Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A
representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), a embaixadora
Maria Luiza Viotti, defendeu ontem (29) a criação de um Estado independente da Palestina
com o compromisso da “autodeterminação e a uma paz justa e duradoura no Oriente
Médio”. Viotti condenou a violência e cobrou o fim do bloqueio à Faixa de Gaza.
Ela também recomendou a suspensão dos assentamentos israelenses em Gaza e
Jerusalém Oriental.
“O Brasil dá seu firme
apoio à aspiração legítima do povo palestino a um Estado soberano,
independente, democrático, contíguo e viável, com base nas fronteiras de 1967,
convivendo em paz e segurança com o Estado de Israel”, ressaltou a embaixadora.
“Insistimos, igualmente, na necessidade de retirar o bloqueio à Gaza.”
Viotti lembrou que há
65 anos a Assembleia Geral das Nações Unidas, presidida pelo embaixador
brasileiro Oswaldo Aranha, aprovou a criação de dois Estados independentes no
Oriente Médio – o de Israel e o da Palestina. Mas até hoje, segundo ela, a
questão referente à Palestina está em aberto e é “uma das maiores ameaças à paz
e à segurança internacionais”.
A embaixadora condenou
os assentamentos israelenses, promovidos com o apoio do governo de Israel, nas
áreas próximas à Faixa de Gaza e em Jerusalém Oriental. “Essa prática ilegal
permanece sendo um sério entrave à paz na região e à realização da solução de
dois Estados. O congelamento da construção de colônias, não é, entretanto, suficiente.
A ocupação deve acabar”, disse.
Viotti reiterou ainda
que o Brasil rejeita a violência cometida contra civis, como recentemente
ocorreu durante os confrontos entre israelenses e o Hamas, movimento de
resistência islâmica que ocupa parte da Faixa de Gaza, provocando mais de 160
mortos.
“O Brasil rejeita
firmemente o extremismo e todas as formas de violência contra a população
civil. Exortamos todos os atores a comprometer-se completamente com a não
violência, com o diálogo e com negociações efetivas”, disse a embaixadora.
“Todas as partes no conflito têm obrigações sob o direito humanitário
internacional e devem cumpri-las.”
Para a embaixadora, o
Quarteto (formado pelos Estados Unidos, União Europeia, Rússia e China) é
inoperante e demonstrou sua ineficiência, na semana passada, durante os
confrontos na Faixa de Gaza. Segundo Viotti, o Conselho de Segurança deve
assumir a responsabilidade de comandar o processo de paz entre israelenses e
Hamas.
“A promoção da paz no
Oriente Médio interessa a todos os membros das Nações Unidas e não pode ser
delegada a terceiros. Um quarteto inoperante e um Conselho de Segurança omisso
não servem aos interesses da paz no Oriente Médio”, ressaltou a diplomata,
elogiando a concessão do status de Estado observador para a Palestina.
“Expressamos nossa grande satisfação com a demonstração inequívoca de apoio da
comunidade internacional a essa solicitação.”
Edição: Talita
Cavalcante
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