being built.

Yet why do I forbid myself
To name that other country
In which, for years, even if secretly,
There has been a growing nuclear potential at hand
But beyond control, because no inspection is available?

The universal concealment of these facts,
To which my silence subordinated itself,
I sense as incriminating lies
And force--the punishment is promised
As soon as it is ignored;
The verdict of "anti-Semitism" is familiar.

Now, though, because in my country
Which from time to time has sought and confronted
Its very own crime
That is without compare
In turn on a purely commercial basis, if also
With nimble lips calling it a reparation, declares
A further U-boat should be delivered to Israel,
Whose specialty consists of guiding all-destroying warheads to where the existence
Of a single atomic bomb is unproven,
But as a fear wishes to be conclusive,
I say what must be said.

Why though have I stayed silent until now?
Because I thought my origin,
Afflicted by a stain never to be expunged
Kept the state of Israel, to which I am bound
And wish to stay bound,
From accepting this fact as pronounced truth.

Why do I say only now,
Aged and with my last ink,
That the nuclear power of Israel endangers
The already fragile world peace?
Because it must be said
What even tomorrow may be too late to say;
Also because we--as Germans burdened enough--
Could be the suppliers to a crime
That is foreseeable, wherefore our complicity
Could not be redeemed through any of the usual excuses.

And granted: I am silent no longer
Because I am tired of the hypocrisy
Of the West; in addition to which it is to be hoped
That this will free many from silence,
That they may prompt the perpetrator of the recognized danger
To renounce violence and
Likewise insist
That an unhindered and permanent control
Of the Israeli nuclear potential
And the Iranian nuclear sites
Be authorized through an international agency
By the governments of both countries.

Only this way are all, the Israelis and Palestinians,
Even more, all people, that in this
Region occupied by mania
Live cheek by jowl among enemies,
And also us, to be helped.


Was gesagt werden muss

Warum schweige ich, verschweige zu lange,
was offensichtlich ist und in Planspielen
geübt wurde, an deren Ende als Überlebende
wir allenfalls Fußnoten sind.

Es ist das behauptete Recht auf den Erstschlag,
der das von einem Maulhelden unterjochte
und zum organisierten Jubel gelenkte
iranische Volk auslöschen könnte,
weil in dessen Machtbereich der Bau
einer Atombombe vermutet wird.

Doch warum untersage ich mir,
jenes andere Land beim Namen zu nennen,
in dem seit Jahren - wenn auch geheimgehalten -
ein wachsend nukleares Potential verfügbar
aber außer Kontrolle, weil keiner Prüfung
zugänglich ist?

Das allgemeine Verschweigen dieses Tatbestandes,
dem sich mein Schweigen untergeordnet hat,
empfinde ich als belastende Lüge
und Zwang, der Strafe in Aussicht stellt,
sobald er mißachtet wird;
das Verdikt "Antisemitismus" ist geläufig.
Jetzt aber, weil aus meinem Land,
das von ureigenen Verbrechen,
die ohne Vergleich sind,
Mal um Mal eingeholt und zur Rede gestellt wird,
wiederum und rein geschäftsmäßig, wenn auch
mit flinker Lippe als Wiedergutmachung deklariert,
ein weiteres U-Boot nach Israel
geliefert werden soll, dessen Spezialität
darin besteht, allesvernichtende Sprengköpfe
dorthin lenken zu können, wo die Existenz
einer einzigen Atombombe unbewiesen ist,
doch als Befürchtung von Beweiskraft sein will,
sage ich, was gesagt werden muß.

Warum aber schwieg ich bislang?
Weil ich meinte, meine Herkunft,
die von nie zu tilgendem Makel behaftet ist,
verbiete, diese Tatsache als ausgesprochene Wahrheit
dem Land Israel, dem ich verbunden bin
und bleiben will, zuzumuten.

Warum sage ich jetzt erst,
gealtert und mit letzter Tinte:
Die Atommacht Israel gefährdet
den ohnehin brüchigen Weltfrieden?
Weil gesagt werden muß,
was schon morgen zu spät sein könnte;
auch weil wir - als Deutsche belastet genug -
Zulieferer eines Verbrechens werden könnten,
das voraussehbar ist, weshalb unsere Mitschuld
durch keine der üblichen Ausreden
zu tilgen wäre.

Und zugegeben: ich schweige nicht mehr,
weil ich der Heuchelei des Westens
überdrüssig bin; zudem ist zu hoffen,
es mögen sich viele vom Schweigen befreien,
den Verursacher der erkennbaren Gefahr
zum Verzicht auf Gewalt auffordern und
gleichfalls darauf bestehen,
daß eine unbehinderte und permanente Kontrolle
des israelischen atomaren Potentials
und der iranischen Atomanlagen
durch eine internationale Instanz
von den Regierungen beider Länder zugelassen wird.

Nur so ist allen, den Israelis und Palästinensern,
mehr noch, allen Menschen, die in dieser
vom Wahn okkupierten Region
dicht bei dicht verfeindet leben
und letztlich auch uns zu helfen.

Fonte: Süddeutsche Zeitung, 4 de abril de 2012
Posted Yesterday by César Vásquez
Labels: Was gesagt werden muss Lo que hay que decir Gunter Grass What Must Be Said

* Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.

Textos relacionados
Israel continua construção de muro nas colinas de Golã
Após ser criticado, Israel quer retirar Nobel de Günter Grass
MK Bhadrakumar: Rússia alerta sobre ataque dos EUA ao Irã
Intolerância: Günter Grass está proibido de entrar em Israel
Câmara e Senado debaterão acordo de paz entre judeus e palestinos


quarta-feira, 4 de abril de 2012

SIONISMO NAZI: LAS IRONÍAS DE LA HISTORIA

3 abril 2012/Rebelión http://www.rebelion.org (México)

Paola Dragnic*
El Ciudadano

Entre los años 2006-2007 la autora de este relato viajó a Israel y a los ‘Territorios Palestinos Ocupados’ como parte de lo que llama “un reporte personal”.

Hace ya cuatro años que volví de Palestina y desde entonces, quiero escribir esta carta. Pero es tan grande todo lo vivido, que no he podido sentarme a resumir todo lo que quisiera contarles, para que al menos pudieran dimensionar lo que ahí sucede. Porque eso me pasó a mí. Creí ser conocedora del tema, creí saber y entender algo del “conflicto” y de la “causa”, pero nada se asemeja a vivirlo.

No hay libro que uno lea ni imágenes que uno vea, que puedan graficar lo que sucede. Uno puede ser un “experto”, pero si no se ha pisado ese suelo, si no se ha respirado ese aire, si no se ha palpado esa miseria, es imposible llegar a comprender el lento genocidio que ocurre en esas tierras.

Es imposible, porque quienes lo cometen han sido las grandes víctimas del siglo XX y, entonces, cualquiera que condene alguno de sus actos, corre el riesgo de ser tachado de antisemita. De hecho, eso aprendimos en el curso de “Conflicto en Medio Oriente” al que entré como invitada a unas cuantas horas de Tel Aviv (capital de Israel). A la veintena de periodistas latinoamericanos que estábamos ahí, nos entregaron un riguroso listado de claves conductuales que se titulaba: “Cómo identificar el antisemitismo del siglo XXI”. Y creo que muchos lo leímos y en voz baja pensamos que fácilmente seríamos tachados de antisemitas. Por eso, muchos callan. Porque ser antisemita ante el horror del holocausto, es algo inaceptable hoy, a más de 50 años de esa masacre.

Ahí está el primer gran error. El holocausto judío nos avergüenza como especie. Al recorrer los campos de concentración que quedaron como vestigio, uno se pregunta cómo pudo existir ese infierno, mientras el mundo seguía girando. Cómo no fuimos capaces de detenerlo. Cómo fue posible que millones de seres fueran perseguidos, torturados y asesinados de la forma más cruel, en el completo silencio del resto del planeta. Quizás, luego de la desolación y el horror que uno siente, eso es lo que más sorprende del holocausto: La indolencia y complicidad silente. Hoy, muchas décadas después lo condenamos y somos cuidadosos al tener el más mínimo acto de aceptación de alguna actitud nazi, ¿verdad?

¿Tendrán que pasar nuevamente décadas para que entonces nos preguntemos cómo fue posible que, en silencio, se masacrara a los palestinos?

¿Entonces seremos capaces de ver las fotos de los moribundos, detrás del muro, esperando comida? ¿A las mujeres pariendo en las fronteras establecidas por el sionismo? ¿A los prisioneros que Israel mantiene en condiciones infrahumanas? ¿Veremos entonces el muro y sus rejas interminables, con un judío hablando detrás de un vidrio mientras te grita que te quites la ropa una y otras vez, solo para atravesar de una lado a otro y poder visitar a tu familia? Y lo que parece más terrible aún, ¿las fotos de los palestinos tatuados con un número en los brazos, como un carnet imborrable, que les autoriza entrar a Jerusalén? Sí, tatuados. Igual que esas fotos espantosas de esqueléticos judíos fichados en los Campos de Concentración. Hoy, de palestinos.

¿Tendrán que pasar otros 50 años para que podamos ver todo esto y no sentirnos amenazados de ser antisemitas?

Ahí está el primer error que los judíos sionistas han sabido calarnos profundamente, para entonces amparar las más atroces injusticias que sus propios antepasados sufrieron bajo el yugo de los nazis. No hay que aceptar más este chantaje moral. Sé que esta carta bastará para que mi nombre entre en la lista de los antisemitas. Pero no lo soy. Mi padre, yugoslavo, eslavo y casi gitano, sobrevivió a la limpieza étnica de los nazis y él mismo me enseñó que los nacionalismos enfermizos como el que persiguió a su pueblo en la Segunda Guerra, son la lacra social más terrible que puede existir. ¿Y qué es el sionismo de Israel sino un nacionalismo moderno y enfermo?

Un nacionalismo que, en sus vertientes más colonizadoras cercanas al socialismo, apela a razones bíblicas para demandar un territorio que, además pretende limpiar de las otras razas que ahí habitan. El sionismo es racista no porque en sus principios esté escrito o porque la ONU en 1975 lo haya dicho en una resolución, sino simplemente porque no tolera la coexistencia de otros pueblos y actúa en esa dirección.

Como todos, crecí repudiando el holocausto y de cerca, con mi padre y sus historias. Tanto me enamoré de la “causa”, que a los 19 años estuve a punto de irme a un kibutz, embobada en mi adolescencia por la justicia tardía para ese pueblo. Enamorada de “la causa” y de la propuesta socialista de construir patria mancomunada en el desierto.

Veinte años después conocí uno de los kibutz más emblemáticos de la oleada que se creó en los ’70. Y sigo creyendo que es un proyecto precioso, si no fuera por “el alto costo humano que representa”. Supe como se reparte el sueldo de todos para la comunidad, compartí con ellos el Hanukkah, vi los huertos inmensos perfectamente regados y su intimidad. Pero también vi los restos de casas bombardeadas, que se levantan en medio de los verdes sembradíos del kibutz como trofeo a la reconquista de la “tierra prometida”.

A un lado, la lechería con vacas ultra desarrolladas y al otro lado, las ruinas de la que fue el hogar de alguna familia palestina allegada hoy, tras el muro, en esos ghettos árabes que los sionistas parecen haber recreado al más puro estilo de los ghettos judíos de la Alemania nazi.

Recordé entonces esas viejas películas que mostraban el esplendor europeo de algunos pocos en plena década de los ’40, mientras la Segunda Guerra asolaba el continente. Hitler en sus despampanantes juegos olímpicos, y al frente la chimenea humeante de los Campos de Concentración. Recordé, incluso, algún texto que describe la casa de Townley en Santiago, cuando Mariana Callejas celebraba sus rondas literarias en plena dictadura, mientras en el subterráneo de su casa, el servicio de inteligencia torturaba a quienes son hoy algunos de los Detenidos Desaparecidos de Pinochet.

No hay que tener miedo. Condenamos el holocausto judío y hoy condenamos -oportunamente- el holocausto palestino.

La “tierra prometida” es hoy un cuadrillé de pueblos enmarcados en un muro de más de 8 metros de altura que zigzaguea el suelo y forma ghettos palestinos, de donde no hay salida. A puñados, los palestinos quedaron en algunos pueblos sin conexión entre sí muchas veces, sometidos al ímpetu de los israelíes que deciden qué puede entrar y qué puede salir. Esto incluye, obviamente, hasta lo más básico como la comida que, estratégicamente, te permite matar de hambre, lentamente, a quienes están adentro.

Si tu padre quedó en el ghetto de al frente, deberás visitarlo escasamente y previa autorización. Entonces, tendrás que hacer una larga fila entre dos rejas, como las vacas camino al matadero, ingresarás a una pequeña habitación donde sacarás tu ropa, serás humillado sin derecho a pataleo en tu propia casa, y alguien te gritará en hebreo, detrás de un vidrio, si es correcto lo que estás haciendo.

Si la panadería quedó al otro lado del checkpoint, deberás hacer esta rutina de ida y de vuelta, sólo si tienes la suerte de entrar, para luego ver si tienes la otra suerte de encontrar algo para comer.

Belén es uno de los más dolorosos ghettos palestinos, porque buena parte del mundo recuerda ese lugar como un sitio histórico que quisieran visitar sin temor.

La plaza de Belén, enmarca la llegada a la Iglesia de la Natividad. Los habitantes de Belén, que obviamente poco y nada comparten el fervor cristiano, respetan a los escasos turistas y valoran ese espacio como el sitio histórico que indudablemente es. Que distinto, entonces, es ir a Nazareth, hermoso en la pulcritud israelí y prácticamente neutralizado con el fanatismo religioso o ateo -como quieran- de la administración que lo gobierna. Si preguntas por alguien llamado Jesús de Nazareth, entrarás a lista de las personas no gratas, aunque simplemente seas un historiador nada de católico. La intolerancia se respira en Israel.

La plaza de Belén se repleta de hombres enflaquecidos y hasta con el rostro como desfigurado por el dolor, que se pasean en círculo matando el tiempo. No tienen trabajo, no pueden salir a buscarlo tampoco. Tienen hambre. Sus mujeres e hijos esperan en casa por algo para comer y ellos deambulan por la plaza, mirando y compartiendo algún café con cardamomo.

Te paseas en uno de los lugares más emblemáticos para el mundo occidental y entonces decides entrar a un restorán a pocas horas del 25 de diciembre. Un escuálido árbol de navidad parpadea a la entrada, y al menos diez mesoneros, sentados en la barra, te reciben con felicidad, llevarás algunas monedas que sólo podrán transar entre ellos mismos. Eres el único turista que ingresa y el menú es reducido. No hay casi comida, porque la frontera no se ha abierto. Viven en la tierra donde siempre existió su gente, pero hoy no tienen derecho a salir, ni a moverse. Están presos en su propia casa, esperando.

Entonces pides un té y un pan con queso. Esa es la cena de navidad que puedes comer en Belén, mientras afuera un grupo de niños y hombres te mira engullendo el queso que han reservado para el turista, con la esperanza de que se mueva la microeconomía que tienen en ese ghetto donde nació Jesús.

Si puedes permanecer más días en Belén, comenzarás a sentir entonces la angustia de vivir en un ghetto. Comenzarás a sentir la desesperación y entenderás otro poco de la historia: Simplemente, un buen día, el mundo decidió hacer justicia con un pueblo masacrado y en la accidentada división territorial, tu casa quedó al otro lado.

Deberás desocuparla, y partir al ghetto, acarreando las pocas cosas que pudiste sacar, y arrastrando a tus niños entre lágrimas y griteríos. Te instalarás en un campo de refugiados, que se diferencia de los campos de concentración nazis, porque la muerte es más lenta que con el gas. Morirás de locura y hambre. No asfixiado.

Vivirás arriba de varias familias en una habitación, sitiado a pocos metros por el muro que te encañona con tanquetas y fusiles, y esperarás con ansias la llegada de algún valiente grupo de turistas alternativos, que quiera “conocer tu realidad”.
Decidí salir de Belén, angustiada, amargada… aterrorizada, y con una de las tristezas más profundas que he sentido en mi alma, simplemente porque tienes la certeza absoluta de que no hay retorno.

Llegamos a Beit Jala, que tiene conexión directa con Belén, omitiendo el checkpoint. Entramos al mejor hotel de la ciudad, un hermoso edificio de casi 12 pisos, hermosamente decorado, con un salón inmenso en la recepción, un gran comedor, un hermoso bar. Más de 300 habitaciones. Todas vacías.

Pedimos una buena habitación. Estaban todas disponibles. Beit Jala como deshabitada, detenida en el tiempo. Y nosotros, omitiendo un rato el caudal de incomprensiones que teníamos en la cabeza y el corazón. Teníamos hambre. Esa noche podríamos comer bien. Decidimos bajar a comer. A las 9 de la noche un restorán con más de 100 mesas había sido abierto sólo para nosotros. La mesa repleta de las más exquisitas comidas árabes. Era temporada alta, plena navidad y no habían llegado pasajeros. Comimos lento, pensando en cómo hubieran querido algo de “very tipical food” en el campo de refugiados que habíamos visitado horas antes.

Nos instalamos en el hermoso salón contiguo. Prendieron las luces para nosotros y entonces apareció un hombre alto, canoso, amable. Saludó y se presentó como el dueño del hotel. Comenzó una tonta conversación sobre clima. Él no quería hablar del tema y nosotros tampoco, pero nuestro inglés chapurreado, tan chileno, pronto lo hizo sospechar sobre nuestra procedencia. Como muchos en Beit Jala, él también tenía un familiar en Santiago. Entramos en confianza, y entonces preguntamos y preguntamos.

Cómo sobrevivía, cómo mantenía ese hotel y para qué lo hacía en medio de tanta desolación. La conversa cada vez era más triste. Los escasos 200 dólares que podíamos dejar por nuestra estadía, ni siquiera alcanzaban para pagar la electricidad de un día de funcionamiento del hotel. ¿Por qué no te vas a Chile?, le preguntamos. Uno de sus hermanos vive en Santiago. Sus ojos se llenaron de lágrimas, como si ese tremendo hombre de rasgos tan masculinos, fuera un pequeño muerto de susto. Como un comandante derrotado en su trinchera, moribundo, pero impecable y de corbata, él estaba dispuesto a morir ahí, en el precioso hotel que heredó de su padre y que antaño estaba repleto de turistas, viviendo el esplendor de la cultura árabe mezclada con el rito católico de la navidad.

No puedo hablar, dijo tartamudeando y se despidió de lejos antes de marchar. A la mañana siguiente partimos rumbo a Jordania. No pudimos conseguir un auto palestino que nos llevara a la frontera. No queríamos dejar ni 10 dólares más en manos de Israel. Pero fue imposible. Está prohibido y, aunque los “territorios palestinos” dan con Jordania, la frontera también es de los judíos.

*Paola Dragnic es Venezolana de ascendencia yugoslava, es licenciada en Comunicación Social de la Universidad de Chile.

Fuente original: http://www.elciudadano.cl/2011/08/01/38987/sionismo-nazi-las-ironias-de-la-historia/