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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Brasil celebra Dia Internacional de Solidariedade à Palestina

28 novembro 2011/Vermelho http://www.vermelho.org.br/

Nesta terça-feira (29) é celebrado o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino. Serão realizados eventos em vários estados e municípios brasileiros para marcar a data. As comemorações em São Paulo acontecem nesta segunda-feira (28) em ato na Assembleia Legislativa do estado. No Rio de Janeiro e em Florianópolis, a homenagem ao povo palestino será realizada na terça-feira (29). A capital federal realizará um ato com o mesmo fim no dia 1º de dezembro.

O dia foi criado pela ONU em 1977. Os estados de São Paulo, Mato Grosso, Ceará, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia, além das cidades de Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Campinas (SP), São Borja (RS), Santa Maria (RS), Quarai (RS), Acegua (RS), Pelotas (RS) e Marília (SP), instituíram, por meio de lei, o Dia de Solidariedade.

Histórico
Em 1977, a Assembleia Geral do ONU pediu que fossem celebrados todos os anos, no dia 29 de novembro (resolução 32/40 B), o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino. Com efeito, foi nesse dia que, no ano de 1947, a Assembleia Geral aprovou a resolução sobre a divisão da Palestina [resolução 181 (II)].

No dia 3 de dezembro de 2001, a Assembleia tomou nota das medidas adotadas pelos estados membros para celebrar o dia e pediu-lhes que continuassem a dar a essa manifestação a maior publicidade possível (resolução 56/34). Reafirmando que as Nações Unidas têm uma responsabilidade permanente no que se refere à questão da Palestina, até que se resolva satisfatoriamente, no respeito pela legitimidade internacional, a Assembleia autorizou, no dia 3 de dezembro de 2001, o Comitê para o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestino a continuar a promover o exercício de tais direitos, a adaptar o seu programa de trabalho em função dos acontecimentos e a insistir na necessidade de mobilizar a ajuda e o apoio ao povo palestino (resolução 56/33).

Foi solicitado ao Comitê que continuasse a cooperar com as organizações da sociedade civil palestina e outras, a fim de mobilizar o apoio da comunidade internacional a favor da realização, por parte do povo palestino, dos seus direitos inalienáveis e de uma solução pacífica para a questão da Palestina, e que envolvesse mais organizações da sociedade civil no seu trabalho.

Em 1947 a ONU era integrada por 57 países e o ambiente político era completamente dominado pelos EUA, que fizeram pressão sobre as pequenas nações. Com 25 votos a favor, 13 contra e 17 abstenções e, sem o consentimento dos legítimos donos da terra – o povo palestino, foi decidida a divisão da Palestina. A resolução de nº 181 determinou a divisão da Palestina em dois Estados: o Palestino e o Israelense. Na partilha do território, 56% da área caberiam aos israelenses que, na fundação de seu Estado, ocuparam 78% do espaço e se valeram da força para promover a expulsão dos palestinos de seus lares e terras – que se refugiaram em acampamentos na Cisjordânia, Gaza, Líbano, Jordânia e Síria. Em 1967, Israel ocupou o restante do território que a divisão da ONU destinara à construção do Estado Palestino.

A efetivação do Estado Palestino independente, com capital em Jerusalém, e o retorno dos refugiados (Resolução 194 da ONU) são questões cruciais à construção de uma paz verdadeira no Oriente Médio, que precisa ser justa e respeitada para ser duradoura.

Agenda

São Paulo – SP
Ato Público e Sessão Solene
Dia: 28 de novembro de 2011 (segunda-feira)
Hora: 20 horas
Local: Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
Av. Pedro Álvares Cabral, 201, São Paulo – SP

Rio de Janeiro
Ato Público na Cinelândia: Fora Sionismo da Palestina e Tire as garras da Síria
Dia: 29 de novembro
Horário: 17 horas
Organização: Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do RJ e Comunidade Síria

Florianópolis – SC
Sessão Solene
Dia: 29 de novembro de 2011 (terça-feira)
Hora: 19 horas
Local: Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina
Palácio Barriga Verde - Rua Doutor Jorge Luz Fontes, 310, Centro - Florianópolis – SC

Santa Maria - RS:
Sessão Solene
Dia: 29 de novembro de 2011 – terça-feira
Hora: 19 horas
Local: Câmara de Vereadores
Rua Vale Machado, 1415 Santa Maria - RS

Brasília:
Sessão Solene em comemoração ao “Dia do Povo Palestino”
Dia: 1º de dezembro de 2011 (quinta-feira)
Hora: 19 horas
Local: Câmara Legislativa do Distrito Federal
SIG QD 02 LOTE 5
PRAÇA MUNICIPAL – DF

Da Redação

segunda-feira, 11 de julho de 2011

GIOVEDI’ 14 LUGLIO ASSEMBLEA A ROMA

10 luglio 2011, Freedom Flotilla Italia http://www.freedomflotilla.it – Stay Human

L’EUROPA COMPLICE DELL’ASSEDIO DELLA PALESTINA

Il governo socialista greco, obbedendo agli ordini del governo di Israele, ha impedito alle navi della Freedom Flotilla di salpare verso la Striscia di Gaza assediata, ricorrendo ad una legislazione di guerra e violando tutte le normative europee. Altrettanto, i governi europei hanno consentito alle compagnie aeree di bloccare a terra centinaia di cittadini che volevano raggiungere la Palestina occupata, anche qui obbedendo agli ordini del governo di Israele.

L’Europa si sta rendendo sempre più complice del lento genocidio del popolo palestinese e sta svendendo la propria dignità e la propria civiltà. Israele dimostra di non essere solo un pericolo per i Palestinesi e per il Medio Oriente, ma una minaccia per i nostri diritti e per la nostra democrazia.

GIOVEDI’ 14 LUGLIO, ALLE 18.00,

IN VIA GALILEI N. 57

ASSEMBLEA PUBBLICA CON IL COORDINAMENTO DELLA FREEDOM FLOTILLA ITALIA, INTERVIENE VAURO SENESI.

Freedom Flotilla Italia – Stay Human

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PER FARE PRESSIONE SUL GOVERNO GRECO

10 luglio 2011, Freedom Flotilla Italia http://www.freedomflotilla.it – Stay Human

Invitiamo tutti coloro che vogliono far pressione attivamente sul governo greco affinchè ritiri il decreto del ministro della difesa che impedisce alle navi della Freedom Flotilla 2 – Stay Human, ancorate nei porti greci, di salpare per Gaza.

Invitiamo tutte e tutti a scrivere all’ambasciata di Grecia in Italia:
gremroma@tin.it
tel. 06-8537551
fax 06-8415927


USA: tutti i recapiti qui:
http://www.greekembassy.org/embassy/content/en/Article.aspx?office=1&folder=29&article=138

PROPONIAMO UN TESTO BASE PER EMAIL E FAX ALL’AMBASCIATA

A S.E. l’Ambasciatore di Grecia in Italia
Molte navi della Freedom Flotilla 2, fra cui l’italiana “Stefano Chiarini”, sono ormeggiate in porti greci, pronte a partire per portare solidarietà ed aiuti umanitari nella Striscia di Gaza assediata. Le autorità del Suo Paese stanno impedendo la partenza delle navi, le quali sono già state oggetto di sabotaggi, presumibilmente da parte di agenti israeliani che operano illegalmente nel Vostro Paese. La nave americana “Audacity of Hope” è stata bloccata poco dopo la partenza dalla Marina del Suo paese, sono state puntate armi contro i passeggeri, gli si è intimato di tornare in porto e il capitano è stato arrestato. Le chiediamo di farsi nostro portavoce presso il Suo governo affinché consenta e faciliti la partenza delle navi della Freedom Flotilla 2, non ostacolando un’iniziativa umanitaria e non violenta, sostenuta da milioni di persone in tutto il mondo. Le chiediamo inoltre di farsi nostro portavoce presso il Suo governo affinché il capitano della “Audacity of Hope” sia immediatamente rilasciato.
Dichiariamo di aver aperto una campagna di boicottaggio al commercio e soprattutto al turismo greco. La campagna proseguirà fino alla partenza dalle coste greche di tutte le navi della Freedom Flotilla 2.
Distinti saluti,
Nome, cognome, professione/incarico e città)

A S.E. Ambassador of Greece in Italy
Many ships of the Freedom Flotilla 2, including the Italian “Stefano Chiarini”, are stucked in Greek ports, ready to go to bring solidarity and humanitarian aid to the besieged Gaza Strip. The authorities of your country are preventing the departure of the ships, which have already been subject of sabotage, presumably by Israeli agents operating illegally in your country. The American ship “Audacity of Hope” was stopped by the greek Navy, weapons have been betting against the passengers, was ordered to return to port and the captain was arrested. We ask you to be our spokesman at your government to allow and facilitate the departure of ships of the Freedom Flotilla 2, not hindering humanitarian and non-violent initiative, backed by millions of people around the world. We also request you to be our spokesman at your government to the captain of the “Audacity of Hope” is immediately released.
We declare that we have opened a campaign to boycott greek trade and greek tourism. The campaign will continue until the departure of the Greek coasts of all ships of the Freedom Flotilla 2.

TESTO LIBERO DA INVIARE ALLE COMUNITA’ GRECHE

Questi sono gli indirizzi ed i contatti delle comunità greche in Italia:

Comunità ellenica di Bologna
via Tosarelli 191
40050 Bologna,
Tel e fax 051782212 www.ellines.it

Comunità ellenica di Milano e Lombardia
via Daverio 7
20122 Milano
Tel e fax 0255190450
comunitaellenicadimilano@tin.it
www.comunitaellenicadimilano.it

Comunità ellenica di Pavia
Piazza Vittoria 20D
Tel 038233561
fax 038233596

Comunità greco-orientale di Trieste
Riva III novembre, 7
34100Trieste
Tel040635614
fax040634830
email:comgrots@tin.it
www.comgrecotrieste.it

Comunità ellenica di Emilia Romagna
c/o Centro culturale “Casa s.Anna”
via Tosarelli 191 40055
Villanova di Castenaso-Bologna
Tel e fax 051782212
email:info@ellines.it
www.ellines.it

Comunità ellenica di Parma
Via Dammenti,1 Poggio S.Ilario
43100 Parma
Tel e fax 0521830241

Comunità ellenica di Genova e Liguria
Via Casaregis 50 int.1/A
16129 Genova
Tel 335487861
email:etolia@tiscali.it
www.comunitaellenicadigenova.it

Comunità ellenica della Toscana centrale
Via B.Latini,19R
50126 Firenze
Tel 055574948/0574571878
fax 0574583472

Comunità ellenica della Toscana tirrenica
Via Tommaso Rook 120
56122 Pisa
Tel e fax 050564167

Comunità ellenica di Roma e del Lazio
Via Cimarra,26C
00184 Roma
Tel e fax 064883112
email: info@comunitaellenicaroma.it
http://www.comunitaellenicaroma.it/

Comunità ellenica di Napoli e Campania
Viale Augusto,62 80125 Napoli
Tel e fax 0804322183

Comunità ellenica di Bari
Via Arco San Giovanni,1
70122 Bari
Tel 0804322183 fax 0804322155

Cumunità Ellenica di Brindisi, Lecce e Taranto

ΕΛΛΗΝΙΚΗ ΚΟΙΝΟΤΗΤΑ ΜΠΡΙΝΤΙΖΙ, ΛΕΤΣΕ ΚΑΙ ΤΑΡΑΝΤΑ

COMUNITA’ ELLENICA DI BRINDISI, LECCE E TARANTO

Έδρα/Sede: Viale Regina Margherita, 43 – Lungomare, Brindisi

Ταχ. Διευθ./Indirizzo Postale: C.P. 218, 72100 Brindisi

Info: +39.349.8065536/E-mail: cebrindisi.le.ta@gmail.com

Presidenza: ioannis.davilis@email.it / Tel. +39.380.7553866

Comunità ellenica di Foggia e Capitanata
Via Raffaello,25
71045 Orta Nova(Fg)
Tel 0885787349
fax 0885791224

Comunità dei Greci Ortodossi in Venezia
Castello, 3412
30122 Venezia
tel. 041 5201146
fax 041 244 3048
www.ellines-ve.it

Comunità ellenica di Palermo
Corso Vittorio Emanuele,48
90133 Palermo
Tel 091425225
fax 0918574873

União Africana pede entrada da Palestina nas Nações Unidas como Estado independente

Dakar, Senegal, 8 Julho 2011 (PANA) – A União Africana (UA) instou os seus representantes no Conselho de Segurança das Organização das Nações Unidas (ONU) a apoiar os esforços da Palestina para a sua adesão a esta organização mundial como Estado-membro de pleno direito.

De acordo com as decisões da recém-terminada 17ª cimeira da UA em Malabo, na Guiné Equatorial, os países-membros desta organização continental, que ainda o não tenham feito, são chamados a reconhecer imediatamente o Estado da Palestina com Jerusalém Oriental como sua capital.

Este reconhecimento e o estatuto de membro pleno das Nações Unidas para o Estado da Palestina devem basear-se nas fronteiras de 4 de junho de 1967 que consagram Al-Quds Al-Sharif (Jerusalém) como a capital deste território do Médio Oriente, refere a documentação final da conferência de Malabo.

Para o efeito, a União Africana propõe ao Conselho de Segurança da ONU a convocação de uma "sessão de emergência" para analisar o estatuto do Estado Palestino com vista à sua adoção durante a próxima sessão ordinária da Assembleia Geral da ONU a decorrer, a partir de Setembro deste ano, na sua sede em Nova Iorque (Estados Unidos).

Pede ainda a retomada das negociações de paz entre a Palestina e Israel e reafirma o seu apoio a uma solução pacífica do conflito árabe-israelita “com base nos princípios do Direito Internacional e nas resoluções pertinentes da ONU, com ênfase na criação de um Estado palestino independente”.

A UA denuncia as “práticas desumanas israelitas contra prisioneiros e detidos palestinos” e apela ao Governo de Israel para cessar a sua “política de ocupação e agressão” em todo o território palestino.

Reitera a sua solidariedade para com o povo da Palestina e saúda o acordo de paz e reconciliação assinado entre os movimentos palestinos rivais do Hamas e do Fatah, a 4 de maio deste ano, na capital egípcia, Cairo, elogiando por isso o Egito por ter facilitado a assinatura deste documento.

O Egito é igualmente enaltecido pela abertura do posto fronteiriço de Rafah que pôs fiz a quatro anos de bloqueio contra a Faixa de Gaza.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

El BDS hará libres tanto al oprimido como al opresor

2 Julio 2011, Rebelión (México)

Fuente: Mondo Weiss mondoweiss.net (USA)
Traducido para Rebelión por J. M. y revisado por Caty R.

Rachel Giora*

El 27 de junio, el proyecto de ley "para proteger al Estado de Israel de los daños causados por el boicot" fue aprobado por el Comité de Constitución, Derecho y Justicia del Parlamento en segunda y tercera lectura en el plenario. Este proyecto de ley se aprobó en primera lectura en el plenario de la Knesset el 7 de marzo 2011, a pesar de la dura crítica de los ministros del Gobierno, el asesor jurídico del Ministerio de Justicia, y las principales organizaciones de la sociedad civil . A pesar de todo, Israel está decidido a resistir la presión internacional, incluso a costa de sanciones extremas de legitimidad, de los medios no violentos utilizados por los ciudadanos para protestar contra las políticas gubernamentales, tales como la negativa de los artistas israelíes a actuar en un teatro ubicado en un asentamiento israelí en los territorios palestinos ocupados. El proyecto de ley se convertirá en ley cuando se lleven a cabo la segunda y tercera lectura a principios de julio.

Esta legislación, junto con una larga serie de proyectos de ley, algunos ya promulgados, tiene el objetivo de intimidar a los críticos y silenciar la protesta. En marzo de 2010, el Parlamento israelí promulgó la ley Nakba que permite al Estado revocar la financiación gubernamental de grupos que conmemoran el día de la Destrucción por parte de Israel (Nakba). Estas medidas de represión política muestran que Israel está dispuesto a profundizar en el debilitamiento de los derechos y libertades fundamentales como la libertad de expresión y asociación y el desesperante caos en la sociedad civil de la minoría palestina.

Para encontrar el desquite y los intentos de represión, la resistencia no tiene que ser violenta. Y cuando ésta une a la gente, no puede ser silenciada. Un ejemplo en este sentido es la revolución feminista. Ha liberado tanto a las mujeres como a los hombres en todas partes, sin derramamiento de sangre. Con el mismo espíritu de solidaridad y de resistencia no-violenta, la sociedad civil palestina en julio de 2005 convocó al boicot, desinversión y sanciones contra Israel "hasta que cumpla el derecho internacional y los principios universales de los derechos humanos”. El efecto de esta llamada ha sido inmenso y aún está creciendo, tanto es así que Israel ya no puede hacer la vista gorda. Los líderes israelíes reconocen que el movimiento de boicot contra Israel es eficaz. El ministro de Defensa, Ehud Barak, advirtió sobre "un tsunami político" contra Israel y el primer ministro Benjamin Netanyahu considera boicotear la reunión del Cuarteto del Medio Oriente por temor a la presión internacional.

De hecho, la lucha no violenta palestina imprimió su marca y la solidaridad mundial con los palestinos está en alza, mientras que el Estado de Israel está cayendo en picada en el ámbito internacional. La UE está considerando sanciones contra Israel . La ONU aisló a Israel por violar los derechos humanos. Varios Estados de América del Sur y latinoamericanos ya han reconocido la independencia de Palestina y esta tendencia va en aumento en Europa. Según una reciente encuesta de la BBC hecha en 27 países, Israel se alinea con Irán y Corea del Norte como "países menos populares del mundo" y se ve como una influencia negativa en el mundo. Otra encuesta que ICM Europea llevó a cabo en enero de 2011, muestra que la opinión pública europea se inclina en contra de Israel. Esto puede sugerir que la comunidad internacional se está acercando al punto en que, finalmente, ya tiene suficiente de las políticas arraigadas de Israel de ocupación y colonialismo.

En lugar de abordar y remediar los problemas reales, Israel apunta ahora a los activistas por la paz y defensores de los derechos humanos, sugiriendo que son los culpables de la pérdida de legitimidad de Israel. El encarcelamiento de los líderes de la lucha popular palestina Abdullah Abu Rahmah y Tamimi Bassam y del activista israelí Jonathan Pollak son sólo unos pocos ejemplos que indican claramente una tendencia a graves actos de hostigamiento de los activistas que participan en la protesta popular. Los que levantan su voz contra las políticas gubernamentales son denunciados como enemigos del Estado. Al mismo tiempo, vale la pena señalar que israelíes de todas las posiciones sociales respondieron al proyecto de ley de prohibición del boicot con desdén e ira. Más de 50 organizaciones de la sociedad civil israelí, encabezadas por la Coalición de Mujeres por la Paz, han firmado un llamamiento urgente a la Comisión de Constitución, Legislación y Justicia de la Knesset llamando a la comisión a detener los procedimientos legislativos de la ley de prohibición del boicot. Laureados por el premio Israel y destacados iconos culturales rechazaron el proyecto de ley, describiéndolo como suicida. Israel, afirmaron, está actuando como un Estado criminal. El a islamiento internacional de Israel es ahora reconocido por algunos israelíes prominentes como resultado de equivocadas, "histéricas" e incluso imprudentes acciones de un gobierno irresponsable dispuesto a sacrificar aún más su compromiso con la democracia para mantener la ocupación.

La prohibición del boicot contra Israel y medidas similares de represión no cambiarán el rumbo y se perciben legítimamente como un intento patético y desesperado por silenciar la legitimidad de los disidentes. La creciente presión de la comunidad internacional debe apoyar la decisión de la sociedad civil israelí e internacional para seguir resistiendo las políticas de ocupación. Debe, eventualmente, obligar a Israel a entrar en razón. El reverendo Samuel Kyles, hablando del asesinato del Dr. Martin Luther King, dijo: "Se puede matar al soñador... pero no pueden matar el sueño". La lucha palestina por la libertad y la justicia, al igual que el movimiento feminista, está obligada a redimir a los oprimidos y al opresor, debe liberar al oprimido de la esclavitud y al opresor de tiranía.

*Rachel Giora es profesora de Lingüística en la Universidad de Tel Aviv y miembro del BOYCOTT! Supporting the Palestinian BDS call from within

Fuente: http://mondoweiss.net/2011/07/bds-will-free-both-the-oppressed-and-the-oppressor.html

quarta-feira, 22 de junho de 2011

El grupo de activistas de Rumbo a Gaza emprende la primera etapa del viaje que le llevará hasta la Franja de Gaza

22/06/2011, Rumbo a Gaza (Página oficial) http://www.rumboagaza.org (España)

Las más de 40 personas que embarcarán en el ‘Gernika’, el navío del Estado español en la Flotilla de la Libertad, han partido hoy del aeropuerto de Barajas

También han viajado el eurodiputado Willy Meyer, el actor Willy Toledo y la diputada autonómica valenciana Marina Albiol

Madrid, 22 de Junio de 2011.-
El grupo de activistas de Rumbo a Gaza que participará en la Segunda Flotilla de la Libertad han partido hoy del aeropuerto de Barajas, iniciando así el viaje que les llevará hasta la Franja de Gaza. Además de la brigada de activistas, también viajan hoy personalidades como el eurodiputado Willy Meyer, el actor Willy Toledo o la diputada autonómica valenciana Marina Albiol, quienes forman parte de la delegación española que, junto a una gran coalición internacional, intentará romper y poner fin al bloqueo de la Franja de Gaza a finales de este mes de junio.

La expedición española –una de las más numerosas a nivel europeo de cuantas componen la Segunda Flotilla de la Libertad- embarcará en un puerto del Mediterráneo en el ‘Gernika’, el navío que Rumbo a Gaza aporta a la Flotilla junto a una ingente cantidad de ayuda humanitaria, especialmente material sanitario, educativo y de construcción.

Además de las personas de la campaña Rumbo a Gaza y de las personalidades representativas de ámbitos culturales y políticos, también viajarán en el ‘Gernika’ periodistas de los principales medios de comunicación nacionales, así como de otros países

La mayoría de los y las activistas viajarán en el barco que Rumbo a Gaza aporta a la Segunda Flotilla de la Libertad, que supera en navíos a su antecesora. Precisamente, el 31 de mayo se cumplió el primer aniversario del abordaje a aquella expedición: el Ejército israelí asesinó en aguas internacionales a nueve activistas, hirió a más de 50 y secuestró al resto de las 750 personas que formaban el convoy.

Se trata de 40 activistas que suponen una representación fidedigna de la pluralidad de la sociedad española, tanto a nivel de territorios –hay personas de, entre otras comunidades autónomas, Andalucía, Asturias, Castilla y León, Cataluña, Comunidad Valenciana, Galicia, Madrid, Navarra y País Vasco– como por edad, profesión, procedencia social, etc.

Las personas que componen la delegación española han sido seleccionadas de acuerdo a un riguroso protocolo en el que se ha valorado su experiencia en cooperación internacional y movimientos sociales, su conocimiento de Oriente Medio y de la situación de Palestina y su capacidad de trabajo en equipo.

En Rumbo a Gaza tenemos el absoluto convencimiento que los más de 40 hombres y mujeres seleccionadas constituyen un equipo de una inmensa valía, unido por la determinación de romper y poner fin al bloqueo ilegal al que el Estado de Israel somete desde hace más de cinco años al millón y medio de personas que vive en la Franja de Gaza.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Más de 40 activistas del Estado español participarán en la Segunda Flotilla de la Libertad



2 de junio de 2011, Rumbo a Gaza http://www.rumboagaza.org (España)

Al contingente se sumarán personas representativas de los ámbitos político, cultural y social, además de periodistas de los principales medios de comunicación nacionales, con lo que la delegación española superará las 60 personas

Madrid, 2 de junio de 2011.- Más de 40 activistas de nacionalidad española procedentes de diferentes comunidades autónomas participarán en la Segunda Flotilla de la Libertad, que partirá a finales de este mes de junio con el objetivo de romper y poner fin al bloqueo israelí a la Franja de Gaza. Manuel Tapial y Laura Arau, que participaron en la primera Flotilla de la Libertad, también embarcarán en esta ocasión como miembros de la iniciativa Rumbo a Gaza.

Junto a estos activistas viajarán también personas representativas de los ámbitos político, cultural y social como el eurodiputado Willy Meyer o el ex senador Joan Josep Nuet (la totalidad de nombres será dada a conocer en próximas fechas) y periodistas de los principales medios de comunicación españoles. En total, la delegación que Rumbo a Gaza aporta a la Segunda Flotilla de la Libertad supera las 60 personas, siendo una de las más numerosas a nivel europeo.

La mayoría de los y las activistas viajarán en el barco que Rumbo a Gaza aporta a la Segunda Flotilla de la Libertad, que supera en navíos y en participantes a su antecesora. Precisamente, en estos días se cumple el primer aniversario del abordaje del Estado de Israel a aquella expedición: el 31 de mayo de 2011, el Ejército israelí asesinó en aguas internacionales a nueve activistas, hirió a más de 50 y secuestró al resto de las 750 personas que formaban el convoy.

Se trata de 40 activistas que suponen una representación fidedigna de la pluralidad de la sociedad española, tanto a nivel de territorios –hay personas de, entre otras comunidades autónomas, Andalucía, Asturias, Castilla y León, Cataluña, Comunidad Valenciana, Galicia, Madrid, Navarra y País Vasco– como por edad, profesión, procedencia social, etc.

Las personas que componen la delegación española han sido seleccionadas de acuerdo a un riguroso protocolo en el que se ha valorado su experiencia en cooperación internacional y movimientos sociales, su conocimiento de Oriente Medio y de la situación de Palestina y su capacidad de trabajo en equipo.

En Rumbo a Gaza tenemos el absoluto convencimiento que los más de 40 hombres y mujeres seleccionadas constituyen un equipo de una inmensa valía, unido por la determinación de romper y poner fin al bloqueo ilegal al que el Estado de Israel somete desde hace más de cinco años al millón y medio de personas que vive en la Franja de Gaza.

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Flotilla de la Libertad II

• Bateau suisse pour Gaza (Suiza)
• Belgium to Gaza (Bélgica)
• Canada Boat to Gaza (Canadá)
• Deutch initiative zum bruc des gazablockade (Alemania)
• European Campaign to End the Siege on Gaza
• Free Gaza Movement
• Free Gaza Scotland (Escocia)
• IHH The Fundation for Human Rights and Freedoms and Humanitarian Relief (Turquia)
• Italia Freedom Flotilla (Italia)
• Nederlands Boat to Gaza (Holanda)
• Rumbo a Gaza (España)
• Ship to Gaza Greece (Grecia)
• Ship to Gaza Norwey (Noruega)
• Ship to Gaza Sweden (Suecia)
• U.S. Boat to Gaza (Estados Unidos)
• Un bateau pour Gaza (Francia)

quarta-feira, 25 de maio de 2011

OBAMA E NETANYAHU NÃO ESTÃO TÃO DISTANTES

24 maio 2011, Envolverde (Brasil)

por Pierre Klochendler

Jerusalém, Israel – A frase “As fronteiras de Israel e da Palestina deveriam ser estabelecidas sobre as linhas de 1967 com intercâmbios aceitos por ambos Estados” foi uma das mais comentadas do último discurso do presidente norte-americano Barack Obama sobre Oriente Médio e Norte da África. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu entrou imediatamente em cena, mesmo antes de sua chegada a Washington para sua bastante antecipada reunião com Obama, e descartou plenamente a proposta como algo “indefensável”.

Foram inúmeras as notícias na imprensa israelense sobre uma nova crise de confiança entre os dois líderes e sobre uma “furiosa” troca de telefonemas entre Netanyahu e a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, às vésperas da cúpula. A linguagem corporal de Netanyahu e Obama ao aparecerem publicamente na Casa Branca não mostrava indícios de cordialidade.

O ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, tentou acalmar os temores quando afirmou, no dia 20, que a cúpula foi “muito menos dramática do que parecia”, e assegurou que as diferenças entre os dois líderes não eram tão grandes. “Creio que os norte-americanos conhecem as nuances de nossas posições”, acrescentou.

Entretanto, nem as declarações de Obama nem as do porta-voz do governo de Israel nos Estados Unidos, indicando que se tratava de “diferenças entre amigos”, tranquilizaram a opinião pública israelense. Com esses amigos, quem precisa de inimigos, disseram muitos comentaristas. Mas, afinal, quais seriam essas “nuances de posição” que provocaram a ira do primeiro-ministro israelense? Como afirmou um desconcertado funcionário do Departamento de Estado, o discurso de Obama foi “bom para Israel e certamente bom para a visão que Netanyahu tem de Israel”.

Diretamente, Obama rechaçou os esforços em marcha para que a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas reconheça a Palestina como Estado independente em sua sessão de setembro. Além disso, exigiu dos palestinos que expliquem o acordo de reconciliação alcançado semanas atrás entre o partido secular Fatah e o Hamás (Movimento de Resistência Islâmica), e cobrou uma “resposta crível” para as “dúvidas legítimas” que surgem diante da negativa de a organização muçulmana reconhecer o Estado de Israel.

Obama também adotou a doutrina de segurança de Netanyahu para uma Palestina “não militarizada” e a ideia de uma “uma retirada progressiva” dos territórios ocupados. Como se não bastasse, o que o presidente não disse foi bom para o líder israelense. Não exigiu um novo congelamento na construção de colônias judias na Cisjordânia, apesar de Israel acabar de aprovar oficialmente a construção de 1.500 novas unidades habitacionais em Jerusalém oriental.

Também, nem mesmo mencionou a Iniciativa de Paz Árabe de 2002, defendida especialmente pela esquerda israelense, que propõe a retirada de Israel de todos os territórios ocupados, o reconhecimento do Estado palestino independente com Jerusalém oriental como capital, e uma “justa solução” para a situação dos refugiados palestinos. Então, o que indignou tanto Netanyahu?, perguntam alguns israelenses, assustados pela possibilidade de um crescente afastamento de Washington.

O primeiro-ministro parece que quis criar uma disputa artificial, rechaçando totalmente o princípio de “intercâmbio de terras” e o conceito de “Estado judeu”, manejados por Obama. O presidente havia alertado que se o governo de Netanyahu continuasse expandindo suas colônias teria pela frente “milhões de árabes” e custaria a Israel continuar sendo um verdadeiro “Estado judeu, a menos que houvesse um acordo de paz”.

Mas, em última instância, fixar as fronteiras sobre as existentes antes da Guerra dos Seis Dias, de 1967, com um “intercâmbio de terras”, permitiria a Israel em um futuro acordo reter grandes áreas de assentamentos que ocupou nas Cisjordânia nas últimas quatro décadas. E se Israel é reconhecido “Estado judeu e pátria do povo judeu” significa que todos os palestinos em seu território teriam de se mudar para zonas palestinas, uma demanda-chave israelense. “Não creio que Obama dissesse ser necessário regressar às fronteiras de 1967, mas sim que devemos iniciar a discussão com base nesses limites”, disse Barak.

Na realidade, o verdadeiro problema de Netanyahu está na sincronização dos elementos de um eventual acordo de paz. Obama sugeriu que as futuras negociações deveriam lidar inicialmente com os temas de segurança e a dimensão territorial do conflito. Outros assuntos, como “o futuro de Jerusalém e o destino dos refugiados palestinos”, seriam tratados em uma etapa posterior. Os israelenses temem que esta ordem crie nos fatos um acordo interino que nunca resolva os pontos. Enrolado com a bandeira nacional e com a direita apoiando, Netanyahu tenta desarticular este enfoque de Obama, procurando demonstrar sua pouca efetividade.

Afirma-se que um bom ataque é a melhor defesa, e Netanyahu implementou este célebre ditado. Sua quase ofensiva conduta na Casa Branca teve o objetivo de neutralizar a ampla visão norte-americana do direito de autodeterminação dos povos no Oriente Médio, com a esperança de reduzir a aspiração palestina à sua independência. (Envolverde/IPS)

terça-feira, 24 de maio de 2011

OBAMA, DIGA A NETANYAHU: NÃO MEXA COM A FLOTILHA QUE VAI PRA GAZA

Ex Agente da CIA em carta a Obama: discurso nao basta, salvemos Gaza!

21 maio 2011, Sanaúd Voltaremos http://sanaud-voltaremos.blogspot.com (Brasil)
Common Dreams http://www.commondreams.org

Por Ray McGovern*

Nota do Editor: O Barco dos Estados Unidos, "The Audacity of Hope" (Audácia da Esperança) partirá de Gaza no mês que vem com 50 a bordo, incluindo Ray McGovern, que escreveu esta carta aberta ao presidente Barack Obama depois de assistir seu discurso quinta-feira sobre o Oriente Médio. Falando pelos passageiros e tripulantes, McGovern pede ao Presidente que interceda junto ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, sexta-feira, tornando-o responsável por garantir a segurança da viagem.


May 19, 2011

Dear Mr. President:

Seu discurso sobre o Oriente Médio, hoje cedo, encoraja-me a reivindicar sua proteção, já que estabelecemos tornar concreta a sua retórica. Cinquenta dos seus concidadãos irão velejar no "The Audacity of Hope" rumo a Gaza em Junho.

Você falou eloquentemente hoje sobre "momentos no curso da história quando as ações dos cidadãos comuns desencadeiam movimentos de mudanças que falam de um desejo de liberdade que vem sendo construído há anos. E lamentou "a falha para falar com as aspirações mais amplas das pessoas comuns".

Nós, os passageiros e a tripulação do "A Audácia da Esperança", navegando para Gaza, juntamente com a 2 ª Flotilha Internacional da Liberdade , representamos os norte americanos comuns determinados a falar com as aspirações dos 1,5 milhões dos habitantes comuns de Gaza que anseiam em serem livres.

Nós estaremos entregando milhares de cartas de apoio e amizade de outros norte americanos comuns que estão convencidos, como Dr. King, que "a injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todos os lugares".

Escrevo para solicitar a garantia do seu apoio e proteção à medida que tentamos incorporar a sua retórica. Você salientou que "os Estados Unidos apóiam um conjunto de direitos universais", e que este apoio dos EUA "não é um interesse secundário." É, sim, "uma prioridade que deve ser traduzido em ações concretas".

Palavras de coragem. Com relação à situação em Gaza, no entanto, talvez você concordará que não basta lamentar o destino de um "palestino que perdeu três filhas no bombardeiros israelenses em Gaza" — que, como você diz, tem o "direito de sentir raiva".

Esse palestino e suas filhas mortas são quatro. Mas as forças israelenses mataram 1.400 moradores de Gaza em dezembro de 1998 a janeiro de 1999 - e 1,5 milhões de habitantes de Gaza continuam privados dos direitos universais dos quais você falou.

Gaza está isolada, uma prisão abarrotada ao ar livre, na qual Israel mantém "presos" em um nível de subsistência da existência. Isso equivale ao tipo de punição coletiva proibido pelo direito internacional e é aplicada por bloqueio israelense naval, igualmente ilegal.

Muitos norte-americanos há tempos estão intrigados que você escolheu dispensar os moradores de Gaza de suas preocupações sobre direitos universais e, francamente, ficamos cansados de esperar por uma explicação convincente. Então pedimos a você que atente para a nossa viagem a Gaza como a nossa tentativa de implementar a sua retórica sobre o que o cidadão comum pode fazer - não apenas para "falar", mas também agir para satisfazer as aspirações mais amplas das pessoas comuns de Gaza.

Em 20 de maio, você terá a oportunidade de informar o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de nossa intenção de navegar para Gaza no próximo mês. Você provavelmente já foi informado sobre a vasta ofensiva diplomática e publicitária de Israel para evitar que o nosso barco e os outros barcos da flotilha internacional embarquem em Gaza.

Os israelenses, determinados a fazer valer o seu bloqueio ilegal, podem sentirem-se encorajados pela falta de resposta à morte de nove passageiros - incluindo um cidadão norte-americano – na flotilha de 2010 e o ferimento de dezenas de passageiros pacíficos. Esta é sua chance de desiludir os israelenses da noção de que eles podem atacar civis desarmados com impunidade. Este ano nós esperamos que você fale por nós de antemão.

E por favor não tente fingir que US $3 bilhões de nossos impostos — nosso presente anual para Israel — não pode ser convertido num tipo de influencia que poupará "The Audacity of Hope" de danos nas mãos das "Forças de Defesa de Israel".

Finalmente, permita-me sugerir pontos de discussão susceptíveis de não estarem incluídos nos seus documentos informativos. Esses pontos transcendem a retórica e originam-se de uma herança de fé que você compartilha com Netanyahu. Eles lidam com o fazer justiça - a preocupação dos profetas da tradição judaico-cristã.

Antes da reunião com Netanyahu, tenha um olhar para o que diz Isaías sobre "anunciar liberdade aos cativos e libertação aos prisioneiros" e como Jesus de Nazaré repete isso, palavra por palavra, oito séculos mais tarde. Por favor, reflita a sério sobre isso, e esteja preparado para colocar a justiça acima da política.

E, por favor, deixe-nos – e o mundo- saber como anda essa discussão.

Atenciosamente,

Ray McGovern

*Ray McGovern trabalha no Tell the Word (Informe ao Mundo), o braço editorial da Igreja Ecuménica do Salvador, em Washington, DC. Durante sua carreira como analista da CIA, ele preparou e informou o Relatório Diario do Presidente e presidiu a Estimativa Nacional de Inteligência. Ele é membro do Grupo de Coordenação do Veteran Intelligence Professionals for Sanity (VIPS) (Profissionais Veteranos da Inteligencia pela Razão).

Tradução: Emir Mourad

segunda-feira, 23 de maio de 2011

ISRAEL: UM MANIFESTO PELA PAZ


Dezenas de personalidades defendem fronteiras de 1967 e sustentam: “reconhecer Estado palestino é vital para independência de Israel”. Manifesto assinado por figuras reconhecidas nos meios intelectual, associativo, diplomático e mesmo militar israelense revela algo às vezes oculto, nos meios de comunicação tradicionais. Uma parcela expressiva da população de Israel deseja a paz com os palestinos e está disposta a lutar por ela. Setores da comunidade israelense começam a se mobilizar, em todo o mundo, para separar-se de atitudes como a do primeiro ministro Benjamin Netanyahu.

23 maio 2011, Outras Palavras http://www.outraspalavras.ne (Brasil)

Por trás de arrogância há, muitas vezes, fraqueza. Nesta sexta-feira (20/5), o chefe de Estado israelense, Benyamin Netanyahu, descartou rispidamente uma proposta feita por seu colega norte-americano na véspera. Em discurso há muito aguardado, sobre as relações entre Estados Unidos e Oriente Médio, Barack Obama tocara num ponto-chave para esvaziar as tensões que marcam a região. Sugerira que Israel reconheça o Estado palestino e retorne às fronteiras que prevaleciam até a guerra de 1967 – as mesmas aceitas por dezenas de países. Um dia depois, ambos reuniram-se, na Casa Branca. Após o encontro, ao conceder entrevista coletiva, frente a frente com Obama, Netanyahu afirmou: estas são “fronteiras da ilusão”.

Um documento publicado no mesmo dia, no New York Times, revela: a posição expressa com soberba pelo primeiro-ministro é cada vez mais fraca no mundo — e também em Israel. Dezenas de personalidades – reconhecidas nos meios intelectual, associativo, diplomático e mesmo militar israelense – endossaram abaixo-assinado em que expressam posição muito semelhante à de Obama.

O documento revela algo às vezes oculto, nos meios de comunicação tradicionais. Uma parcela expressiva da população de Israel deseja a paz com os palestinos e está disposta a lutar por ela. Esta postura tem, ainda, pouca expressão institucional – inclusive devido às características muito peculiares do sistema político [veja 1 2 3 textos no Diplô Brasil]. Mas se manifesta num conjunto crescente de iniciativas cidadãs.

Articulado pela OnG norte-americana JStreet, o manifesto publicado no New York Times deflagra um processo que poderá se tornar marcante, nos próximos meses. Setores da comunidade israelense começam a se mobilizar, em todo o mundo, para separar-se de atitudes como a de Netanyahu, e afirmar claramente seu apoio a uma paz justa. Este movimento tem raízes também no Brasil.

Leia a seguir o manifesto, firmado, entre outros, por cerca de 40 intelectuais e escritores premiados, incluindo 27 contemplados com o Prêmio Israel; mais de vinte militares de alta patente, incluindo 18 generais da Reserva; cinco ex-embaixadores, cônsules-gerais e diretores do Ministério das Relações Internacionais; mais de 5 reitores e ex-reitores universidades. A tradução é de Cauê Ameni e o documento, com seu formato original e lista de signatários pode ser encontrado no site J Street. (A.M)

O reconhecimento do estado Palestino baseado nas fronteiras de 1967
é vital para a existência de Israel


“Nós, cidadãos israelenses, nos dirigimos ao público para apoiar o reconhecimento de um Estado palestino democrático, como condição para acabar com o conflito e chegar ao acordo sobre as fronteiras, baseadas nas de 1967. Reconhecer o estado Palestino é vital para a existência de Israel. É a única maneira de garantir a resolução do conflito através de negociações, para prevenir a erupção de outra onda de violência em massa, e isolamento internacional de Israel.

“A implantação bem-sucedida dos acordos requer duas lideranças, israelense e palestina, que se reconheçam uma a outra, optem pela paz e se comprometam inteiramente com ela. Essa é a única política que deixa o destino e a segurança israelenses em suas próprias mãos. Qualquer outra atitude política contradiz com a promessa do sionismo e do bem estar do povo judeu.

“Nós, os abaixo assinados, chamamos todas as pessoas que se preocupam com a paz e a liberdade, e chamamos todas as nações, para que se unam a nós na saudação à Declaração de Independência Palestina e apoiem os esforços dos cidadãos dos dois Estados para manter relações pacificas, fundadas em fronteiras seguras e de boa vizinhança. O fim da ocupação é condição fundamental para a libertação dos dois povos, a realização da Declaração de Independência de Israel e um futuro de convivência pacifica.”

Publicado originalmente em Outras Palavras

PALESTINOS NÃO SE ILUDEM COM DISCURSO DE OBAMA, DIZ PROFESSOR

21 de maio de 2011, Terra Magazine http://terramagazine.terra.com.br (Brasil)

Marcela Rocha

"Os palestinos não têm nenhuma ilusão de que os israelenses se retirariam para a fronteira original de 1967. Qualquer palestino que declare isso como ponto de partida está fechando as portas para negociar. Isso vale tanto quanto a posição do Hamas de eliminar o Estado israelense".

A avaliação é de Samuel Feldberg. Cientista político da Universidade de Tel Aviv e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. É pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, onde se dedica às questões do Oriente Médio e do LEI - Laboratório de Estudos sobre a Intolerância.

Na entrevista abaixo, o professor faz uma análise do discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Em longo discurso sobre o Oriente Médio, proferido nesta quinta-feira (19), o estadista americano afirmou pela primeira vez que as fronteiras entre Israel e um futuro Estado palestino devem se basear nas traçadas em 1967, "com trocas mútuas e acertadas de forma que fronteiras seguras e reconhecidas sejam estabelecidas nos dois Estados".

Para Feldberg, o discurso é vago e não aponta para nenhuma mudança num horizonte próximo. "Não acrescentou nada de concreto". No entanto, pode ser útil para países em conflito como Egito e Síria.

Confira:
Terra Magazine - O que o senhor achou do discurso do Obama?
Samuel Feldberg -
De maneira geral, ele reafirmou a defesa - por parte dos EUA - das manifestações em prol da democracia nos países do Oriente Médio. Ele deu também um apoio moral para as populações que estão se manifestando. Mas eu não vi nenhum elemento revolucionário nas declarações dele. Foi um discurso muito bem feito, muito bem elaborado. Mas do ponto de vista de um analista que conhece essas questões, achei monótono. É raro eu concordar com um porta-voz do Hamas, mas nesse caso, concordo com o que ele disse: Discurso não importa, mas o que importa são os passos que os EUA vão dar.

Quais passos o senhor acredita que serão dados?
Eu não acho que será dado nenhum passo pró-ativo. Os EUA estão sinalizando com promessas de reações ao que está acontecendo.

Alguns analistas dizem que o discurso aponta para a manutenção do favorecimento de Israel...
Os palestinos não têm nenhuma ilusão de que os israelenses se retirariam para a fronteira original de 1967. Qualquer palestino que declare isso como ponto de partida está fechando as portas para negociar. Isso vale tanto quanto a posição do Hamas de eliminar o Estado israelense.

O que há de novidade?
Tenho a impressão de ser a primeira vez que um presidente dos EUA enfatiza a desmilitarização do Estado palestino. Isto, certamente, vai de encontro a uma das principais reivindicações de Israel.

O senhor acha que isso seja possível num horizonte próximo? Tanto a desmilitarização quanto um acordo?
Não vejo isso em nenhum horizonte próximo. Essa não será uma condição negociável para o israelense, que não aceitará a criação de um Estado se ele for militarizado. Obama também alertou os palestinos para o fato de, caso declarada unilateralmente as questões do Estado e caso procurem o apoio das Nações Unidas, indicaria, então, um veto dos EUA no Conselho de Segurança. Isto porque na Assembléia Geral os palestinos conseguem votos suficientes. Tem alguns pontos que dá para pinçar do discurso que são perfeitamente a favor de Israel.

Por exemplo?
O Estado desmilitarizado, as fronteiras de 1967 com negociações sobre trocas de território, a questão da Assembléia Geral e o aviso do abandono do terror, porque senão as negociações não avançarão.

Para quê serviu esse discurso?
No meu ver, absolutamente nada. Não acrescentou nada de concreto. Eu acho que um item importante é a fragilidade do Egito que pode se evidenciar nas futuras eleições. O presidente Obama prometeu recursos aos países árabes, mas ele não tem de onde tirar esse dinheiro, porque o orçamento dos EUA está completamente estourado. Se isso for gerar uma espécie de Plano Marshall no mundo árabe, essas expectativas serão frustradas. Isto levaria, certamente, a novas manifestações.

O senhor acha que o discurso, então, foi muito mais direcionado a países como o Egito do que para Israel e Palestina?
Acho que foi muito mais para um país como a Síria, porque o Egito já passou da fase aguda do processo. Enquanto na Síria as forças de segurança mataram mais 21 manifestantes.

Veja também:
»Obama defende Estado palestino nas fronteiras de 1967
»Alemanha, França e Polônia anunciam apoio a plano de Obama
»Hamas classifica discurso de Obama de "fracasso"
»Abbas convoca reunião palestina urgente após fala de Obama

quinta-feira, 21 de abril de 2011

FEPAL REAGE À DIFAMAÇÃO MIDIÁTICA DA COMUNIDADE ÁRABE NO BRASIL

17 de abril de 2011, Vermelho http://www.vermelho.org.br

A FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil, frente a eventos recentes em que a comunidade árabe residente no Brasil é apresentada, por parte dos grandes veículos de comunicação de massa, como vinculada ao “terrorismo”, criminalizando-a por meio da demonização do islamismo, credo religioso de grande parte desta comunidade e majoritário nos países árabes, manifesta sua mais profunda preocupação, dada a gravidade dos mesmos.
Preocupa-nos ainda mais porque não são atos isolados. Integram um conjunto de táticas e estratégias de agentes externos que buscam alcançar justamente este objetivo, à semelhança do que já se dá nos EUA e em outros países, especialmente europeus.

Do que é mais recente, temos a reportagem da revista semanal Veja, notória inimiga de políticas externas não alinhadas à dos EUA e visível inimiga dos muçulmanos em geral e dos árabes em particular, mais particularmente ainda dos palestinos. A reportagem que deu a chamada de capa – “A REDE DO TERROR NO BRASIL” –, veiculada em sua edição de número 2211, de 6 de abril de 2011, simplesmente criminaliza toda a comunidade árabe e muçulmana residente no Brasil sem apresentar uma única prova, limitando-se, quando muito, a citar algumas agências de segurança e inquéritos que jamais versaram acerca do terrorismo e que, para muito além, até mesmo inocentaram os acusados daquilo que exclusivamente foram acusados.

Não bastasse isso, a revista cita investigações já arquivadas e personagens que vivem legalmente no Brasil, com seus negócios legais e abertos, ao quais se refere como se estivessem escondidos em algum bunker, com hilações tal qual o trecho do texto em que este veículo de comunicação afirma “…Ele (Khaled Hussein Ali) foi flagrado por Veja na porta de sua lan house”.

Mas isto partir da revista Veja, bem como de outros veículos de comunicação de massa, dentre os quais se destacam os veículos do Grupo Globo, não chega a ser novo ou assombroso, dado o papel negativo que cumprem no Brasil, basicamente veiculando informações validando as pollíticas dos EUA para o restante do mundo, o que tem implicado em ataque frontal à política externa brasileira, à atuação do Brasil em organismos multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ou no Conselho de Segurança da ONU e em suas comissões, dentre as quais a de direitos humanos.

O que preocupa é que estas veiculações estão articuladas a um plano de criminalizar a comunidade árabe-muçulmana residente no Brasil, do qual participam diretamente o Governo dos EUA e sua agência de inteligência, a CIA. E isto já não é assunto restrito aos afortunados pelas informações privilegiadas, especialmente em decorrência de duas informações, de fontes distintas, que desnudam esta ação direta dos EUA no Brasil.

Um exemplo paradigmático que oferece, no mínimo, indícios válidos desta estratégia, é texto analítico recente de autoria de PETER BLAIR e KHATARINA GARCIA, veiculado em 17 de fevereiro deste ano de 2011, no qual é desnudado que o Congresso dos EUA autorizou a Casa Branca a dobrar o valor dos recursos destinados à compra de espaço na mídia de diversos países com vistas à promoção de suas políticas e, claro, deslegitimação das políticas destes países alvo, dentre eles o Brasil, cuja política externa independente tem incomodado sobremaneira o governo estadunidense e os de alguns de seus aliados. Tanto incomoda que somente para o Brasil a verba prevista para 2011 é de gigantescos 120 milhões de dólares.

Um breve excerto deste texto assim expõe a questão: “O Congresso dos Estados Unidos autorizou a Casa Branca a dobrar os valores aprovados no orçamento de 2011 para gastos relativos a propaganda e meios de comunicação contra líderes que contrariam os interesses dos EUA no mundo, como é o caso de Muammar Khadafy, Mahmoud Ahmednejad, Hugo Chavez, Evo Morales, Rafael Correa, Raul Castro, Daniel Ortega, Cristina Krischner, Fernando Lugo, Kim Jo II. Os recursos devem ser usados na compra de espaço na mídia dos países governados por estes líderes em jornais, rádios, revistas e redes de televisão, que devem sempre se referir aos mesmos como ditadores e receberem sempre orientação dos Adidos de Imprensa nos respectivos países ou senão houver relações diplomática com estes, pelos agentes da CIA no país. O orçamento total do projeto é de hum bilhão de dólares e só para o Brasil foram destinados 120 milhões para esse tipo de ação.”.

Ou seja: trata-se de violação da soberania do Brasil, já de plano, e um ataque inadmissível a suas instituições e interferência direta em sua política interna, algo inconcebível pelo perigo que isso carrega. Basta ter em conta que os EUA nunca atacaram militarmente um país soberano sem que antes tenham interferido diretamente em sua política interna e o demonizado por meio da propaganda mascarada de informação veiculada por veículos de comunicação de massa que apresentam como notícia o que unilateralmente produzem as chamadas “agências de notícias”, todas estadunidenses, francesas e inglesas.

Outra prova desta política é o recente vazamento do WikiLeaks de correspondência diplomática (telegrama) da embaixada dos EUA no Brasil ao Departamento de Estado, no qual informa das medidas adotadas, bem como as que, a seu ver, devem ser adotadas, com vistas a engajar o Brasil na difamação de religiões. Este texto desvenda como os EUA pretendem instrumentalizar a relevante temática dos direitos humanos para engajar o Brasil na difamação de religiões, bem como de que forma isto se fará, tendo os grandes veículos de comunicação de massa como instrumentos de proa. Aliás, sempre os mesmos veículos de comunicação que se opuseram vigorosamente, por exemplo, ao Estatuto de Igualdade Racial e a toda legislação de promoção da igualdade racial no Brasil, aí destacando-se a política de cotas.

Novamente, um pequeno excerto da correspondência tornada pública pelo Wikileaks ajuda a entender melhor como esta ação se dá: “Aumentar a atividade pela mídia e o alcance das comunidades religiosas parceiras: Até agora, nenhum grupo religioso no Brasil assumiu a defesa da difamação de religiões. Mas o Brasil é sociedade multirreligiosa e multiétnica, que valoriza a liberdade de religião. Um esforço para difundir a consciência sobre os danos que podem advir de se proibir a difamação das religiões pode render bons dividendos. Grandes veículos de imprensa, como O Estado de S. Paulo e O Globo, além da revista Veja, podem dedicar-se a informar sobre os riscos que podem advir de punir-se quem difame religiões, sobretudo entre a elite do país.

Essa embaixada tem obtido significativo sucesso em implantar entrevistas encomendadas a jornalistas, com altos funcionários do governo dos EUA e intelectuais respeitados. Visitas ao Brasil, de altos funcionários do governo dos EUA seriam excelente oportunidade para pautar a questão para a imprensa brasileira. Outra vez, especialistas e funcionários de outros governos e países que apóiem nossa posição a favor de não se punir quem difame religiões garantiriam importante ímpeto aos nossos esforços.

Essa campanha também deve ser orientada às comunidades religiosas que parecem ter influência sobre o governo do Brasil, quando se opuseram à visita ao Brasil do presidente Ahmadinejad do Irã, em novembro...”.

Mas é claro que estes textos e a análise que ensejam tem força apenas relativa se não confrontados com os fatos, ou seja, com o que de fato se dá no plano do terreno. E isto é facíl de aferir tomando como paradigmas dois eventos recentes.

Destacando-se que a correspondência diplomática referida veio à luz em 03 de abril deste ano de 2011, a primeira grande pista que temos de esta estratégia já estar em andamento é justamente a reportagem da revista semanal Veja – “A REDE DO TERROR NO BRASIL” –, veiculada em sua edição de 6 de abril de 2011, apenas três dias depois.

A segunda prova cabal de estar em andamento uma estratégia de difamação do islamismo e de demonização da comunidade árabe residente no Brasil são as injustificáveis ilações acerca do credo religioso de Wellington Menezes de Oliveira, que às 8 horas da manhã do último dia 7, quinta-feira, matou 12 crianças na Escola Municipal Tasso da Silveira, no Realengo, bairro da cidade do Rio de Janeiro. Ainda que este tipo de crime seja marca registrada dos EUA, país no qual estes episódios contam-se às dezenas e cujos autores dentre eles não há nenhum muçulmano – aliás, nunca se informou o credo religioso seguido por estes criminosos estadunidenses –, rapidamente repórteres, apresentadores e portais de internet, sem nenhuma prova e baseando-se unicamente numa infamante boataria, buscaram associar o criminoso ao Islã.

Este ímpeto de difamação do islamismo e de demonização da comunidade muçulmana e árabe – esta, inclusive, não necessariamente apenas muçulmana – residente no Brasil restou em parte freada diante da ausência absoluta de menções a Maomé e Alá na carta deixada pelo criminoso. Mais curioso é que na carta eram fartas menções de Deus e Jesus, assim como era pontuada de não poucas citações e referências bíblicas. Misteriosamente, a partir desta constatação, inclusive vindo à luz a igreja que frequentava, desapareceu o interesse dos grandes veículos de comunicação pela fé do criminoso. As insinuações, entretanto, permaneceram pontuando o faccioso noticiário de alguns grandes veículos de comunicação.

Não menos perigoso é o ímpeto que estes mesmos veículos de comunicação, obedecendo à mesma estratégia já mencionada, buscam colocar em campos opostos os movimentos emancipatórios e de solidariedade das populações muçulmanas e árabes residentes no Brasil, notadamente a de palestinos imigrados e seus descendentes, e o movimento negro brasileiro. Na mesma reportagem da revista Veja de 6 de abril de 2011, seu texto busca incriminar um dos objetos de sua pretensa reportagem em crime de racismo, alegando que este teria disparado spams direcionados a sites dos EUA incitando o ódio a judeus e negros.

O objetivo desta estratégia é claro: dividir e, talvez pior ainda, colocar em campos opostos estes dois movimentos, que sempre foram aliados sinceros contra adversários e inimigos comuns, táticos ou estratégicos, verdade ainda vigente, especialmente frente ao papel cada vez mais agressivo que estes mesmos adversários e inimigos desempenham no mundo atual. Caso concreto e insofismável desta aliança sincera e desinteressada é o documento da FEPAL de apoio ao ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL e às COTAS RACIAIS no Brasil.

Por fim, esta estratégia tem também outras agendas ocultas, das quais uma é gravíssima: a aprovação pelo Brasil de legislação antiterrorista nos moldes exigidos pelos EUA para moldar o país à cruzada estadunidense desde os atentados de 11 de detembro de 2001 de intervenção armada mundo afora, sempre sob o eufemismo da “guerra ao terror”.

No entendimento da FEPAL, esta legislação é impensável porque visa única e exclusivamente criminalizar todos aqueles – pessoas ou movimentos – que se opõem às políticas militaristas e intervencionistas dos EUA, bem como criminalizar todos os movimentos sociais brasileiros que buscam afirmar seus direitos sociais e humanos, dentre os quais poderíamos destacar o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), os movimentos de luta por moradia, os movimentos negro e indígena, para citar poucos.

Com esta mesma legislação até mesmo a soberania do Brasil restaria relativizada, visto que os EUA visam tornar, mesmo que artificialmente, todas as fronteiras brasileiras palco de criminalidade organizada e de tráfego de terroristas, plataforma discursiva já vigente para a triplice fronteira objetivando prejudicar a consolidação do Mercosul e a liderança natural do Brasil no continente.

Enfim, a FEPAL manifesta a este Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) sua profunda preocupação frente a estes eventos, razão pela qual requer seja o presente documento e seus anexos recebidos no mínimo como RECOMENDAÇÃO, a ser encaminhada à Ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), à Secretria de Direitos Humanos, ao Ministério da Justiça e ao Gabinete da Presidência da República, bem como aos demais órgãos governamentais e organizações aos quais entender necessário recebê-lo, para que tomem conhecimento desta manifestação e dos graves elementos que a consubstanciam e ensejam e adotem as medidas cabíveis com vistas à efetiva apuração destes e a adoção de medidas para coibí-los enquanto isto é possível.

Brasília-DF, 14 de abril de 2011.

FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil